06/07/2022

Educação: A Culpa é do Burro?

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

A Educação faz uso de várias metodologias para que desenvolver o aprendizado no educando e uma das formas de isto acontecer é por meio de analogias e/ou parábolas que têm a função de fazer com que o cidadão entenda o que está ocorrendo, assim sendo, existe uma parábola que demonstra a nossa real situação política, lembrando que o ato de educar é um ato político, conforme ressaltado por Freire e em meu livro Educação um Ato político, publicado pela Autografia em 2019.
O Storytelling, comumente utilizada na Gestão do Conhecimento, que em resumo, são histórias motivacionais vivenciadas e/ou por meio de parábolas que são passadas para as pessoas é também uma forma de fazer o conhecimento chegar a seu público.
Um exemplo é a narrativa denominada o Burro e o Demônio que elucida a nossa atual conjuntura política. 
Havia um burro amarrado a uma árvore.
O demônio veio e o soltou.
O burro entrou na horta do camponêsvizinho e começou a comer tudo.
A mulher do camponês dono da horta, quando viu aquilo, pegou o rifle e disparou, matando-o.
O dono do burro ouviu o disparo, saiu, viu o burro morto, ficou enraivecido, também pegou seu rifle e atirou contra a mulher do camponês.
Ao voltar para casa, o camponês encontrou a mulher morta e matou o dono do burro.
Os filhos do dono do burro, ao ver o pai morto, queimaram a fazenda do camponês.
O camponês, em represália, os matou.
Aí perguntaram ao demônio o que ele havia feito e ele respondeu: – “Não fiz nada, só soltei o burro”.
E assim tem sido a nossa realidade. Os demônios somos nós, que “soltamos o burro”, e o ódio disseminado por este, já existia nos corações das pessoas que o elegeram, camuflado pela hipocrisia e falso moralismo.
Ele com suas atitudes ressaltou apenas o seu reflexo para sua multidão de adoradores alienados a endeusar um mito que ofende, humilha, fomenta o ódio, a intolerância, a violência e até mesmo a morte pela indiferença e ganância de poder.
O burro continua solto a devorar não apenas hortas, mas florestas, terras indígenas além de ceifar sonhos, dignidades e até mesmo vidas, mas a culpa não é do burro, apesar de ele ainda estar solto, assim também como está solta a violência, a corrupção, a iniquidade com a certeza da impunidade
Pode-se dizer que este burro solto, dividiu famílias, esta instituição que outrora era unida, independente de ideologias políticas, todavia, é apenas um burro, pois o fascismo já fazia parte destas pessoas, elas apenas viram suas imagens refletidas neste burro, prevalecendo assim, a teoria da projeção.
Muitos estragos ainda estão por vir até que alguém resolva prender este burro e fazer com que esta massa de manobra que fanatiza um mito que representa o asco da humanidade possa perceber que estes foram os verdadeiros responsáveis pelo estrago feito por este burro.
Estrago que gerou uma pobreza sem precedentes em menos de 4 anos, totalizando mais de 33 milhões de pessoas passando fome, o que equivale hoje a 15,5% da população; uma taxa de desemprego que chega a ser uma das piores do mundo, inflação de 12,13% relacionada apenas a doze meses (maio de 2021 e abril de 2022), o que representa a 4ª maior, em um ranking com 23 países e também a 4ª maior taxa de desemprego entre principais economias do mundo, sem contar com o aumento assustador de mortes violentas negligenciadas pelo governo, enfim, outros estragos ainda estão por vir, mas a culpa não é do burro, afinal de contas, trata-se apenas de um burro.
Que a educação possa elucidar a estes jovens que estão por começar uma vida mais politizada, de que existem muitos burros esperando serem soltos, mas caberão a estes cidadãos as solturas ou não destes burros. 
Que nós educadores não percamos a fé e tampouco o profissionalismo em orientar estes jovens para que não aumentem esta massa de alienados e néscios quanto a adoração de burros e mitos.

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