Diversidade do Pensamento Fomentando a Inteligência
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Somos seres singulares e isso faz com que seja comum um pensar diferente e até mesmo divergente ao dos demais, todavia este pensar pode incitar a uma melhor análise de nossos atos e até mesmo comportamentos.
Morin em seu livro O Método IV. As Ideias, publicado pela Biblioteca Universitária em 1991, é enfático quando elucida que ter pensamento crítico é algo fecundo e ter também um pensamento "crísico" é de suma importância, já que este é nascido da crise e nela mergulha.
O mesmo Morin no livro intitulado Introdução ao Pensamento Complexo, publicado pelo Instituto Piaget em 1990 complementa ao afirmar que o pensamento tem que tratar o real, dialogar e negociar com ele, e pode-se perceber que este mesmo pensamento pode ser uma oportunidade para desenvolver mais e melhor a própria inteligência, já que para o autor, um pensamento mutilador, conduz necessariamente a ações mutiladoras, e é justamente disso que o Brasil não precisa, pois pensamentos assim já dizimaram mais de 440 mil por serem mutiladores e imbecis em relação ao Covid-19.
Como percebido, pensamentos críticos e crísicos fomentam o desenvolvimento da inteligência e a inteligência segundo Smole no livro Múltiplas Inteligências na Prática Escolar, publicado pela Ministério da Educação, Secretaria de Educação a Distância em 1999, é responsável por nossas habilidades que podem estar voltada para criar, para resolver problemas e para contribuir em um contexto cultural.
Para o autor, cada indivíduo tem suas capacidades diferenciadas e estas capacidades é que determinam a sua inteligência.
Gardner em seu livro Inteligências Múltiplas: Teoria na Prática, publicado pela Artes Médicas em 1995, acrescenta que inteligência é a capacidade de resolver problemas e/ou também elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes, sejam eles culturais ou comunitários.
Dito isso, nas falas de Gardner, ela é um potencial biopsicológico o que ressalta que toda espécie tem potencial de exercitar e desenvolver um conjunto de faculdades intelectuais de acordo com suas especificidades, dito isso, a inteligência é considerada os ativos mais valiosos de qualquer organização.
Ciente de que diversidade de pensamentos auxiliam no desenvolvimento da inteligência, cabe a educação pública trabalhar as divergências para que o educando possa desenvolver de forma concomitante o seu discernimento e vislumbrar outras alternativas de acordo com as divergências, já que em algumas situações, o pensar diferente nos faz ser mais reflexivo e menos impulsivo.
De acordo com Almeida[1] no artigo A distinção entre conhecer e pensar em Hannah Arendt e sua relevância para a educação, publicado em 2010, salienta que somos seres pensantes, e o pensar passa a ser uma necessidade para transpor limites do conhecimento, fazendo desta habilidade algo mais que uma forma de conhecer e agir.
Assim sendo, que nós educadores possamos induzir nossos alunos a um pensar reflexivo e crítico e que este pensar possa ser respeitado por aquele que não está em comum acordo, e que mesmo assim, seja motivo para buscar soluções tendo a visão sob um novo prisma.
[1] Para mais informações vide ALMEIDA, Vanessa Sievers de. A distinção entre conhecer e pensar em Hannah Arendt e sua relevância para a educação. Educ. Pesqui., São Paulo , v. 36, n. 3, p. 853-865, Dec. 2010 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022010000300014&lng=en&nrm=iso>. access on 18 May 2021. https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000300014.