11/08/2023

Dissonância Cognitiva em Estado Bruto

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

É sabido que o conhecimento incomoda e chega a doer a ponto de implicar em transformações principalmente nos valores como caráter, ética e moral.

Existe um adágio que diz o seguinte: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” é um grande impulsionador da dissonância cognitiva e algumas vezes mesclada pela hipocrisia.

Dissonância cognitiva está relacionada a um conflito do que se conhece e o que se pratica de forma a divergir do que se tem como conhecimento, ou seja, eu aprendi que algo é errado, ensino que é errado e faço prática deste erro.

A sociedade só estará evoluída quando não precisamos de leis ou regras morais (algo bem utópico) isso porque saberemos de antemão o que é correto fazer e não estará em nós fazermos algo que dissone do ético.

Aliás, quem é ético não comete dissonâncias, já que sua vida é baseada em coisas que aprendeu e que faz aplicação, sendo o próprio exemplo vivo.

É notório perceber situações em que a dissonância é gritante, principalmente na área da política e religião, sendo esta última uma das mais graves, isso porque em nosso país a predominância está para religiões Cristãs que correspondem a mais de 87% das religiões proferidas em nosso país, e tais ensinamentos estão fundamentados na lei do amor ao próximo, do perdão e dos exemplos vivenciados pelo seu progenitor.

Temos nestes representantes pregação do ódio, do preconceito e até fomento a violência divergindo do exemplo cristão.

Em relação à política, tivemos demagogos prometendo acabar com a corrupção e os mesmos enlameados em sua podridão e para desviar olhares, fazem acusações a pessoas idôneas.

Enfim, a dissonância é algo que, quando uma pessoa de bom senso percebe que está cometendo, ela simplesmente revê seus atos e sua consciência e retorna para a retidão.

A sociedade brasileira tem passado por algumas inversões de valores, como exemplo as tornozeleiras eletrônicas que querendo ou não, estigmatizam o cidadão, uma vez que elas são utilizadas para monitorar presos que se encontram em prisão domiciliar, todavia, alguns fazem desta medida protetiva um acessório representando até mesmo um “status”, exigindo respeito por quem usa, já que o detento que se encontra em liberdade domiciliar foi protagonista de algum crime.

A dissonância em estado bruto pode ser visto como uma situação que mesmo as pessoas tendo conhecimento do feito errado, comemoram o “acessório” pontuando totalmente sua atitude néscia e de certa forma, sua insanidade mediante as suas ações.

Tivemos há pouco tempo, pessoas pseudo instruídas que saíram da prisão e comemoraram, com seus acessórios nos tornozelos representando seus status pela luta da hipocrisia, falsa moral e porque não, do fascismo.

Que a educação trabalhada nas escolas possa oferecer o conhecimento corrosivo fazendo com que o educando saia da subserviência por meio da criticidade e protagonismo social a ponto de perceber suas dissonâncias e corrigi-las com a régua da ética prevalecendo o bem, justiça, liberdade, verdade, respeito, solidariedade e paz.

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