Difusionismo Cultural
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Chegou mais um ano eleitoral e de forma concomitante, chega também as promessas demagogas, entretanto, estas são comuns no nosso meio político mas cabe aqui perceber, quais destas promessas podem ser exequíveis?
Tenhamos como foco a educação que é a base de uma sociedade. Melhorando a mesma, outras melhoras surgirão a longo prazo, já que educação tem que ser vista investimento, sendo assim, ela se torna um ponto favorável para se fazer discursos políticos, prometendo talvez, revoluções ao invés de evoluções.
Uma revolução quando efetivada com sucesso, geralmente beneficia seus líderes e organizadores e nunca a massa, assim sendo, a educação não precisa de revolução, e sim de evolução.
A natureza não dá saltos, precisamos transformar a cultura da educação e não revolucioná-la, mesmo porque se assim fizéssemos em muitas escolas, os educandos não estariam preparados para tal transformação de imediato. Precisamos de um difusionismo cultural que para Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, é o "entendimento de que a tarefa da educação é difundir cultura “superior” como modo de realizar a evolução cultural".
Estas falas podem ser complementadas por Hoebel e Frost no livro Antropologia Cultural e Social, publicado pela Cultrix em 2001, quando ressaltam que a tem uma definição em termos de “sistema integrado de comportamento aprendido”.
Evolução implica em aprendizagem e cabe a educação fomentar esta transformação para que a aprendizagem seja efetivada, pois pela evolução as vontades de seus educandos não serão neutralizadas e desta forma, se transformarão em verdadeiros cidadãos críticos e de um protagonismo cognoscente.
Segundo Souza supracitado, precisamos pensar como Durkheim, que trabalhou com uma sociologia que permitisse aos educadores uma fundamentação que contribuísse para a transformação do sistema de ensino.
Assim sendo, não podemos como promessa de palanque, conceber uma realidade imaginada e inexequível, porque não existe uma fórmula exclusiva para se educar alguém, visto que o processo de educação não se limita apenas as salas de aulas.
Como diz Neiva em seu livro Lições Aprendidas, publicado pela Editora Universidade em 2006, ao ressaltar que a educação precisa de uma estrutura dissipativa, ou seja, aquela que interage com seu entorno mediante uma troca contínua de energia, fazendo valer a missão da educação que é crença na vida e na capacidade de o homem ter percepção da realidade e agir sobre ela, tornando-se melhor e melhorando cada vez mais a sociedade ao qual se encontra inserido, sem abrir mão da vitalidade, ternura e sabedoria e exaltando cada vez mais a sua humanidade.