Dia Mundial da Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Dia 28 de abril é conhecido como Dia Mundial da Educação, será que tivemos muito o que comemorar neste dia?

Para sabermos a resposta, precisamos de uma referência, assim sendo, peguemos então os Estados Unidos como exemplo.

O novo governo de Joe Biden apresenta plano de educação de US$ 1,8 trilhão[1], financiado por impostos aos ricos, este valor em Real, corresponde a R$ 10 trilhões enquanto que no Brasil, senadores criticam corte de R$ 4,2 bi do orçamento da Educação para este ano[2].

Enquanto os Estados Unidos acreditam no poder da educação, o nosso governo prefere mentes vazias e pessoas alienadas para aumentar o seu gado de manobra, ou seja, precisa aumentar o seu exército de domesticados subalternos.

O teatro de horror não para por aí, temos prefeitos vacinados que continuam em isolamento e obrigando professores sem tomado vacinas a lecionarem de forma presencial, demonstrando indiferença com as vidas dos educadores, educandos e familiares.

Temos o governador de Minas querendo privatizar a educação estadual, apesar de usar o termo parceria chamando de gestão particular, mas que trata-se de uma privatização na área administrativa e pedagógica e tais funcionários serão remanejados para outras escolas.

De acordo com a reportagem do Jornal Estado de Minas, a tal parceria começará em 2022 com 3 escolas e os profissionais efetivos destas, serão remanejados e os demais dispensados, isso implica em afirmar que este governo desconhece que é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente[3].

Tudo isso é para melhorar o desempenho da educação, mas para fazer isso não basta valorizar seus profissionais e capacitá-los? Estas escolas que eram públicas e inclusivas tenderão a ser seletivas e concomitantemente, exclusivistas.

Continuando com nosso teatro de horrores na educação, em apenas dois anos de governo, tivemos 4 ministros, com apenas 3 oficiais, sendo o terceiro não chegou a efetivar o cargo por "inconsistência em seu currículo".

Os demais, ficaram piores que a encomenda, pois o primeiro afirmou que o Brasil em momento algum teve o Golpe de 1964. Para ele “O que ocorreu em 31 de março de 1964 não foi um golpe, mas uma decisão soberana da sociedade brasileira [...]. O regime de 21 anos que sucedeu não foi uma ditadura, mas um regime democrático de força, porque era necessário naquele momento”,

O segundo ministro com graduação em economia e mestrado em administração nada fez para acrescentar a tão sofrida educação do país. Foi um contraexemplo para a pasta Educação[4], pois tentou desconstruir a imagem de Paulo Freire, fez acusações infundadas e preconceituosas, fomentou o ódio, cometeu gafes, fez uso de xingamentos algo inadmissível para um Ministro da Educação, além de muitos outros insultos. Talvez este tenha sido o pior de todos a nos representar.

O ministro atual, trata-se de um graduado em teologia e também em direito e tem mostrado pouco compromisso com a Educação, pois é visto como decorativo, ministro da Educação privilegia viagens e agendas com o presidente[5].

Enfim, não temos muito o que comemorar neste dia e na atual conjuntura os intempéries na educação continuarão por longo tempo, já que a mesma encontra-se sucateada com seus profissionais desvalorizados.

Para que a educação possa trazer mudanças para a sociedade, faz-se necessário que o Estado se comprometa com ela, valorizando os profissionais envolvidos direta e/ou indiretamente, pois Nelson Mandela afirmava que "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo", então que nossos governantes possam buscar como exemplo o plano de educação de Joe Biden e perceber que não existe gasto na Educação e sim investimento no futuro da nação.