31/05/2017

Desafios e Práticas na Gestão do Ensino Superior Brasileiro Com Foco Nas Ciências Tecnológicas

Laion Luiz Fachini Manfroi, MSc

I. Introdução

            Nos tempos atuais, somente teremos possibilidades da construção de uma sociedade pró-conhecimento se possuirmos uma visão articulada em todos os níveis fundamentais da educação. Logo, há a obrigatoriedade da contemplação da educação básica e superior, oferecendo qualidade a todo público aliados aos pesados investimentos em ciência, tecnologia e inovação (C&T,I), fazendo com que o Brasil permaneça como referência, principalmente em áreas como aeronáutica, biocombustíveis, petróleo, agricultura, dentre outras. Mesmo com os inegáveis avanços em termos de C&T,I , estamos distantes da suficiência profissional no oferecimento de oportunidades para alunos, docentes e gestores.

            O compromisso da educação, em geral, e da IES, em particular tem seu fundamental na exigência ético-política da solidariedade que deve existir entre os homens. Quando nos referimos à sociedade brasileira, o cenário específico em que nos encontramos é aquele desenhado por um intenso e extenso processo de globalização econômico e cultural, conduzido pela expansão da economia, oferecendo uma tendência mundial a uma total priorização da lógica do mercado na condução da vida social e da competitividade na iniciativa privada [1].

II. O Contexto da educação superior

            Na gestão da educação, por muitas vezes enfrentamos a ideologia da “preparação de mão-de-obra” para o mercado de trabalho, visualizando igualmente as pressões oriundas da própria sociedade civil, mas com naturezas distintas. De modo geral, a população prima por necessidade da sobrevivência, com a cobrança do retorno justo dos resultados do trabalho desenvolvido na universidade, por muitas vezes, com financiamento da própria sociedade. Porém, por muitas vezes essa crítica e cobrança geram um discurso ideologizados que buscam minar a própria existência da Instituição.

            Não há a possibilidade da criação de uma sociedade justa e crítica sem o ideal investimento e referência a uma grande educação superior no nosso país, mas que não começa e nem termina nela mesma, porém intensifica a ideia de ser o elo central desta grande rede de conhecimento.

III. Perfil do aluno e relacionamento

            Nesta mesma perspectiva, quando lidamos com a atual geração de alunos do Ensino Superior, vislumbramos a necessidade de um relacionamento mais direto e humano com o estudante. Enquanto gestores, estamos lidando com diversos tipos de perfis profissionais, educativos e de público estudantil. É de nossa responsabilidade identificar as reais necessidades de um determinado grupo de clientes/interessados no modelo de educação oferecido, visualizando que este contato pode fazer a diferença na abordagem a diversos problemas enfrentados no contexto de uma gestão de Ensino Superior.

            Com a constante mudança na juventude brasileira, é cada vez mais desafiador o delineamento de estratégias críticas que definam a escolaridade obrigatória do jovem estudante brasileiro. Quando cumprir o ensino obrigatório, um jovem deve ter aprendido que a formação se faz ao longo da vida e que devemos ser um cidadão ativo centrado nos direitos fundamentais da dignidade humana. A criticidade principal é na estabilidade do modelo de estratégias proposto, que deve ser composto por objetivos concretos, realizados com metas de direcionamentos para não menos de 1 (uma) geração, ou seja, de 20 a 25 anos.

            Um Ensino Básico de qualidade é feito com grandes responsabilidades e cuidados nos Ensinos Fundamental e Médio, com uma estruturação vital para o crescimento do país, pois possibilitam o cuidado para o oferecimento de um Ensino Superior de abrangência e excelência. Avanços e desafios sempre buscarão ser aprimorados, principalmente no que faz jus a relação entre centralização e descentralização do impasse na formulação e efetivação das denominadas “autonomias institucionais” que as diversas IES possuem, refletindo nas enormes diferenças regionais de aprendizagem, que precisam ser verificados com a obediência dos percentuais de investimento definidos pelas diretrizes na área, bem como o cumprimento das metas e estratégias acordadas no Plano Nacional de Educação.

            Um grande avanço na condução da responsabilidade educacional foi a quebra de uma ordem mundial em gestão do ensino, onde no Brasil trabalhávamos com o ideal de

“preparar seu capital humano para o novo desenvolvimento, através de um modelo educativo destinado a transmitir habilidade formais de alta flexibilidade”, enquanto que os países centrais seriam os responsáveis pela produção em C&T,I [2].

IV. Cenários clássicos e críticos no ensino de C&T,I

            Quando lidamos com C&T,I estamos sempre buscando um aluno que seja capaz de alinhar o pensamento técnico e tecnológico, juntamente com a capacidade de trabalhar e inovar para uma sociedade mais justa, solidária e ética. É fato que a área tecnológica é baseada em grandes áreas fundamentais da ciência, tais como Matemática, Física, Química, etc. Áreas estas que cada vez mais são problemáticas na elaboração da metodologia durante o Ensino Básico, uma questão crtítica que envolve a estratégia de motivação e adequação dos alunos em determinada área de pesquisa.

            Mudanças práticas e reais devem ser direcionadas no atuante do Ensino Básico, onde cada vez mais os professores estejam motivados profissionalmente para se especializarem em novas ferramentas tecnológicas de aplicação metodológica. O intuito sempre deve ser o oferecimento de uma nova experiência para o aluno que atualmente cada vez mais possui acesso à informação livre sobre diversas áreas do saber e sobre a aplicabilidade destas áreas.

            Para tal, os professores devem possuir cada vez mais a estabilidade de carreira profissional e a estruturação salarial baseada em critérios de mérito acadêmico e valorização da dedicação ao ensino, à pesquisa, à inovação e à extensão, incorporados a gratificações junto a desafios profissionais. Como contra-partida, o governo deve contar com o compromisso e a compreensão dos professores no processo de modernização e expansão das universidades e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, contribuindo cada vez mais para o desenvolvimento social e para a inclusão de mais brasileiros no Ensino Superior, com uma formação básica que suporte as demandas e as dificuldades encontradas no prosseguimento da formação acadêmica [3].

            Paralelamente, o Ensino Superior deve estar cada vez mais preparado para o acolhimento de estudantes que participaram de diferentes processos de aprendizado básico, evoluindo desde o mais deficiente dos processos até o melhor tipo de formação oferecido. Isto exige que todo o corpo docente e conselhos do curso estejam sincronizados em seus discursos e aplicações, fomentados pela necessidade do nivelamento da turma, sem impacto na verdadeira execução da ementa de determinada disciplina fundamental. Inovação e tecnologia devem sempre andar de mãos dadas para a elaboração e execução de estratégias como esta, que devem ser bem vistas por todos os componentes de um cenário de gestão da educação.

            É inevitável perceber no ensino a responsabilidade da transmissão das mais diversas ciências e culturas. Dentre estas, a cultura científica precisa desenvolver no aluno a percepção de que a ciência é muito mais do que um conjunto ordenado de conteúdos e teorias [4].       

V. Considerações Finais

            Cada vez mais é necessário a identificação do grande público alvo do Ensino Superior. Uma gestão deverá sempre buscar uma maneira de amenizar os impactos que as deficiências do Ensino Básico pode causar em um aluno que pretende seguir determinada área.

            Naturalmente, quando lidamos com educação, o crescimento e a evolução constantes serão sempre buscados, utilizando ferramentas e metodologias que inovem na conpcepção de visualização sobre uma realidade específica. Na área de C&T,I temos a transmissão de diversas ciências que baseiam a vertente tecnológica, fornecendo uma visão fundamental e uma grande oportunidade constante de crescimento em um cenário riquíssimo para inovações metodológicas.

Referências

[1] Barbosa, R. L. L. - Formação de Educadores: Desafios e Perspectivas – Editora UNESP, 2003.

[2] Barone, R. E. M. - Educação e Políticas Públicas: questões para o debate – PUC-SP, 1999.

[3] MEC, 2015 – Governo propõe carreira de ciência e tecnologia como base para docentes – Disponível em portal.mec.gov.br/component/content/article?id=17850:governo-propoe-carreira-da-ciencia-e-tecnologia-como-base-para-docentes. Acesso em 25/10/2016.

[4] Ramos, E. dos S. et. al. Ciência, Tencologia e Sociedade no contexto da Sala de Aula, UFRJ 2008.

 

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×