04/11/2025

Demonização do Professor

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

É inquestionável o poder transformador da educação e por isso a demonização dos professores por parte de uma elite que não mede esforços para manter a população longe das instituições educacionais, mas como a educação é um direito inalienável, esta elite tenta de certa forma sucatear estas instituições e adjetivar docentes de forma pejorativa para que sejam vistos como verdadeiros inimigos da sociedade.

É obvio que os manipuladores precisam de pessoas docilizadas e subalternas, vistas como verdadeiro gado de manobra, mas para isso, usam-se o medo e jogam com a fé dos fieis que fazem parte deste universo de seres imbecilizados.

Peguemos como exemplo as falas de um pastor que disse que ao invés do filho fazer faculdade, ele deveria vender picolé, e a filha ficar em casa, porque as faculdades na verdade criam “vagabundas” e todos irão para o inferno[1], mas isso é porque as faculdades na verdade ajudam a desenvolver a criticidade das pessoas fazendo com que elas se livrem de manipulações como deste pastor.

Com isso, é fácil entender o medo que a elite tem da educação e o porque de quererem que a população fique longe das instituições.

O fato é que como estratégia, estes manipuladores afirmam que os professores, profissão esta que deveria ser respeitada e valorizada, são na verdade doutrinadores, o que é uma fala intencionalmente equivocada, isso porque o professor na verdade oferece ao seu educando forma dele mesmo desenvolver o discernimento e quando isso acontece, este educando passa a enxergar a sua realidade nua e crua, sem a romantização.

Ele percebe que as diferenças sociais são intencionais e servem como controle.

Percebem também que o Estado deve estar a serviço do povo e que a ideia de Estado mínimo é uma forma de exploração e aniquilamento dos direitos e da própria dignidade e percebem ainda que problematizar uma situação é uma forma de buscar solução para quem sabe, erradicar o problema causador.

Enfim, é por meio da educação que o senso de percepção fica mais aguçado e aí está o grande pavor das elites, isso porque as pessoas se tornam mais questionadoras, menos alienadas e manipuláveis.

Observem, quando alguém acusa a instituição e/ou professor de ser(em) doutrinador(es), ele(s) assim seria(m), se não trabalhasse(m) a criticidade do educando, porque a omissão é o verdadeiro pré-requisito para uma doutrinação, como temos aos milhares no Brasil, representada a escória hipócrita da sociedade.

Estes hipócritas banalizam a morte de mais de 120 pessoas na cidade do Rio de Janeiro, moradoras de uma comunidade “favela” e formadas por pretos e pardos, mas não se manifestam ou tem esquecimento seletivo quando se trata de pessoas de suas estirpes como Gustavo Gayer que foi detido depois de matar pessoas dirigindo drogado e portando drogas, como filho de delegada e parlamentar, foi liberado e nunca respondeu ao processo, como primo do parlamentar Nicolas que foi detido com mais de 30 kg de maconha e 4 kg de cocaína mas logo foi solto por ordem um desembargador.

Se esquecem seletivamente que o avião da senadora Damares foi pego com 290 kg de skank, mas que ela sequer foi investigada, e que outro avião, este presidencial, foi surpreendido na Espanha com 39 kg de cocaína pura. Nada foi perguntado pela Justiça para presidente na época.

Temos também o caso do Secretário Nacional de Pesca e Aquicultura no governo anterior, cujo caminhão apreendido pela Polícia Federal transportando 322 kg de maconha, mas em sua declaração disse que o veículo não era mais dele, pois havia vendido e esquecido de comunicar ao Detran.

Observe, qualquer pessoa com discernimento perceberia a manipulação da mídia e da política em justificar a morte destas pessoas vistas como os verdadeiros traficantes, sendo que as mencionadas acima, são inocentes.

Qualquer pessoa com o mínimo de inteligência possível perceberia que o crime organizado não está nas favelas, está no Congresso, nos parlamentos, nos condomínios, na Faria Lima, e em todos os lugares onde os pobres sequer sonham em ter acesso.

Isso é desenvolver discernimento e diverge completamente de alienação, assim sendo, que os professores possam continuar desempenhando o seu verdadeiro papel como transformador social por meio da educação, que hoje é a maior arma que temos para combater estas injustiças.

 

[1] https://www.instagram.com/reel/C8mhMcMRuz3/?utm_source=ig_web_copy_link

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×