Democracia Participativa, Representativa e o Ensino Público

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

A política é essencial em nossa vida, corroborando esta fala, Rios em seu livro intitulado Ética e Competência nos esclarece que não há vida social que não seja política, assim sendo, a autora complementa que cabe a escola preparar o educando para a vida política, ou seja, para compreensão da totalidade social ao qual ele se encontra inserido.

Tais falas são acrescidas por Libâneo em seu livro intitulado Didática, publicado pela Cortez em 1990 ao elucidar que a docência é um ato político por se realizar no contexto das relações sociais cujos interesses das classes sociais são manifestados.

Gallo em seu livro Ética e Cidadania: caminho da filosofia: elementos para o ensino da filosofia, publicado pela Papirus em 2003, é enfático ao esclarecer que política nada mais é que tomadas de decisões focando interesses que refletirão na coletividade. Para o autor, ética e política deveriam andar sempre juntas, entretanto isso é algo que está fora de cogitação em nosso país.

Rodrigues em seu livro Ética e Cidadania, publicado pela Moderna em 1994, cita Herbert de Souza ao esclarecer que política está relacionado ao poder estabelecido entre as pessoas e/ou grupos de uma sociedade, e nesta relação de poder, encontra-se vários campos como política comercial, financeira, militar, social, econômica, educacional dentre outras.

Para Hebert de Souza a política tem a ver com poder - ela nasce de uma relações de poder que se estabelece entre as pessoas ou grupos de uma sociedade. Por isso existe "a política" e as várias políticas determinadas por relações de poder em campos específicos como política comercial, financeira, militar, econômica. Acho que o grande desafio da definição de política está em desvendar o que é poder.

Ribeiro em seu livro Política: quem manda, por que manda e como manda, publicado pela Nova Fronteira em 1998, corrobora com as falas acima e acrescenta que política é exercício do poder bem como as múltiplas consequências desse exercício.

Cabe ressaltar que este poder encontra-se também na relação entre indivíduo e sociedade e para Morin em seu livro Pedagogia Dialógica, publicado pela Cortez em 2002, enfatiza que a democracia favorece esta relação, já que ela é mais que um regime político, pois torna-se uma cadeia complexa e retroativa, ou seja, os cidadãos produzem democracia que produz cidadãos.

É interessante saber diferenciar autoritarismo da democracia, o que para Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, aduz que o autoritarismo não é nada mais que a doença da autoridade, pois um governo se torna autoritário quando este passa a governar de acordo com os princípios estabelecidos por ele mesmo ou por seu grupo social ao qual lhe dá sustentação política, e isso nos remete a uma antiga fala de Winston Churchill quando afirmava ser a democracia o pior sistema do mundo, com exceção de todos os outros.

A democracia pode ser representada pela democracia Participativa e Representativa, sendo que a primeira conta com a existência de mecanismos de controle da sociedade civil sob a administração pública, isso implica em dizer que o ato democrático não se resume ao voto apenas, já que ela abrange a esfera social, e isso faz com que este tipo de democracia seja visto como ideal, pois o exercício do poder político encontra-se pautado no debate público entre cidadãos livres e em condições de iguais participação, orientadas por princípios de inclusão, pluralismo, igualdade, autonomia além da justiça social.

A democracia representativa, está relacionada a uma pessoa a te representar, por meio do voto, e esta pessoa está pessoa representa.

Morais em seu artigo Democracia Participativa e Representativa[1] complementa ao afirmar que a democracia representativa é a forma mais comum nos Estados, e que a escolha do representante através do voto é para que este possa representar o povo ou uma nação, tendo "como dever decidir, agir e representar a sociedade". É uma democracia em que o povo exprime sua vontade a cada quatro anos, cabendo aqui uma observação de que este tipo de democracia não é suficiente para a complexidade da sociedade moderna, já