Das Narrativas de Ensino às Narrativas de Pesquisa.
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Como visto no texto Educação Pública e Narrativas de Aprendizagem, as narrativas mostram um sentimento de pertencimento, subtraindo qualquer segregação, já que na narrativa o sujeito indivíduo passa a ser também sujeito participante de um coletivo.
A professora Angelita[1] efetivou um trabalho denominado colcha de retalhos cujo foco está no rito de passagem da incompletude do ser, implicando em um devir mediante suas ações, vivências e historicidades.
Para a professora, cada participante com suas peculiaridades acrescenta pela sua narrativa, um saber evidenciado e experienciado bem com a sua permuta, desnudando outras realidades, favorecendo em concomitância, a escuta de seus pares, o conhecimento e o respeito a sua história.
Complementando as falas de Angelita, o professor Adelson[2] elucida que experiências narradas são vistas como elementos de formação na ação docência.
Dito isso, nas falas dos professores supracitados, ficam explicitadas que por meio das narrativas o conhecimento é trabalhado a partir das experiências expostas bem como das análises realizadas pelos envolvidos.
Interessante salientar para que as narrativas ocorram, é necessário que nós educadores saiamos do discurso e passemos para o diálogo, já que neste, supõe troca e não imposição e que é corroborado em meu livro Educação uma questão de politizar, publicado pela WAK em 2022, no qual é aduzido que o diálogo é a base de toda educação, já que ele é imprescindível ao ato cognoscente.
Neiva em seu livro Lições Aprendidas. Publicado pela Editora Universidade em 2006, pontua que no diálogo as pessoas tornam-se observadoras do próprio pensamento.
Harari em seu livro 21 Lições para o Século 21. 3 ed, publicado pela Companhia das Letras em 2018, elucida que pela narrativa, se provê uma identidade, dando sentido a própria vida, incorporando assim algo maior a própria pessoa.
Para Santos, Fouraux e Oliveira[3], no artigo Narrativa como método de pesquisa, publicado pela Revista Valore, publicado em jan 2022, esclarecem que a “narrativa é a forma pela qual as pessoas organizam suas vivências mentalmente para externalizá-las, seja pela fala verbal, gestual ou outra”, desta forma, elas poderão ser aplicadas tanto no ensino quanto na pesquisa científica, esta que permitirá uma melhor compreensão quanto a importância do ouvinte e de quem narra.
Assim sendo, que nós educadores possamos fazer uso das narrativas de forma a auxiliar nossos alunos em seus processos de ensino-aprendizagem como também ao fomento da pesquisa.
[1]Angelita Aparecida Azevedo Freitas Doutora em Educação pela UFMG
[2]Adelson Dias de Oliveira Doutor em Educação e Contemporaneidade pela UNEB
[3]SANTOS, Márcio de Souza; FOURAUX, Carolina Gonçalves da Silva; OLIVEIRA, Valéria Marques de. NARRATIVA COMO MÉTODO DE PESQUISA. Revista Valore, [S.l.], v. 5, p. 37-51, jan. 2020. ISSN 2526-043X. Disponível em: <https://revistavalore.emnuvens.com.br/valore/article/view/400>