21/05/2021

DANÇA E COGNIÇÃO: UM OLHAR DE CONEXÃO

DANÇA E COGNIÇÃO: UM OLHAR DE CONEXÃO
 
Dance and Cognition: A Look of connection 


   Resumo: Ser capaz de fazer uso da melhor forma física e psicológica é um prazer imaginado e desejado por todo ser humano que almeja um bom estado de saúde. Sabe-se que saúde é um conjunto de fatores que se estendem além da questão de ausência de doença no organismo humano. Este estado é um combinado que agrega quesitos físicos e mentais. O trabalho de melhora cognitiva é um meio de conseguir um desses estados de saúde, sendo introduzido através de técnicas que atualmente se demonstram variadas, a fim de alcançar um maior número de vitórias. A dança é uma dessas técnicas. Este texto buscou trazer um olhar a respeito da conexão entre dança e cognição, e o quanto esta mistura pode ser benéfica para o ser humano, visto que a dança é uma atividade que engloba diversos aspectos de melhora para o organismo humano.
Palavras-chave: dança; cognição; saúde mental; .
Abstract: Being able to make use of the best physical and psychological shape is a pleasure imagined and desired by every human being who long for being in good health. It is known that health is a set of factors that extend beyond the question of absence of disease in the human body. This state is a combination that adds physical and mental requirements. The work of improving cognition is a way of getting one of these states of
many aspects of improvement for human organism. Keywords: dance; cognition; mental health.
1. Introdução
O controle das funções mentais é um dos bens mais preciosos que possuímos. Conduzir o nosso sistema mental a um bom caminho em questão de plasticidade é
      health, being introduced through the techniques that are currently shown varied, to
 activate a greater number of victories. Dance is one of those techniques. This essay
 sought to bring a look about the conection between dance and cognition, and how this
 blend can be beneficial for the human being, seeing that dance is an activity that includes
  
fundamental em nosso crescimento e manter a capacidade mental em boas condições torna-se fundamental com o avanço da idade.
Dentre alguns dos fatores desencadeadores da perda cognitiva podemos listar as doenças neurodegenerativas, como Alzheimer (RIBEIRO, 2013)1, insuficiência cardíaca (RÊGO,CABRAL & FONTES, 2018)2, demência (NIMOTO, SATO, TAKAHASHI, TAKEDA, MATSUSHITA, KITABATAKI, MARUO, & ARAO, 2018)3, Parkinson envolvendo fatores como “memória, linguagem, capacidade visuoespacial e funções executivas” ( OLIVEIRA & MACHADO, 2014)4, doenças vasculares (VERCAMBRE, GRODSTEIN, MANSON,STAMPFER & KANG, 2011)5 e a perda cognitiva devido ao avanço da idade, que de acordo com Norton, Guimarães, Kozonoe, Mancilha e Neto 6 (2009), fazem parte das alterações características que acompanham o envelhecimento, tendo déficits cognitivos que são considerados naturais, tais como esquecimentos, dificuldades na execução de cálculos e problemas com a atenção.
Para que haja um declínio desses déficits cognitivos é necessário o diagnóstico adequado, através de um olhar cuidadoso dos que rodeiam o indivíduo que possa estar sofrendo dos agravos desses déficits cognitivos, seja o professor ao ver a dificudade de um aluno ou do cuidador ao idoso, que conforme Machado, Ribeiro, Cotta e Leal 7 (2011), sofrem com a perda da capacidade funcional, que acaba provocando a perda de autonomia, refletindo portanto na qualidade de vida do indivíduo.
As medidas a serem tomadas para solucionar esses declínios cognitivos podem vir de diferentes métodos, pois segundo Fonseca, Pureza, Gonçalves, Oliveira, Kristensen e Stein 8, (2011), “o estudo sobre cognição humana apresenta um caráter interdisciplinar com contribuições de inúmeras disciplinas científicas”. Esse caráter interdisciplinar estende-se também às intervenções terapêuticas, que podem valer-se do uso de medicamentos, ou de abordagens através de práticas como terapia ocupacional,

conforme explicado por Lara, Gulartt, Chicon e Quaresma 9, (2017) sendo que estas compreendem o uso de jogos que auxiliam a estimulação cognitiva, tendo estas atividades uma identidade lúdica, para manter a saúde cognitiva do idoso.
É em torno desse olhar de conexão entre a dança e a cognição que este texto foi modelado, a fim de estudar o que vem sendo apresentado na comunidade científica a respeito deste tema, de maneira mais concisa, e ter assim uma visão geral a respeito do assunto.
2. Conceito de Cognição
Segundo o dicionário Houaiss 10(2009), cognição conceitua-se por conjunto de unidades de saber da consciência que se baseiam em experiências sensoriais, representações, pensamentos, lembranças; um dos três tipos de função mental.
Ao se buscar pelo conceito básico de cognição dentro da literatura científica, encontra-se uma gama de conceitos associados à explicação das “Ciências da Cognição”, conforme o artigo de Borba, Pereira e Santos 11 (2014), entitula as diferentes explicações para o estudo da cognição, o que demonstra que a compreensão do que é cognição atende a muitas linhas de pensamento.
Ainda neste mesmo artigo supracitado, os autores trazem que a neurosciência revela que o conhecimento se dá por estímulos em redes neurais, sendo esta uma linha que amplia o entendimento da relação cognição e termos biológicos.
3. Dança e atividade física
Sabe-se que os cuidados com o corpo abrangem abordagens que não se restringem somente ao conceito de saúde apresentado antigamente pela Organização

Mundial de Saúde 12 (1948), que entendia saúde como “ausência de doença”. Cuidar da saúde é, utilizar-se de meios que modelem os quesitos necessários para haver bem estar,
Dentre as abordagens utilizadas para o balanceamento da saúde está a prática da atividade física, que conforme postulado por Caspersen, Powell e Christenson 13 (1985), subentende-se por exercício físico, uma vez que este constitui uma subcategoria da atividade física (que seria qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em maior gasto energético,em relação a taxa metabólica de repouso), de caráter planejado, estruturado, repetitivo e intencional, com objetivo de manter ou melhorar um ou mais componentes da aptidão física. (SANTA-CLARA, PINTO, SANTOS, PINTO, MELO, ALMEIDA, PIMENTA, ABREU & MENDES, 2015) 14.
Conforme exposto por Alves e Nascimento 15 (2016), o uso de dança como uma atividade física,tem a função não só de manter o corpo em boa forma física, mas engloba aspectos emocionais e sociais, como laços de amizade, fazendo com que os resultados desta prática sejam satisfatórios para a saúde do praticante.
4. Dança e cognição
A interação entre a dança e a cognição permeia uma acentuação na união entre o complexo movimento e memorização, e, conforme Bläsing, Calvo-Merino, Cross, Jola, Honisch e Stevens 16 (2012), a dança tornou-se uma riqueza em material para os pesquisadores que buscam essas duas vertentes.
Conesa e Angosto 17 (2017), entedem que a dança é uma atividade enriquecedora e formativa para todoas as pessoas, em especial para jovens e crianças. Seguindo este

pensamento, é uma excelente abordagem de crescimento, pois faz com que o desenvolvimento mantenha um curso de melhoras constantes e significantes.
Sabe-se também que também que a dança influencia na melhora de patologias que provocam déficits cognitivos, conforme consta no estudo feito por Chen et al 18 (2016), onde os portadores de esquizofrenia obtiveram uma melhora em aspectos como: memória, função executiva e velocidade de processamento, após participarem de uma intervenção co um programa de dança aeróbica.
Dançar é um fenômeno de desenvolvimento cognitivo constante, pois envolve inúmeros processos fisiológicos que compõem a melhora cognição, independente da faixa etária, definindo a dança como um método de trabalho cognitivo de fácil adesão é que se insere em um contexto amplo de saúde.
5. Considerações finais
É identificável que a cognição intacta de um indivíduo é de suma importância, pois o faz ser completo em diversos aspectos. Isto faz com que cognição e dança estejam conectados, visto que a dança é uma modalidade de aprendizagem e formação completa, fazendo com que o seu praticante integre-se de diversos componentes de um organismo saudável.
Embora atualmente o olhar das ciências da saúde estejam mais atentos para o uso desta prática em um contexto interdisciplinar de tratamento, repara-se através desta breve investigação que ainda há lacunas a serem preenchidas, fazendo-se necessário mais estudos e atualizações em diferentes áreas da saúde, indo além de estudos sobre a influência da dança na qualidade de vida, no bem estar em modelos sociais e emocionais.

Aprender a respeito da parcela de evolução cognitiva da prática da dança e sua influência no organismo humano como um todo é também uma necessidade de inovação neste campo, e com esperança trará novas e boas descobertas.
Referências
1 Rêgo, MLM, Cabral, DAR, Fontes EB. Déficit Cognitivo na Insuficiência Cardíaca e os Benefícios da Atividade Física Aeróbia. Arq Bras Cardiol. [periódico na internet]. 2018 ; 110(1):91-94. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2018/v11001/deficit_ cognitivo_na_ insuficiencia_ cardiaca. asp&ved=2ahUKEwjmyc6FiazfAhXCjZAKHchnAfwQFjAAegQIARAB&usg=AOvVa w2BsaM1uhFCmWiMqQkVKkKR. [2018 out 03].
2 Ribeiro S. Neurosciências. Estudos Avançados. [periódico na internet]. 2013;27(77). Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.scielo.br/pdf/ea/ v27n77/v27n77a02.pdf&ved=2ahUKEwjv76LAhqzfAhURl5AKHRt6B0wQFjAAegQI BRAB&usg=AOvVaw2rg_CN3Bjxc0v0Kmj2Mx_-. [ 2018 set 12].
3 Nemoto Y, Sato S, Takahashi M, Takeda N, Matsushita M, Kitabataki Y, et al. The association of single and combined factors of sedentary behavior and physical activity with subjective cognitive complaints among community-dwelling olderadults:Cross-sectional study. PLoS ONE. [ periódico na internet]. 2018;13(4): e0195384. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article%3Fid%3D10.1371/ journal.pone.0195384&ved=2ahUKEwj0yrK3h6zfAhWLEJAKHT7dC0oQFjAAegQIB hAB&usg=AOvVaw1_wG5fu3O-dClx6GowmHk0. [ 2018 set 13].
4 Oliveira MD, Machado DMS. Declínio cognitivo na Doença de Parkinson: contribuições da neuropsicologia. Rev. Med Minas Gerais. [periódico na internet]. 2014; 24(3): 349-354. Disponível em: http://rmmg.org/exportar -pdf/1656/v24n3a11.pdf&ved=2ahUKEwjn-f-9jazfAhUFI5AKHTVvClMQFjAAegQIA xAB&usg=AOvVaw2fuyrig2RnLKgDU3ouApgH. [ 2018 out 10].
5 Vercambre M, Rodstein F, Manson JE, Stampfer MJ, Kang JH. Physical Activity and

Cognition in Women With Vascular Conditions. Arch Intern . Med. [ periódico na internet]. 2011; v. 171,n.14. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/21771894&ved=2ahUKEwjjrIbxj6zfAhXIWp AKHfQoCgAQFjAAegQIBBAB&usg=AOvVaw18sGFUIRl3-9BimlOSkyXk. [ 2018 ago 22].
6 Nordon DG, Guimarães RR, Kozonoe DY, Mancilha VS, Neto VSD. Perda Cognitiva em Idosos. Rev. Fac. Ciênc. Med. [ periódico na internet]. 2009; Sorocaba,v.11, n.3, p.5-8. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/ index.php/RFCMS/article/viewFile/1874/1288&ved=2ahUKEwjWvvb1kKzfAhUCQ5 AKHVtqAEgQFjAAegQIBRAB&usg=AOvVaw2v7yldmMCT8xiMLboPCi6h. [ 2018 ago 21].
7 Machado JC, Ribeiro RCL, Cotta RMM, Leal, PFG. Declínio cognitivo de idosos e sua associação com fatores epidemiológicos em Viçosa, Minas Gerais. V. Bras. Geriatr. Gerontol. [ periódico na internet]. 2011;14(1):109-121. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php%3Fpid%3DS1809-98232011000100012% 26script%3Dsci_abstract%26tlng%3Dpt&ved=2ahUKEwjnv-_qkazfAhVBHpAKHdftB tYQFjAAegQIAxAB&usg=AOvVaw15wD9lFs6Ifay4QbZV_73h. [ 2018 set 13].
8 Fonseca RP, Pureza J, Gonçalves H, Oliveira RG, Kristensen CH, Stein LM. Estudos sobre cognição humana na revista Psico nos últimos 40 anos. Psico PUCRS. [ periódico na internet]. 2011;v. 42, n. 3, pp. 295-302, jul./set. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/ article/view/9911&ved= 2ahUKEwju19qLk6zfAhXLI5AKHfG_ARUQFjAAegQIBhAB&usg=AOvVaw36lsi26 21SPJabogRJ4uAK.[ 2018 set 27].
9 Lara DD, Gulartt V, Chicon, PMM, Quaresma CRT. A Contribuição dos Jogos para o Estímulo Cognitivo e Social em Idosos. Em: Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, [Anais, XXII Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão. ]Cruz Alta: Universidade de Cruz Alta; 2017. [2018 set 20].
10 Houaiss, A. & VillarVillar, M.S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1a Ed. Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro; Objetiva;2009.
Santa-clara H, Pinto I, Santos V, Pinto R, Melo X, Almeida JP, et al. Atividade física e

exercício físico: especificidades no doente cardíaco. Revista Fatores de
Risco.[ periódico na internet]. 2015; no 35 Jan-Mar, p. 28-35. Disponível em: http://repositorio.chlc.min-saude.pt/handle/10400.17/2154&ved=2ahUKEwir9NaO lqzfAhXChZAKHbqFCAIQFjABegQIBxAB&usg=AOvVaw1X5a0uLsAGIEuTFjO8U VJ1. [ 2018 out 05].
15 Alves JN, Nascimento DC. Dança de Zumba como instrumento em prol da saúde e do bem estar para comunidades periféricas do Município. Id on Line Multidisciplinary Journal and Psycology. [periódico na internet]. 2016; v.10, n. 30. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/449. [ 2018 ago 05].
16 Bläsing B, Calvo-Merino B, Cross ES, Jola C, Honisch J, Stevens CJ. Neurocognitive control in dance perception and performance. Acta Psychologica. [periódico na internet]. 2012; 139 (2012) 300–308. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22305351. [2018 ago 02].
17 Conesa, E. & Angosto, S. La expresión corporal y danza en la educación física de secundaria y bachillerato. Cuad. psicol. deporte. [ periódico na internet] 2017; 17(2): 111-120, maio. [ 2018 out 09]. Disponível em: https://revistas.um.es/cpd/article/view/301961/216641&ved=2ahUKEwih8ub6l6zfAhW CTJAKHVlgDBcQFjAAegQIAxAB&usg=AOvVaw2iJPvPDm_9nKjDYkK5BMD7.
[ 2018 out14].
18 Ming-De Chen M, Kuo Y, Chang Y, Hsu S, Kuo C, Chang J. Influences of Aerobic Dance on Cognitive Performance in Adults with Schizophrenia. Occup. Ther. Int.
[ periódico na internet]. 2016; 23 (2016) 346–356. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed27363988&ved=2ahUKEwjb3Au0QFjAAegQ IBhAB&usg=AOvVaw1Yv7dWZkIFkl_lrwZci7bD. [ 2018 out 19].

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×