30/04/2019

Da Descentralização a Idiotização

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            O Ministério da Educação é uma pasta que recebe muito dinheiro do governo e isso gera uma briga entre partidos, ideologias e bancadas, o que tem acarretado disputas internas no MEC e emperrando a educação.

            Interessante é perceber que temos representantes e consultores do governo que não acreditam em combustíveis fósseis, no heliocentrismo, com alguns defendendo inclusive a teoria do terraplanismo, e desacreditando até mesmo na teoria da relatividade, ou seja, nada provado através da ciência e sim meras especulações, e nada mais, e muitas destas pessoas como mencionado acima, estão justamente ocupando os cargos mais importantes deste ministério que direcionam o pais para a seara do progresso.

            Assim sendo, no MEC, além dos problemas políticos que se tornaram corriqueiros, temos também os problemas estruturais com disseminação ideológico, a ponto de fazer imbecilidades permitindo cortes nos cursos de humanas como Filosofia e Ciências Sociais.

            O governo não tem conhecimento de que um a cada três estudantes em países ricos opta por humanas. Este setor é o mais procurado entre os universitários dos países da OCDE, que é o grupo das economias ricas o qual o Brasil pretende fazer parte.

            OCDE é uma organização internacional com sede em París, cujo objetivo é promover políticas focando o desenvolvimento econômico e o bem estar social de pessoas por todo mundo. Este grupo é formado por 34 países e uma das pautas dele é o combate a corrupção e à evasão fiscal.

            É sabido que o não investimento nas áreas humanas não mudará a realidade do país e sequer terá um reflexo positivo nos orçamentos. Reflexo positivo terá quando o governo realmente abandonar a velha política em que os parlamentares para votarem em alguma proposta necessitam de um suborno, o que é chamado por eles de negociação.

            Reflexo positivo na política será quando o governo colocar no MEC pessoas realmente comprometidas com a educação de qualidade e experientes com educação pública (educação básica), visto que o problema da educação está em sua base e a mesma precisa ser trabalhada por profissionais licenciados e experientes com educação pública.

            A História nos mostra, no caso dos Estados Unidos, a importância do investimento na democratização da educação pós Segunda Guerra Mundial, e o que teve como resultado nas décadas seguintes, três ministros da Corte Suprema, três presidentes, uma dúzia de senadores, mais de 20 ganhadores do prêmio Pulitzer, 238 mil professores, 91 mil cientistas, 67 mil doutores e milhares de outros profissionais. Isso sem contar com 14 ganhadores do Prêmio Nobel.

            Segundo Jamil Chade, o investimento em educação correspondeu a 1 por 7, ou seja, para cada dólar investido, 7 foram retornados para a economia[1].

            Chinoy é enfática ao esclarecer em seu livro, Sociedade: Uma introdução à sociologia, publicado pela Cultrix em 2006 que a sociologia além de acrescentar o conhecimento que tem o homem de si mesmo e da sua sociedade, ela contribui também para a solução dos problemas sociais com o intuito de  realizar e conservar a espécie de sociedade em que ele espera viver, lembrando que somos animais sociais, dito isso, uma ação que venha erradicar e/ou sucatear qualquer disciplina ligada a área da saúde, e no mínimo desrespeitoso com o povo brasileiro, já que a desculpa é para economizar dinheiro publica, que se faça isso cobrando dos verdadeiros devedores desta sociedade, como exemplo, sabendo que o IBAMA vem aplicando multas desde 2012 totalizando 154 bilhões e recebeu apenas 0,06 destas multas.       Porque também não encontrar uma forma de fazer com que as empresas paguem os 426 bilhões devidos ao INSS, dentre outras dívidas que são esquecidas pelos políticos e empresários a troca de favores políticos.

            Realmente o dinheiro público deve ser gasto com seriedade o que não justificam estultices como sucateamento das faculdades de humanas.

            A falta de dinheiro se dá devido a cleptocracia e se tais dívidas fossem sanadas, resolveríamos muitos problemas relacionados a segurança, saúde, educação, transporte oferecendo assim, um pouco mais de dignidade ao povo brasileiro e melhor qualidade de vida.

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