Curso para professores discutirá cultura popular brasileira
Encontros na Casa das Rosas irão abordar a obrigatoriedade do estudo de história e cultura afro-brasileira na educação básica
Professores e educadores interessados em participar da oficina temática sobre cultura popular brasileira oferecida pelaCasa das Rosas, em São Paulo (SP), podem se inscrever até 22 de outubro. Os encontros serão realizados aos sábados, das 14 às 17h, nos dias 1º, 8 e 22 de novembro. Já no dia 29 do mesmo mês, a oficina será estendida até às 18h para oferecer aos participantes atividade de vivência com tambores.
O curso irá abordar aspectos da cultura popular brasileira em consonância com a lei federal nº 10.639/2003, que determina a obrigatoriedade do estudo de história e cultura afro-brasileira.
Ministrado pelos profissionais Pedro Rodrigues, Gustavo Cék e Rômulo Nardes, o foco é discutir a participação africana e afro-brasileira no processo de conformação da cultura popular brasileira.
Também haverá análise das práticas culturais, maracatus, sambas e afoxés, a partir do debate de elementos fundamentais como: a oralidade, a música, as festas, a religiosidade, a literatura, as encenações, o canto e a dança. Vale ressaltar que no último encontro haverá uma vivência musical sobre os ritmos abordados durante o curso.
Ao todo, serão 30 vagas disponíveis, e o nome dos participantes será divulgado dia 28 de outubro no blog do Núcleo Educativo Casa das Rosas. As inscrições poderão ser efetuadas pelo e-mail educativo@casadasrosas.org.br ou presencialmente, na recepção da Casa das Rosas.
Palestrantes
Segundo divulgado pelo site Casa das Rosas, o palestrante Pedro de Cillo Rodrigues é mestrando em Sociologia na USP (2014) e graduado em Ciências Sociais pela mesma universidade (2009). Desde 2003, atua como educador e músico/percussionista, tendo sido professor de sociologia em escolas públicas e ministrado cursos em ONGs e outras instituições culturais. Atualmente é membro dos grupos artísticos Cangarussu e Mano Única.
Rômulo Nardes é percussionista e luthier de instrumentos de percussão. Atua na música desde 1997, e paralelamente vem desenvolvendo uma pesquisa acerca dos membranofones da cultura africana. Cursou percussão popular na Universidade Livre de música Tom Jobim, fez diversos cursos e vivências com mestres da cultura tradicional afro-brasileira e africana.
Gustavo Cék é arte-educador e percussionista desde 1998, tendo sido membro de diversos grupos musicais e artísticos ao longo de sua trajetória. Atualmente toca na banda de música instrumental Bixiga 70.
Obrigatoriedade
De acordo com a lei federal nº 10.639/2003, todas as escolas públicas e particulares da educação básica devem ensinar aos alunos conteúdos relacionados à história e à cultura afro-brasileiras. Desde o início da vigência da lei, em 2003, a temática se tornou obrigatória nos currículos do ensino fundamental e médio.
A lei ainda acrescentou à lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) dois artigos: 26-A e 79-B. O primeiro estabelece o ensino sobre cultura e história afro-brasileiras e especifica que as classes devem privilegiar o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
O mesmo artigo ainda determina que tais conteúdos devem ser ministrados dentro do currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística, literatura e história brasileiras. Já o artigo 79-B inclui no calendário escolar o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.
Fontes: Casa das Rosas - Ministério da Educação