18/10/2022

CUIDADOS COM A PELE NEGRA E O ENVELHECIMENTO CELULAR

Cuidados-com-a-pele-negra

MENDONÇA, João Paulo Santos Neves.*;

PEREIRA, Analice Nascimento.**;

DA ROSA, Vanessa Pack.**;

 


* Professor Orientador. Docente na Universidade de Cuiabá – Campus Primavera do Leste. Mestre em Ciências da Educação. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Química e Pedagogia.

**Graduandas pela Universidade de Cuiabá – Campus Primavera do Leste.


      A pele é o maior órgão do corpo e é responsável por muitas das funções fisiológicas do nosso corpo. A pele negra é uma tez rica em colágeno e melanina, o que ajuda a prevenir o envelhecimento. Por outro lado, é um tipo de pele que produz mais glândulas sebáceas, o que pode aumentar a oleosidade da pele, levando a mais casos de acne e foliculite, por exemplo (ALCHORNE, DE ABREU, 2008).

      A pele é uma barreira contra a agressão; protege-nos do calor e do frio; mantém o equilíbrio dos fluidos corporais; contudo, tem a função sensorial; e serve como uma ferramenta para chamar a atenção para nossa saúde emocional, pois também comunicamos nosso estado emocional através da pele. Portanto, a pele é um órgão extremamente importante. É preciso conhecer o tipo de pele e as necessidades específicas de cada indivíduo (ALCHORNE, DE ABREU, 2008).

      A pele negra tem algumas particularidades e o principal motivo é a maior tendência a ter pele oleosa no rosto. Por outro lado, a pele da região do corpo é mais seca, o que significa que os tipos de produtos utilizados nessas áreas devem desempenhar diferentes funções de hidratação e controle da oleosidade (KLIGMAN, SHELLEY, 1958).

      O maior mito é que a pele negra não precisa de protetor solar. Hoje percebemos que essa tendência está mudando, mas ainda precisamos conscientizar a população sobre a importância da proteção solar para todos os tipos de pele (SUGINO et al, 1993). Nossos corpos são compostos de trilhões de células, e juntas elas formam os tecidos que têm funções diferentes em cada um dos sistemas do nosso corpo. Ao longo dos anos, nossas células podem sofrer alterações que afetam seu bom funcionamento. O processo de envelhecimento é caracterizado pelo aumento do estresse oxidativo celular causado pelo excesso de radicais livres (moléculas tóxicas ao nosso organismo) (PORFÍRIO, FANARO, 2016).

      Nosso organismo produz antioxidantes ao longo da vida, substâncias que podem neutralizar os radicais livres e seus efeitos nocivos. Por outro lado, quando estamos expostos a situações como estresse, alimentação desequilibrada, uso de múltiplos medicamentos, tabagismo e processos inflamatórios, temos um aumento da presença de radicais livres, o que acelera o processo de envelhecimento celular (PORFÍRIO, FANARO, 2016).

      Quando esse antioxidante é reduzido, as células ficam menos protegidas e o processo de envelhecimento se acelera. Além do sistema antioxidante natural do corpo, podemos apoiar a proteção celular consumindo nutrientes com efeitos antioxidantes, como: Carotenóides encontrados em frutas e vegetais laranja, vermelho e verde escuro (mamão, manga, abóbora, cenoura, tomate e folhas verdes), vitamina C (frutas cítricas) e selênio (castanha do Brasil). Desta forma, para controlar os níveis de radicais livres e promover um envelhecimento saudável, recomenda-se uma alimentação equilibrada, rica em frutas e vegetais e atividade física regular (BARROS et al, 2013).

REVISÃO DE LITERATURA

      Os cuidados especiais começam no rosto. A pele negra produz mais sebo, e é por isso que tende a ser mais oleosa do que a pele branca. A especialista em pele negra Dra. Katleen Conceição, aponta dois cuidados essenciais e indispensáveis para manter a saúde: Homens e mulheres negras devem usar sabonete e protetor solar para peles oleosas ou sensíveis.

      O sabonete à base de ácido salicílico e ácido glicólico deve ser usado duas vezes ao dia, duas vezes ao dia. Quando se trata de proteção solar, o fator de proteção solar é de pelo menos 15; caso a pele seja impura, pode optar por um fator de 30. É necessário aplicá-lo três vezes ao dia, também diariamente, e melhor entre manhã, almoço e intervalo da tarde (ALCHORNE, DE ABREU, 2008). Os produtos não precisam necessariamente ser manuseados em farmácias especializadas, também podem ser adquiridos em outras lojas, desde que contenham as informações da diretriz (SUGINO et al, 1993).

      Ao contrário do rosto, a pele negra costuma ser mais seca em outras partes do corpo, daí a aparência acinzentada. Pessoas de pele escura devem evitar tomar banhos muito quentes e usar sabonete líquido se a pele estiver seca (SUGINO et al, 1993). A hidratação deve ser feita três vezes ao dia, e o hidratante deve ser denso. Os cremes indicados especificamente para pele negra são bons desde que sejam densos e cubram bem, penetram bem na pele. Além disso, devem conter ingredientes especiais, como óleo de amêndoa, uréia, óleo de semente de algodão ou manteiga de karité, que hidratam a pele (KLIGMAN, SHELLEY, 1958).

      Assim como a hiperatividade das glândulas sebáceas em pessoas negras torna a pele negra mais oleosa e oleosa, o mesmo acontece com a propensão à acne. Há também o caso da acne cosmética causada pelo uso de produtos capilares. Os negros tendem a ter cabelos mais secos e usam muitos cremes e óleos. O fato de o creme e o produto serem aplicados na testa pode levar à acne (KLIGMAN, SHELLEY, 1958). A pele negra pode ser submetida a qualquer tratamento estético. Claro que é necessário um cuidado especial, pois a pele reage de forma mais sensível ao aparecimento de impurezas e irrita-se mais facilmente (BERNARD, 2013).

      Os tratamentos estéticos podem ser realizados em qualquer época do ano, desde que seguidas as orientações médicas. Isso depende mais do paciente. Se o médico aconselhar você a ficar longe do sol e pedir outras medidas a serem seguidas, tudo bem. Pensando bem, é difícil pedir para não fazer um tratamento estético em um país tropical em determinada época do ano (BERNARD, 2013).

      Embora a pele negra seja mais resistente aos estragos do tempo, uma característica comum é que a pele dos olhos é flácida. A pele pode estar em dia, mas é comum ver negros na faixa dos 40 anos com aquela parte do rosto um pouco flácida (BERNARD, 2013). A foliculite é uma infecção muito comum em pessoas negras. O pelo é mais facilmente inflamado, causando manchas e aspereza da pele. Os procedimentos estéticos são indicados para quem quer se livrar da foliculite (SYED et al, 1995).

      Algumas doenças afetam mais severamente a pele negra. O especialista aponta os mais importantes: Câncer de pele: negros têm menor incidência. Mas eles podem ter melanoma. Esse tipo de câncer não tem nada a ver com a exposição solar, mas sim com fatores familiares (SYED et al, 1995).

      A hipertensão e a anemia falciforme (doença caracterizada por alterações nos glóbulos vermelhos) também são doenças hereditárias ligadas a fatores genéticos que exigem atenção especial dos negros (SYED et al, 1995). O fator de proteção mínimo para a pele é 30. Para termos a proteção necessária, o mais importante é garantir que o protetor solar seja reaplicado 15 a 30 minutos antes do banho de sol (SYED et al, 1995).

      Existem alguns cuidados adicionais para manter a pele saudável, como ter uma rotina de limpeza com o sabonete específico para o seu tipo de pele; usar protetor solar diariamente; evitar pegar feridas ou acne na pele; cuidado com as manchas que podem aparecer na pele; manter o rosto e o corpo sempre hidratados; entrar em contato com seu dermatologista de confiança ou equipe de saúde (KLIGMAN, EPSTEIN, 1975).

      A pele negra resiste à passagem do tempo por ter maior quantidade de melanina, que é um fator de proteção natural. Também resistente ao tempo, os cuidados devem começar cedo, entre 23 e 25 anos de idade. No entanto, a pele negra também tende a manchar mais facilmente devido ao maior teor de melanina e apesar da resistência ao sol, não deixa de usar protetor solar (KLIGMAN, EPSTEIN, 1975).

      O envelhecimento celular prematuro ocorre devido à grande quantidade de radicais livres no organismo. Essas substâncias, que resultam do excesso de oxigênio, são normalmente produzidas pelo organismo e desempenham um papel importante no seu funcionamento (embora sejam tóxicas) quando não há excesso. O tabagismo é um dos hábitos que mais contribui para o aumento da produção de radicais livres (KLIGMAN, EPSTEIN, 1975).

      Portanto, o envelhecimento celular é significativamente acelerado pelo tabagismo, levando a efeitos ainda piores na saúde, como doenças relacionadas ao tabaco. Se você traz um cigarro, você recebe um trilhão de radicais livres e se você ficar parado, você recebe um bilhão deles. As defesas antioxidantes do organismo para evitar essas doenças relacionadas ao tabaco definitivamente precisam ser muito fortes, ressalta o nutricionista Júlio Palazzo.

      Segundo o médico, a grande quantidade de radicais livres no organismo pode ter outra consequência negativa: se a produção de radicais livres de um indivíduo for muito intensa, pode levar a uma alteração no DNA que codifica aquela célula (o radical livre) em uma célula cancerosa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

      As pessoas de pele negra têm uma boa vantagem genética, pois esse tipo de pele possui altos níveis de melanina e colágeno, substâncias que a tornam mais resistente ao sol e ao envelhecimento precoce, além de ser mais resistente ao aparecimento de rugas e linhas de expressão. Sendo mais grosso, também dura algum tempo antes de ficar mole e raramente tem celulite.

      Mas isso não significa que a pele negra não merece atenção e cuidados diários. A pele negra é ainda mais resistente aos efeitos do sol e do tempo, e graças à alta pigmentação, mais propensa a manchas e queloides promovidos pelo excesso de colágeno. A pele negra costuma ser mais oleosa que as demais devido à maior secreção de suor, fator que promove maior incidência de foliculite e acne. Mas essa gordura não é a regra.

      Embora naturalmente mais resistente ao sol, a pele negra deve definitivamente usar protetor solar com FPS 15, no mínimo, mesmo em dias nublados ou em ambientes fechados. Além dos protetores, também é recomendado o uso de sabonetes e produtos específicos para cada tipo de pele, como antienvelhecimento, antioxidantes tópicos e tônicos, sempre recomendados por um dermatologista.

      Qualquer ferida ou processo inflamatório pode ser a causa de manchas escuras na pele, pois durante o processo de cicatrização a pigmentação na área afetada é ativa, portanto, a maneira mais eficaz de evitar esse problema é preveni-lo. Mas se você já tem manchas, substâncias clareadoras podem ser excelentes aliadas no tratamento dessa condição. Nesses casos, o uso de cosméticos contendo vitamina C, ácido kójico, alfa-hidroxiácidos e ácido fítico é o mais recomendado. Também é possível realizar procedimentos estéticos como o laser fracionado.

      Para prevenir a foliculite na pele negra, favorecida pela oleosidade excessiva e pela presença de cabelos crespos ou grossos, o método mais indicado é a esfoliação uma vez por semana nas áreas mais afetadas. O excesso de oleosidade da pele negra, se não for controlado diariamente, promove maior incidência de cravos e espinhas. O melhor nesses casos é limpar a pele duas vezes ao dia com sabonetes especiais para combater a oleosidade, de preferência líquidos. Além de um tratamento de acne e, se necessário, um tratamento de cicatriz de acne.

      E por fim, um dos cuidados diários necessários é o aumento da hidratação, como já mencionado, a pele negra é mais espessa e, portanto, muito mais resistente às agressões externas, mas essa resistência também impede que a pele absorva satisfatoriamente todos os nutrientes fornecidos por cremes e produtos cosméticos. A recomendação aqui é usar hidratantes diariamente, principalmente nas áreas mais secas.

      O envelhecimento ocorre em todos os níveis celulares do organismo e cada tecido possui suas peculiaridades (CALDEIRA et al., 1989). É o resultado de danos a moléculas, células e tecidos que, gradativamente, perdem a capacidade de se adaptar ou reparar os danos (NOCELLI, 2002). O envelhecimento pode ser definido como um processo de deterioração progressivo e irreversível característico da maioria dos sistemas e que, por progredir, acarreta uma alta probabilidade de morte de uma célula, um tecido, um órgão ou mesmo um indivíduo (ALVAREZ e JAVIER, 1999; ESBERARD, 1999). É um processo muito complexo influenciado pela estrutura genética do indivíduo, estilo de vida e ambiente (LEME, 2002).

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