21/10/2021

CORPOREIDADE E EDUCAÇÃO ATRAVÉS DA EXPRESSÃO CORPORAL DANÇA: Relato de Estágio Supervisionado

CORPOREIDADE E EDUCAÇÃO ATRAVÉS DA EXPRESSÃO CORPORAL DANÇA: Relato de Estágio Supervisionado

BODY AND EDUCATION THROUGH BODY EXPRESSION DANCE: Supervised Internship Report

Isis Amaral Thums

Especialista em Fisiologia do Exercício pelo Centro Universitário Internacional UNINTER, Graduação em Educação Física Licenciatura e Bacharel pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUI. E-mail: Isis_thums_@hotmail.com

Marilia de Rosso Krug

Docente do curso de Educação Física da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ e do Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral á Saúde da Universidade de Cruz Alta em associação com a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – PPGAIS/UNICRUZ/UNJUÍ. E-mail: mkrug@unicruz.edu.br

RESUMO

Vivemos em um país caracterizado pela diversidade étnica, cultural, social, comportamental e tantas outras pluralidades que nos fazem sentirmos diferentes, mesmo vivendo em um mesmo local. Compreendemos essas diferenças no âmbito escolar, como uma multiplicidade de gestos e gostos individuais, que são distintos e específicos, e por isso, tão interessantes de serem conhecidos. Ao ministrar as aulas de educação física, com o tema “Expressão corporal dança”, tornou-se um desafio transmitir significados cognitivos, pedagógicos e reflexivos para a vida dos alunos. Explorar experiências corporais, bagagens de conhecimentos e práticas individuais, através do estímulo para a criação, para além do saber fazer, e sim saber criar, recriar, refletir acerca das vivências escolares, compreendendo que a educação física, a cultura corporal de movimento e a expressão corporal trazem consigo muitos significados positivos para a formação escolar e para a sociedade. O papel da educação é abrangente e desafiador, onde um corpo biológico, através dos processos educacionais e vivências, torna-se também, um corpo repleto de conhecimentos e experiências para a vida.

Palavras-chave: Expressão corporal. Dança. Educação Física. Escola.

 

ABSTRACT

We live in a country characterized by ethnic, cultural, social, behavioral diversity and so many other pluralities that make us feel different, even living in the same place. We understand these differences in the school environment, as a multiplicity of gestures and individual tastes, which are distinct and specific, and therefore, so interesting to be known. By teaching physical education classes, with the theme “Dance corporal expression”, it became a challenge to transmit cognitive, pedagogical and reflective meanings to the students' lives. Exploring bodily experiences, baggage of knowledge and individual practices, through the encouragement of creation, in addition to knowing how to do, but knowing how to create, recreate, reflect on school experiences, understanding that physical education, body culture of movement and body expression brings with it many positive meanings for school education and society. The role of education is comprehensive and challenging, where a biological body, through educational processes and experiences, also becomes a body full of knowledge and experiences for life.

Keywords: Body language. Dance. PE. School.

 

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

            Ensinar e apresentar o mundo do movimento, das possibilidades vividas na dança, podem gerar gestos carregados de significados. Pois o ato de coreografar não é o único elo da dança. As práticas corporais e pedagógicas possibilitam ao aluno a oportunidade de opinar, imaginar, criar ideias e trazer seus interesses ou problemas da sociedade para esta prática de expressão corporal (MARQUES, 2016).

Existem momentos que nos fazem ter relações com essa expressão corporal, que se dá através da tematização da mesma. Quando ouvimos e dançamos uma música estamos tensionando ideias, o mundo da vida, das relações, decifrando códigos e novidades de se viver, com isso gerando formas de entender a dança (SURDI; MELO; KUNZ. 2016). Abre-se assim um caminho de possibilidades, que auxiliam no caráter pedagógico, fazendo com que o aluno reflita a cerca do que está praticando, viva os processos e sinta-se parte desta construção.

Cada época da sociedade possui um discurso diante o corpo do homem. Demandando autonomias diferentes, tipos de corporeidades distintos, sua soberania e autonomias. Pois em cada época, os interesses e conhecimentos mudam. Na antiguidade, por exemplo, o corpo do homem das cavernas era um objeto de sobrevivência e que aos poucos foram sendo introduzidos e cultuados em rituais coletivos (MARQUES, 2012). Diante disso, compreendemos que aos poucos os próprios homens foram criando simbologias e ritos diante seus corpos, com significados pertinentes a eles, porque o instinto não bastava diante das mudanças de hábitos e costumes adquiridos.

Segundo Scaglia (2004 P. 15)

A herança genética, ao contrario do que ocorre com os outros animais, não da conta de prover o ser humano de todos os conhecimentos necessários à vida. Não é o instinto que nos guia, mas o conhecimento que podemos construir e acumular ao longo de nossa existência.

Todo homem nasce de forma natural, biologicamente “igual”, e ao longo de sua vida, vai aprendendo de acordo com o meio que o cerca, os costumes e comportamentos necessários nesse ambiente. A educação vai transformando este indivíduo, que se “encharca” de vivências e experiências culturais no seu cotidiano (MARQUES, 2013).

Deve-se se ter a compreensão que, cada ser humano possui um olhar diante das coisas diferente, perspectivo, enxergando o seu lugar de um modo. Afinal, estamos em constante formação humana, num processo de “inacabamento”. O ser humano se desenvolve em moldes culturais e sociais.

Nesta perspectiva o olhar a criança como um ser que em seu desenvolvimento é como uma caixa vazia que vai sendo preenchida ao poucos, a partir de suas vivencias compreendemos a ideia do autor Rothe (apud FREIRE, 1999):

Se a criança vive na crítica, aprende a criticar.

Se uma criança vive com hostilidade, aprende a brigar.

Se uma criança vive com o ridículo, aprende a sentir-se culpada.

Se uma criança vive na tolerância, aprende a ser paciente.

Se uma criança vive com coragem, aprende a ter confiança.

Se uma criança vive com elogio, aprende a apreciar.

Se uma criança vive com retidão, aprende a ser justa.

Se uma criança vive com aprovação, aprende a gostar de si mesma.

Se uma criança vive com aceitação e amizade, aprender a encontrar amor no mundo

Através da educação transformamos a condição humana. Passamos de um corpo natural, para um corpo cultural. Com a perspectiva de que este corpo, possa ter essa compreensão de si mesmo e de sua existência, mas para além disso, seja pensante e crítico diante a sociedade. E que não esteja apenas inserido na “caixa de vidro” e moldado de acordo como os modelos sociais existentes, como ideais (SURDI; MELO; KUNZ, 2016). E sim faça parte da história da sociedade.

 O corpo desenvolvido na educação deve ser desafiado a conhecer a cultura corporal de movimento, como uma teia de significados, pois a cultura não está na natureza humana, ela é construída através da educação. Pois somente através desta é que será possível a auto inserção nas diferentes culturas, proporcionando conhecimentos, e potencializando a tecer novos sentidos.

 A escola deve contribuir na construção histórico cultural, para a configuração do mundo humano (KUNZ, 1994). Ou seja, se queremos uma mudança no mundo atual, devemos começar pela educação que realizamos no âmbito escolar. Pois é na escola, que criamos o modo de vida da sociedade, sendo o local das práticas culturais e rituais a serem ensinados que foram praticados ao longo da história. Além disso, continuamos reforçando nestes momentos as relações de poder e os “modelos” sociais do que é certo ou errado no modo de viver. Afinal, o mundo e o ser humano não se reproduzem naturalmente, sendo estimulados pela cultura, onde dá-se sequência aos hábitos e costumes pertinentes (SURDI; MELO; KUNZ, 2016). Por exemplo, inserimos os alunos na educação física que acreditamos ser eficiente, ou seja, é intencional o modo de educar e não espontâneo. O modo de ensinar é uma decisão individual, onde reproduzimos valores, regras e sentidos para os sujeitos que são inseridos na escola. E os significados para as coisas são invenções da sociedade, baseados na cultura.

A importância e obrigatoriedade da escola na sociedade existem pelo fato do seu conhecimento ser específico contribuindo e socializando o mesmo em prol da cidadania e o bem comum. Pois através da produção de corpos carregados de educação, conhecimento e construção crítica, é possível modificar a realidade em que vivemos.

A instituição escolar faz parte do estado (país) e do poder público, sendo de direito de todos e tendo como missão a disseminação e o debate dos conhecimentos formulados pela sociedade. A escola é o lugar de pertencimento, que deve estimular, acolher e produzir identidade. Onde se constrói vínculos de confiança, e a aprendizagem se constitui através do engajamento (FEIJÓ, 2020).

                                                                                                                                                                                                                         Atualmente é necessário formar cidadãos críticos na sociedade democrática republicana, para que estes possam participar da condução do futuro político, econômico e social que é de interesse de todos. Tendo em vista que as condições em que vivemos não necessitam ser aceitas. É possível melhorar a constituição e as leis, por exemplo. Não precisamos ser apáticos diante dos acontecimentos, porém apenas através  do conhecimento é possível compreender as regras do “sistema”, perceber sua pertinência e questioná-lo. (MARQUES et al., 2013, MARQUES, 2012)

No âmbito escolar, nenhuma verdade é absoluta, se devem conhecer outras perspectivas para que os alunos aprendam a respeitá-las, democratizando os conhecimentos e as culturas. O passado e futuro devem ser entrelaçados para situar crianças e jovens que acabam de sair do seu espaço privado, permitindo o conhecimento da humanidade existente e contribuindo com o seu progresso (DUARTE, 2021).

Diante disso, a sociedade deve analisar e propor ações, com discernimento dos assuntos para o bem comum, num espaço público. E a tarefa da escola é propor estes debates, de forma educativa, para um esclarecimento das responsabilidades sociais de cada indivíduo, sobre a igualdade de direitos e das manifestações de pluralidade. Segundo Duarte (2021), a liberdade dos cidadãos associa-se ao conhecimento, dado que a ignorância e a desigualdade da instrução estão na base das tiranias (estado laico). Assim, a intimidade com o mundo permite nele opinar, participar e assumir responsabilidades, através do conhecimento e pela educação.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Foram ministradas aulas de Expressão Corporal Dança, por um período de 30 encontros, cada encontro com o tempo de 50 minutos.

Segundo Feijó (2020), as experiências corporais trazidas pelos alunos de suas vivências, são extremamente importantes. Pois, existe uma apropriação dos conhecimentos, fazendo com que o aluno se sinta sujeito. Denunciando a neutralidade, com o corpo em movimento e se comunicando, o aluno interage de forma ativa. Sendo assim, foi permitido que os alunos participassem da construção da aprendizagem.

Como avaliação inicial, foram realizadas perguntas sobre a Educação física atual, o que eles entendem sobre a disciplina, seus significados, para que houvesse compreender de como eles “viam” essa prática corporal

O que o educador comunica verbalmente também diz através do corpo (pelos gestos, postura, tonicidade muscular), então as intervenções foram divididas da seguinte forma:

- Organização do trabalho: O propósito para que a aula aconteça;

- Motivação dos alunos: que eles se envolvam na realização das tarefas propostas;

- Disciplinar os alunos que não observam as orientações da aula: inibir comportamentos que atrapalhem o andar da aula e o empenho dos alunos;

- Instruir: processos orientados explicitamente a auxiliar os alunos a aprenderem os conteúdos da aula.

No que se refere à instrução, foram utilizadas quatro formas:

a) explicação: transmitir para o aluno uma ideia sobre como é um fenômeno específico, a explicação é acompanhada por uma demonstração.

b) demonstração: o professor tenta através do corpo ou através de vídeos, com os alunos, passar uma imagem de um movimento.

 c) orientação: reforçar durante a realização de uma tarefa, uma informação sem interromper a aula, com correções.

d) indagação: intervenção pautada com perguntas, para que o aluno pense sobre o que seria mais conveniente fazer numa determinada situação.

As estratégias que foram utilizadas no processo de ensino aprendizagem, foram a utilização da tecnologia, com fotos, realização de vídeos, pesquisas de curiosidade, imagens, etc. Com o objetivo de desenvolver a expressão corporal Dança, de forma reflexiva, lúdica e relacionar com a sociedade atual e suas perspectivas

 

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os fatores que influenciam na aprendizagem conceitual, procedimental e atitudinal dos alunos, é a maneira como o professor conduz as aulas, ou seja, como ele faz sua intervenção mediante as situações das atividades voltadas para a criação da dança, nas relações interpessoais (sociais e atitudinais) e também, nos tipos de tarefas que ele utiliza no desenvolvimento das aulas.

            Durante as aulas, procurou-se realizar além de atividades teóricas, também desenvolver e aprimorar as habilidades motoras básicas dos alunos, e, além disso, propor a compreensão que na Educação Física, dentro da dança e de diversas modalidades e atividades que foram praticadas, podemos aprender a realizar corporalmente os gestos, mas também podemos aprender conceitual e atitudinal mente com os conteúdos.

            Os conteúdos:

- Procedimentais: desenvolvem as habilidades táticas e técnicas individuais, as combinações táticas, os sistemas de jogo e estratégias de jogo, conteúdos vinculados ao saber fazer.

- Conceituais: são de caráter declarativo, podendo ser técnico (conhecer as regras, habilidades), tático (saber o que e quando fazer) ou críticos (valorização de determinados esportes em diferentes países)

- Atitudinais: desenvolver valores para diferenciar o que pode ou não ser feito durante um jogo, reconhecendo atitudes anti-desportivas (dopping) e até mesmo aprender a respeitar o seu adversário. (DUARTE, 2021; FEIJÓ, 2020; GONZÁLEZ, 2012).

Compreendendo que, tudo o que circula na sociedade é produtor de cultura, e tudo o que os alunos trazem consigo, suas experiências e vivências devem também foram valorizadas. E principalmente, o espaço para discussão e formação de opiniões mais críticas é a escola com a sua especificidade.

Por isso dentro das aulas, das atividades e nos momentos de criação, explorar a autonomia e valorizar os aspectos individuais e coletivos são essenciais. Este é o papel da escola, proporcionar um conhecimento além do prévio trazido pelos alunos, e que o educador tenha esta sensibilidade diante a produção de conhecimento pertinente.

Afinal, uma teoria não é uma solução, é a possibilidade de tratar um problema, onde a teoria em si não é o conhecimento, ela permite chegar ao conhecimento. Ainda, uma teoria não é uma chegada, é a possibilidade de uma partida (GONZÁLEZ, 2012).

A dança dentro das aulas de educação física devem proporcionar capacidades críticas na esfera da cultura corporal de movimento, proporcionando conhecimento, e que a mesma se constitui através da criação humana e da construção histórico cultural. Desafiando o aluno a compreender seus significados diante às práticas e reflexões na sociedade historicamente e atualmente.

Temos o desafio de transmitir uma educação física, que contribua com um “saber através do fazer”. E que esse saber tenha desenvolvimento e complexidade diante os anos escolares. Tematizando as aulas, discutindo vivências e experiências culturais, que também são introduzidas na vida dos alunos, de várias formas, como por exemplo no contexto familiar, social e através da mídia.

As formas de tematizar, através da possibilidade do se movimentar, das práticas sistematizadas, das representações sociais sobre a cultura corporal de movimento, através da dança.

 Necessária é uma ampliação do espaço de ação e reflexão, que permita ao professor dirigir seus interesses ao desenvolvimento dos processos de ensino, arranjando, observando e influenciando as aulas conscientemente como processo de socialização (KUNZ, 2006, p.118).

 

Essa tarefa não é uma tarefa fácil, pois exige estudo, planejamento, clareza dos objetivos a serem alcançados. É necessário compreender que em cada conteúdo da educação física, em cada cultura corporal, existem muito mais que apenas práticas. Existem os saberes corporais, conceituais e morais (atitudes), além dos gestos e vivências dos alunos, que possuem muitos significados culturais.          

Todos nós somos produtores de histórias e culturas das mais diversificadas, comportamentos, hábitos distintos, que na escola se conhece e possibilita-se a interação.       Sendo neste local que se aprende a criar possibilidades de convivência em sociedade. Segundo KUNZ (2006, p. 116) “A concepção de aulas abertas às experiências tem relação com o enfoque pedagógico sociocrático”.    Ainda segundo Kunz (2006, p. 114):

 

A transformação do agir pedagógico na Educação Física escolar torna-se necessária quando a intenção é propor mudanças. Percebe-se que, a cada dia, a Educação Física tem se tornado uma disciplina técnica, exigindo performances físicas, utilizando, como objetivos, as concepções do esporte competitivo de auto nível.

 

A pergunta que devemos fazer diante dessa reflexão é: Que corpo deve ser formado na escola através da educação física? Da dança? Um corpo apenas reprodutor de técnicas, que pratique corporalmente gestos motores, que compreenda a biologia e anatomia, que de acordo com KUNZ (2006, p.114), “Estes objetivos do esporte, no nosso entender, não permitem a existência das várias funções do movimento, entre elas as funções comunicativas e expressivas, que auxiliam no processo de ensino aprendizagem”.

A educação física não deve continuar com a tradição dicotômica, como é conhecida, de privilegiar apenas aspectos corporais ou cognitivos. Ela deve ser completa, e compreendida desta forma. Ou seja, quebrar os paradigmas de que trabalhar a mente é no espaço de sala de aula, e trabalhar o corpo é apenas no espaço exterior.

Além disso, praticar educação física como um componente curricular, deve desenvolver no aluno enquanto sujeito, os aspectos sociais e cognitivos, para que esse se forme um cidadão, capaz de conviver com os outros e se socializar, na resolução de conflitos e situações problemas, que são colocadas em situações de jogos e atividades lúdicas por exemplo. (KUNZ 1994, GONZÁLEZ, 2012)

Outra questão importante relacionada ao ensino da dança, é a questão dos temas geradores. Ou seja, temas contemporâneos, que tragam consigo mensagens e reflexões a cerca da sociedade, para que possam ser incorporadas não apenas nos gestos da dança, mas na vida destes alunos. Além disso, através da dança se faz o “jogo da comunicação”, transmitindo uma ideia e um conceito sobre a música. (MARQUES, 2012, MARQUES et al., 2013)

Também podemos dizer que a dança desenvolve a percepção e consciência corporal de si mesmo. O aluno passa a perceber suas capacidades e com isso se desafia. A improvisação no sentido educativo é sempre válida, pois o aluno age no momento de forma criativa, assimilar.

Segundo Staviski (2013), o improviso é o gesto praticado através das experiências armazenadas, resolvendo os desafios, advindo das ideias, que são feitos por insights (clic), o que o aluno sente vontade de fazer ele faz através dos movimentos, subjetividades. Relacionando espontaniedade, emoção, pensamento.

Desenvolver a dança na perspectiva de um tema gerador, é problematizá-lo, ser crítico. Em dança é ser sujeito, escrever com o corpo emitindo mensagens.

Na improvisação é valorizar as experiências, lidar com o espontâneo/real, emoção/imaginário. Com isso, criar um repertório acústico, visual, criar hipóteses, testá-las, fazer novas adaptações, surgir uma avalanche de ideias.

Então através deste trabalho, pudemos criar inúmeras possibilidades de vivências e reflexões em uma aula de expressão corporal: dança. Gerando nos alunos percepção, criação de significados, transformando ideias em movimentos, responsabilidades com o aprender. Indagando, e problematizando as temáticas nas atividades, fez-se com que o aluno pesquisasse, buscasse, e houvesse inquietação com o “buscar” conhecimento.

Com isso, foi explorado o lado cognitivo dos alunos, não apenas as técnicas de gestos, e também fez-se conhecer o mundo do movimento, e compreender que se tem um objetivo, uma ideia a ser transmitida.

Diante das tarefas e dos tipos de intervenções, instigou-se no aluno a sua interação com as atividades e exercícios, ou seja, com as tarefas que induzam participação nas aulas.

E o que demonstraram, ter uma grande vivência em diversas áreas esportivas, sociais, culturais dentro da educação física escolar, sendo muito positivo para seu desenvolvimento pessoal e expressão corporal.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através das práticas corporais do ensino da dança no âmbito escolar, pode se compreender que o processo pedagógico deve exigir para além do saber fazer, para construir o saber ser, resolvendo problemas “reais”, como aprendemos a resolver problemas lúdicos. Além de contribuir para a formação integral destes alunos, também justificando a importância da educação física na sociedade atual, mostrando que temos muito o que ensinar e reinventar utilizando a rica ferramenta da cultura corporal de movimento e suas práticas com as expressões corporais.

REFERÊNCIAS

DUARTE, Gustavo de Oliveira et al. Dança no contexto escolar: antigas e novas questões. Revista da FUNDARTE, v. 45, n. 45, p. 1-13, 2021.

FEIJÓ, Márcia. Corpo e dança: Angel Vianna e a manutenção da sensibilidade. Revista Interinstitucional Artes de Educar, v. 6, n. 1, p. 406-415, 2020.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paulo Freire. 13ªEdição/ Editora Paz e Terra S/A. São Paulo, 1999.

GONZÁLEZ, Fernando Jaime;  FRAGA, Alex Branco. Afazeres da Educação Física na escola: planejar, usar, compartilhar . Edelbra Editora Ltda, 2012.

GONZALEZ, Fernando Jaime;  SCHWENGBER, Maria Simone Vione. Práticas pedagógicas em Educação Física: espaço, tempo e corporeidade . Edelbra Editora Ltda, 2012.

KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.

KUNZ, Elenor.  Didática da Educação Física; 5ª Edição Ijuí: Editora Unijuí, 13 -160 p. 2006

MARQUES, Danieli Alves Pereira. O “Se-movimentar” na dança: uma abertura para novas significações – diálogos na educação. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro de Desportos, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.

MARQUES, Danieli Alves Pereira et al. Dança e expressividade: uma aproximação com a fenomenologia. Movimento, Porto Alegre, v. 19, n. 1, p. 243-263, jan./mar. 2013.

MARQUES, Danieli Alves Pereira et al. Processos de criação na dança: Abordagem pedagógica a partir de uma perspectiva histórica e fenomenológica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 36, 2016.

SURDI, A. C, MELO, J, P, KUNZ, E. O brincar e o se-movimentar nas aulas de educação física infantil: realidades e possibilidades. Revista da Escola da Educação Física da UFRGS, v. 22, n. 2, p. 23-38, abr./jun. 2016. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/58076/37377..Acesso em: 20 set. 20

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