01/08/2019

Constituição Brasileira, que constituição?

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Em tempos remotos, aprendíamos nas escolas que a constituição era a lei máxima de um país e reforçando tal aprendizado, João Trindade em seu texto direcionado ao “Jovem Senador - O que é constituição?”, relata que de “todas as leis que existem em um país, a Constituição é a mais importante delas. É a norma que trata justamente da elaboração das outras leis”, e no mínimo um bom político deveria ter como livro de cabeceiras para não falar besteiras, por isso João Trindade reforça que “todo legislador (e todo bom cidadão!) devem conhecer muito bem a Constituição”

            Reza no Art. 5 que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] e em seu inciso III - é reforçado que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.

Nesta constituição está explicita que a dignidade humana é um dos fundamentos da democracia brasileira. Assim sendo, somente uma pessoa extremista pode ignorar a Lei máxima de seu país, e isso quando ocorre se caracteriza fascismo que estabelece o seu próprio conceito de nação sobre os valores individuais, o que é representado por um governo autocrático e centralizador.

            Um homem público tem que pensar em suas falas, pois suas palavras mal ditas podem ter reflexos devastadores tanto na política quanto na economia do país, além de realçar o seu desprezo a Lei Máxima.

            A educação sempre foi o alicerce de uma sociedade mais justa, ética e humanizada, mas esta mesma educação tem que seguir tanto o viés formal quanto o informal, ou seja, aquela oriunda do lar, dos exemplos e dos valores.

            Valores que não se prendem ao preconceito por falta de conhecimento, valores que não ensinam a desvalorizar e descaracterizar os que divergem do que se prega, uma vez que o preconceito é herdado dos nossos avós e de nossos pais e também aprendido nos meios sociais.

Interessante perceber que as falas de nosso presidente são sempre seguidas de falta de lógica, racionalidade e equilíbrio, além é claro de um tratamento agressivo dispensado a seus camaradas. Tais observações foram feitas por seu superior  coronel Carlos Alfredo Pellegrino.

Percebe-se que falas sem nexo passou a ser uma especialidade de nosso presidente, tanto que quando Carlos Alfredo Pellegrino ainda era coronel das forças armadas e superior de Bolsonaro quando se encontrava nas forças armadas, foi feito um relatório pelo então coronel com as seguintes falas se referindo ao presidente: “tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas, como pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos".

            Suas entrevistas têm demonstrado realmente que nada mudou neste intervalo de 1980 aos dias atuais.

            Torçamos para que nosso presidente encontre alguém que o oriente melhor em suas falas e ações, já que o mesmo não tem demonstrado preocupação alguma com o futuro de seu povo a ponto de rever códigos de segurança do trabalho e a preocupação com o meio ambiente, querendo isentar inclusive os ruralistas anistiando mais de R$ 15 bilhões no setor e reforçando uma manchete no jornal El País, intitulada “O Brasil de Jair Bolsonaro, um novo vilão ambiental para o planeta”.

            Realmente nosso presidente tem demonstrado um total irracionalismo político, reforçando as falas de Villa em seu texto quando ressalta que “a sucessão de declarações desencontradas vai levar à desmoralização da autoridade presidencial”.

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