09/03/2022

Consequências de uma Educação sem Qualidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

É sabido que a educação de qualidade é a pedra angular de uma sociedade evoluída, e desta forma, Giles em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela EPU em 1983, salienta que esta educação deve levar o educando a conciliar o pensar e o viver, o falar e o agir.
O autor complementa ao afirmar que o processo educativo tem que levar à conscientização, e um aluno conscientizado torna-se crítico, protagonista fugindo a subalternidade domesticada, assim sendo, o educador tem plena consciência do conhecimento inserido nas disciplinas como o português, já que faz-se necessário o aluno saber entender, já que muitos contratos vêm com palavras que não fazem parte do vocabulário do contratante além da abusividade de uma cláusula contratual que é aceita por má interpretação ou falta de discernimento.
A matemática é de suma importância para o desenvolvimento de um raciocínio lógico e organizado, além de preparar o aluno para a crítica e abstração, sem desconsiderar que esta disciplina está inserida em todos os segmentos da vida, desta forma, quando o educando enxergar a sua importância, entenderá também o porquê que os Bancos em 2021 lucraram 81,6 bilhões e como ele poderá fugir das estatísticas dos endividados, já que os juros são abusivos e, apesar de constarem no contrato, o educando não consegue imaginar o quanto pagará caso atrase uma mensalidade.
Na geografia, o educando perceberá a importância da natureza bem como os seus recursos naturais, e assim passará a policiar mais suas atividades e de empresas que exploram o meio ambiente com nenhuma responsabilidade ecológica.
Em relação a história, o aluno perceberá a manipulação da elite para que crimes esquecidos ou até mesmo histórias desconstruídas de forma a facilitar o fascismo sejam reveladas e assim, ele conseguirá fugir das armadilhas políticas manipuladoras.
A biologia o fará perceber a importância da vida seja de qualquer espécie e que os interesses políticos e econômicos em momento algum deve sobrepor a biodiversidade.
A física, além de dar um entendimento melhor dos fenômenos naturais, fará com que o educando perceba a obsolescência programada e o seu impacto no meio ambiente. 
Em relação a química, a falta do mínimo de conhecimento faz com que o educando fique exposto a produtos prejudiciais à saúde, evidenciando que o lucro capital das empresas deve sobrepor ao que temos de mais sagrado que é a própria vida. 
Em relação a arte, esta disciplina tem o poder de fomentar o belo e o seu estado, fugindo as futilidades que são empurradas pela mídia e pelo que prega o modismo.
Outra disciplina de mesma importância está na educação física, embora a falta de conhecimento de muitos a coloque como menos importante, todavia, quanto menos se souber em relação as funcionalidades do corpo e como exercitá-lo, mais serão vendidos estereótipos para que o indivíduo se adeque a um padrão imposto pela mídia, padrão de beleza que não existe, já que somos seres ímpares. 
A falta do conhecimento quanto a importância de uma atividade física para uma boa saúde impõe a venda de produtos que proporcionarão o corpo ideal à custa da própria saúde. 
A filosofia, é de suma importância, já que se trata do saber, e é nesta disciplina que o educando percebe o sentido das coisas e assim passa a questionar. E nela a criticidade passa a ter sentido e a incomodar os verdadeiros manipuladores da sociedade.
Obviamente, existem outras disciplinas com suas particularidades que desenvolverão no educando o sentido de viver, o humanismo, a coletividade, a empatia, enfim, conforme afirma Giles supracitado acima, a educação de qualidade fará com que o educando deixe de ser alienado e alienante e passe a ser uma força de mudança, libertando o homem-objeto fazendo surgir o homem-sujeito, conforme pontuado por mim no livro Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019, será a educação de qualidade que fará com que o educando que até então era apenas um sujeito domesticado subalterno em um protagonista cognoscente. 

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