Comunicação Deficiente no Processo Ensino-Aprendizagem
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
A comunicação é de suma importância no processo ensino-aprendizagem, e apesar das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), esta comunicação quando realizada de forma incorreta, ou seja, com falhas, passa a ser um fator de conflito entre pessoas e também um agravante para erros nas tomadas de decisões.
Stata em seu texto Aprendizagem Organizacional – A chave da Inovação Gerencial, publicado pela Futura em 1997, ressalta que uma comunicação deficiente, seja ela onde for, é um impedimento ao aprendizado.
Gallo complementa em seu livro Ética e Cidadania: caminho da filosofia: elementos para o ensino da filosofia, publicado pela Papirus em 2003, ao esclarecer que apesar da criação e desenvolvimento de meios de comunicação cada vez mais potente, isso tem contribuído ainda mais para alienação e consequentemente a falta de criatividade, facilitando desta maneira a dominação, já que com uma educação pública sofrível, fica difícil o educando ter discernimento em perceber certas nuances relacionadas ao controle da massa.
Lakatos e Marconi no livro Sociologia Geral, publicado pela Atlas em 1999, complementam ao elucidar que comunicação ou relação comunicativa exige uma interação bilateral, o que implica em dizer que tanto o emissor quanto o receptor tem uma relação de ambivalência, pois ora o transmissor se passa por receptor e vice-versa.
Nas falas dos autores supracitados pode-se com isso perceber que o professor tem que exercer e interagir mais com seus educandos, já que esta interação se faz fundamental para o homem enquanto ser social e para a cultura.
Dito isso, para que a comunicação seja efetivada, ela poderá ocorrer segundo Lakatos e Marconi por meios vocais (expressões, traços fisionômicos, etc); sons inarticulados que são representados tanto pelas emoções quanto pelas inflexões de voz, e também por palavras e símbolos, o que é corroborado por Souza, Leal e Sena, no artigo A importância da comunicação não-verbal do professor universitário no exercício de sua atividade profissional, publicado pela Rev. CEFAC. 2010 Set-Out[1] quando enfatizam que a comunicação humana não está restrita apenas a linguagem verbal, já que uma séria de gestos e expressões faciais e corporais fazem parte de seu repertório que completa a conversação fazendo com que a mesma se torne mais eficaz.
Para estes autores, postura do corpo, expressões faciais e gestos esclarecem muito mais sobre o que se está falando do que as próprias palavras, dito isso, a competência de ouvir e entender o que o outro diz não tem só a fala como meio, e sim, expressões e manifestações corporais.
Para Lakatos e Marconi, entre os animais, o homem foi o único que desenvolveu a capacidade de linguagem representada por fonemas e um conjunto de sons articulados com um significado.
Souza, Leal e Sena são enfáticos quando elucidam que a comunicação é vista como uma ferramenta de trabalho, lazer, relacionamento e negociação, e isso faz da mesma, uma arma das armas mais poderosas que o indivíduo pode dispor.
Assim sendo, para que o processo ensino-aprendizagem seja efetivado de forma que a educação não fique comprometida, faz-se mister que as premissas existentes na comunicação como emissor, canal, mensagem e receptor não tenham nenhum tipo de falha, pois comunicar é tornar comum e para que haja comunicação, os envolvidos neste processo tem que entender o que está sendo comunicado.
[1] Para mais informações vide https://www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n5/137-09.pdf