Comunicação Assertiva; A Inclusão no Formato Remoto é Possível?
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
O mundo passou por transformações e podemos afirmar que temos hoje um marco desta mudança que é antes do Covid e o durante o Covid, todavia o esta pandemia fez com que o professor reveja o seu processo de comunicação, fazendo com que esta relação comunicativa com o seu educando se efetive como uma interação bilateral.
Dito isso, Lakatos e Marconi no livro Sociologia da Comunicação, publicado pela Atlas em 1999, esclarecem que a comunicação é uma importante forma de interação e é de suma importância para o homem como ser social bem como para a cultura.
Segundo as autoras, a comunicação poderá ocorrer por meios vocais tendo como exemplo as expressões, traços fisionômicos e como muitas falam por meio de "caras e bocas"; por sons inarticulados com base nas emoções e inflexões de voz e por último, a comunicação pode ocorrer por meio de palavras e símbolos.
Lakatos e Marconi complementam ao afirmar que dentre todos os animais, o homem foi o único que desenvolveu a capacidade da linguagem, atribuindo significado a fonemas.
A comunicação é tão importante que Senge no livro O Novo Trabalho do Líder: Construindo Organizações que aprendem, publicado pela Futura em 1997, aponta que em particular, uma comunicação deficiente entre pessoas e/ou instituições, pode ser um importante impedimento ao aprendizado e a melhoria.
Dito isso, cabe aqui uma observação, pois já havia comunicação antes da pandemia, e esta comunicação continua havendo, só que por outros canais e cabe a nós professores fazermos bom uso destes para que a comunicação seja cada vez mais assertiva.
Para Canas Betancur e Hernandez Sanchez no artigo Comunicación asertiva en profesores: diagnóstico y propuesta educativa, publicado pela Prax. Saber, Tunja , v. 10, n. 24, p. 143-165, Dec. 2019, a comunicação assertiva é uma habilidade social e responsável para a promoção do desenvolvimento humano, inclusive para problemas psicossociais.
Para os autores ser assertivo perpassa em se aceitar e se valorizar, ter a própria opinião e saber defendê-la, sem desconsiderar o respeito ao próximo.
É ser claro e objetivo ao se comunicar, sabendo expressar-se no que precisa ser dito, passando confiança sem fazer uso de comportamentos passivos ou agressivos.
Os autores acrescentam que no assertivo está inserido também a autoestima, autoconfiança e uma comunicação segura e respeitosa, desta forma, uma comunicação assertiva tem como cerne a prática de princípios e direitos que focam um modelo de vida pessoal objetivando o sucesso na comunicação humana, incluindo habilidades mais complexas como autenticidade, capacidade de empatia e incondicional aceitação.
Desta forma, a comunicação assertiva é vista como um recurso necessário para promover a aprendizagem, mas para que aconteça tal comunicação, faz-se necessário que o educador planeje as estratégias de comunicação adequadas a seus educandos com Necessidades Educacionais Especiais, respeitando suas especificidades.
Soler em seu livro intitulado Educação Física Inclusiva na Escola: Em busca de uma escola plural, publicado pela Sprint em 2005, aduz que a inclusão é uma forma de inserir o cidadão a sociedade, mas cabe-nos perceber que, como isso acontecerá se o educador não tiver uma comunicação assertiva?
Vale lembrar nas falas acima que a comunicação assertiva é uma comunicação que vai direto ao ponto, e por isso é vista como uma habilidade essencial, por consistir em uma capacidade de se expressar de maneira eficaz.
Desta forma, pode-se considerar que a comunicação assertiva é essencial aos educandos com Necessidades Educacionais Especiais, independente da forma que as aulas ocorrerão, seja modo remoto, híbrido ou presencial, e esta comunicação deverá ocorrer sempre de forma clara para que não cause dúvidas no educando, e desta maneira, ela poderá ser uma excelente aliada na inclusão do aluno com Necessidades Educacionais Especiais, sendo que esta inclusão poderá ocorrer tanto na forma presencial quanto remota, já que o educador terá meios para efetivar esta comunicação remota, fazendo uso inclusive de multimídias, enriquecendo a comunicação e o processo ensino aprendizagem, logo, cabe reforçar que sim, a inclusão no acesso remoto é possível desde que o educador saiba usar as Tecnologias de Informação e Comunicação para efetivarem o processo de comunicação, respeitando as especificidades e singularidades dos educandos.