11/07/2019

Chave Mestra

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Interessante perceber que países aos quais a educação está bem cotada, vêem nela um excelente investimento e quanto o Brasil, o que era para ser realmente um investimento, é simplesmente visto como gasto e com discurso fundamentado em falsos argumentos.

Em nosso país hoje é proibido educar para pensar. A palavra da vez deve ser adestrar para obediência, criando assim domesticados subalternos para aumentar a massa de manobra para um governo falho.

É proibido também o professor levar o aluno a aprender, a ser questionador e buscar gerar um significado único e particularizado para a sua existência, aliás, no novo conceito de educar, professores assim são marxistas e lutam contra este sistema colonizador.

Diga-se colonizador porque nossas riquezas estão sendo vendidas a preço de banana e a colonização americana não demora bater as portas, já que foi autorizado o uso comercial da base militar de Alcântara (no Maranhão), o fim da exigência de vistos para cidadãos dos EUA (o mesmo se aplicaria aos brasileiros que queiram ir lá?), além de querer explorar a Amazônia com os Americanos.

O mais interessante foi a estultice dita por nosso governo para massagear o ego de Donald Trump, ou como os americanos diriam, são falas típicas de um “flatterer”, ou seja, bajulador. O governo que representa o povo disse nada mais nada menos que “Nós vemos com bons olhos a construção do muro. [...] a maioria dos imigrantes não tem boas intenções”.

Ao analisarmos tal fala, é muita canalhice falar algo assim, uma vez que seus familiares são imigrantes italianos e alemães, sem contar que o Brasil foi construído com o sangue e suor dos escravos e também com a imigração que enriqueceu muito a nossa cultura.

Dito isso, pode-se perceber que imigrantes vão a outros países não com segundas intenções, mas atrás de sonhos, como fizeram os que vieram para o Brasil.

Falas como estas de nosso governo induzem a xenofobia, a intolerância, ao preconceito que resumem na violência e na falta de humanidade.

Aliás, em nosso país, não existe uma pessoa sequer que não seja fruto de uma mistura, como dizia Gabriel Pensador em sua música “lavagem cerebral” quando fala que

Racismo preconceito e discriminação em geral

É uma burrice coletiva sem explicação

Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união

Mas demonstra claramente

Infelizmente

Preconceitos mil [...]

A "elite" que devia dar um bom exemplo

É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento

Num complexo de superioridade infantil

Ou justificando um sistema de relação servil

O racismo aqui é criticado, porém ressalta a mistura das raças e enfatiza que no Brasil todos somos mestiços, o que é complementado por outra letra de música, desta vez cantada por Paralamas do Sucesso com a música Loirinha Brombril, aduzindo a mistura de identidade, que no caso fica entre negros, europeus, asiáticos, etc.

Pára e repara

Olha como ela samba

Olha como ela brilha

Olha que maravilha

Essa crioula tem o olho azul

Essa lourinha tem cabelo Bombril

Aquela índia tem sotaque do Sul

Essa mulata é da cor do Brasil

A cozinheira tá falando alemão

A princesinha tá falando no pé

A italiana cozinhando o feijão

A americana se encantou com Pelé.

Assim sendo, não faz sentido algum a afirmação de que imigrantes não tem boas intenções.

Não aceitemos discursos de ódio com o nosso próximo seja de onde vier, usemos a educação como meio de humanizar a sociedade, quebrando os preconceitos e aprendendo com as novas culturas, visto que a educação é a chave mestra para abrir as portas do conhecimento, já que como diz Gabriel Pensador em sua música acima, preconceito é burrice.

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