30/09/2022

CERATOSE ACTÍNICA – ALTERAÇÕES NA PELE

Zqueratoses

MENDONÇA, João Paulo Santos Neves.*;

SOUSA, Wislayane da Silva.**;

DA COSTA, Lohaine Thacila Fagundes.**;


* Professor Orientador. Docente na Universidade de Cuiabá – Campus Primavera do Leste. Mestre em Ciências da Educação. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Química e Pedagogia.

**Graduanda do curso em Estética e Cosmética pela Universidade de Cuiabá – Campus Primavera do Leste.


      A Ceratose é uma afecção da pele caracterizada por hipertrofia da camada córnea da epiderme e a Actínica são neoplasias benignas da pele com potencial de transformação para um tipo de câncer de pele, o dano solar.

      Geralmente a ceratose actínica aparece como manchas avermelhadas, marrom e amareladas, recoberta por uma escama seca em áreas de foto exposição crônica, como face, pescoço, orelhas, áreas onde faltam os cabelos, de pessoas de meia idade, nas pernas geralmente nas mulheres, antebraços e dorso das mãos. A ocorrência das lesões é maior nas regiões dos membros superiores, em ambos os sexos. Seu tamanho varia de milímetros até 2 centímetros.

      Pessoas de pele clara, olhos e cabelos claros, idosos, indivíduos que trabalham ao ar livre, tendem a ter mais facilidade a manchas na pele, desidratação, envelhecimento precoce e levam a desenvolver uma ceratose actinica e evoluir para carcinoma espinocelular. A radiação ultravioleta penetra na pele e causa um dano no DNA e mutações na célula da pele, o acúmulo dessas mutações ao longo dos anos causados pelo sol torna essa célula precursora do câncer de pele.

      O carcinoma é um tipo de câncer de pele, ele está ligado com a ceratose actinica por ser nas áreas do corpo que mais estão expostas aos raios solares. Foram estudadas amostras de 30 pacientes: sendo dez portadores do carcinoma espinocelular, dez de ceratose actinica e dez indivíduos livres de lesões submetidos a blefaroplastia.

      A proteína p53 foi expressa em todos os casos estudados, embora apresentassem padrões quantitativos diferentes. O Bcl-2 foi expresso em baixa intensidade. Em seis casos de ceratose actinica, nas peles de blefaroplastia, e negativo nos casos de carcinoma espinocelular. O PCNA exibiu expressão intensa, em todas as amostras. O Ki-67 apresentou expressão variável, nos casos de carcinoma e de ceratose, e negativo na pele de pálpebra.

      A expressão do Ki-67 e a não expressão de Bcl-2, no grupo CEC, indica intensificação da atividade proliferativa. Ao passo que, a maior expressão de p53 e Bcl-2, no grupo CA, sugere imortalização celular. Essa proteína p53 ela estava entre os 30 pacientes que foram selecionados as amostras em quantidades diferentes, cada paciente tinha uma quantidade x dessa proteína p53. O Bcl-2 ele ficou em baixa quantidade em seis casos, foram só seis amostras que tiveram o Bcl-2 que foram os casos de ceratose actinica e nas peles de blefaroplastia que é um procedimento cirúrgico que tira o excesso de pele caída e negativo nos casos de carcinoma, então não teve Bcl-2 nos casos das amostras que tinham o carcinoma espinocelular. O PCNA que é o antígeno nuclear da célula proliferante estava presente nas 30 amostras e o Ki-67 só apresentou nos casos dos carcinomas e ceratose e nos casos da blefaroplastia ele foi negativo, então Ki-67 a amostra foi variável nos casos de carcinoma e de ceratose nesses dois casos específicos tinham o Ki-67 e ele foi negativo para a pele de pálpebra, já o  PCNA estava em todas as amostras.

      O CEC é conhecido também como carcinoma de células escamosas, essa lesão é na camada mais superficial da pele e atinge as áreas expostas ao sol, pode se desenvolver em feridas antigas que não cicatrizam, é áspero, espesso, descamativo e podem sangrar. Tem a aparência de uma verruga que não para de crescer, área avermelhada, aparência endurecida, descamação, podendo vazar líquidos, lesões elevadas e com bordas irregulares que sangram facilmente. É mais frequente após os 60 anos de idade tendo uma porcentagem maior em pessoas do sexo masculino.

      Pode se evitar o dano na célula com a foto proteção como o uso do filtro solar tópico e oral, evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h,procurar lugares com sombra e os famosos Epi´s como roupas de proteção, óculos escuros, chapéus com abas largas, boné, entro outros.

      Na grande maioria dos casos de ceratose actínica o diagnóstico realizado é clínico. O diagnóstico é baseado na visualização direta da lesão, é muito importante a palpação para poder identificar melhor a lesão. A dermatoscopia tem se apresentado extremamente importante para aumentar o nível de confiança e precisão, nas lesões suspeitas. Existem outros métodos de imagem não invasivos que podem ser realizados como a microscopia confocal e tomografia de coerência óptica, esses métodos também podem ser usados em situações específicas. É muito importante conhecer e saber avaliar as principais características do diagnóstico da ceratose actínica e fazer o uso corretamente dos métodos auxiliares.

DERMATOSCÓPIO

      É um método diagnóstico não invasivo in vivo, que permite a observação da epiderme mais detalhada, esse instrumento é pequeno e potente que pode ser carregado no bolso e contém uma luz e lentes que permitem ampliar até dez vezes as lesões causadas na pele do tamanho real. O dermatoscópio é possível fazer diversos diagnósticos diferentes, por exemplo: manchas na pele, sinais, ceratose e lesões por infecções que podem ser observadas a gravidade da alteração na pele.

      A partir da luz polarizada, as imagens de contato capturadas pelo dermatoscópio permite visualizar de forma regular e detalhada estruturas da epiderme e da junção dermoepidérmica, possibilitando a verificação de depósitos pigmentares nessas duas camadas teciduais.

      Esse instrumento é colocado diretamente sobre a pele na lesão que deseja ser observada e é emitido um feixe de luz, pode também ser ligado a computadores ou maquinas fotográficas digitais para ser recolhida imagens do procedimento e ser avaliado pelo dermatologista, descartando a criocirurgia se caso não haver necessidade.

MICROSCOPIA CONFOCAL

      A microscopia confocal trata-se de um método não invasivo, in vivo, com imagens cuja resolução se aproxima da historiologia. A microscopia confocal fundamenta-se na reflexão, dispersão e absorção da luz perto do infravermelho, facilita avaliação horizontais ao nível de epiderme e derme. As lesões hiperqueratóticas que se trata de um espessamento da parte mais exterior da epiderme. As células são altamente carregadas em queratina, uma proteína que atribui um caráter seco e muito duro, por esse motivo as lesões não apresentam boa visualização com microscopia confocal em razão da baixa penetração da luz infravermelha. Os principais obtidos da ceratose actínica contém: crostas superficiais, que se mostram como material inconsistente com refratibilidade variável ao nível do estrato córneo; paracetose demonstrada como células marcada por halo branquicento com centro escurecido; e comum em favo de mel anormal na camada granular e espinhosa devido a existência de queratinócitos de variados tamanhos.

TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓPTICA

      A tomografia de coerência óptica é uma outra técnica de imagem não invasivos, in vivo, com muita sensibilidade e especificidade para o tratamento de ceratose actínica. Esse método é baseado no princípio da interferometria, que basicamente utiliza a radiação infravermelha tornando assim possível a visualização de camadas da epiderme, estruturas anexiais e vasculares. Os achados primordiais na ceratose actínica contém espessamento e espelhamento mais eficaz do estrato córneo em consequência à paracetose, além da ampliação de espessura da epiderme, a delimitação é bem definida com a derme. As resoluções produzidas pela tomografia de coerência óptica são biologicamente tridimensionais. Em caso de ceratose actínica hiperqueratóticas, a visualização é um pouco mais difícil de ser visualizado.

      A ceratose actínica também pode ser tratada com o uso de medicamentos tópicos como o fluorouracil que auxilia no tratamento das células cancerígenas, o imiquimod que trata os tumores, verrugas e queratose, o diclofenaco que age como anti-inflamatório e analgésico e o ingenol mebutate para a ceratose e clareamento.

      Independentemente de qualquer tipo de tratamento que possa estar sendo realizado, todas as pessoas e principalmente os que possuem ceratose actínica devem ser orientados sobre o uso de filtro solar como um auxiliar ao tratamento e para ajudar na prevenção do surgimento de mais lesões. Às vezes, outras terapias locais também são usadas, como terapia fotodinâmica ou alguns tipos de cirurgia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

      As ceratoses actínicas são neoplasmas cutâneos encontrados predominantemente em pele exposta, sendo formas incipientes de carcinoma espinocelular. Essas lesões são consequências da exposição solar prolongada. Os fototipos 1,2,3 e 4 são os mais comuns a se prejudicarem por causa dos raios solares, principalmente se trabalham em lugares que não tem abrigo com sombra, e se não tiver os cuidados certos pode-se levar a desenvolver a ceratose actinica e ao carcinoma. Há vários modos para se proteger do sol, como o uso do protetor solar, chapéus, roupas compridas que cubram os braços e as pernas, óculos escuros e evitar os horários entre 10h e 16h. Deve ser procurado um médico assim que houver manchas e irregularidades na pele, assim poderá ser feito o diagnostico e iniciar o tratamento adequado com acompanhamento profissional evitando problemas maiores como algo maligno.

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