22/08/2024

CAEd: Realidade ou Mascaramento?

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

O CAEd “é um centro de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que reúne professores, pesquisadores e colaboradores atuantes nas áreas de avaliação e políticas públicas educacionais”[1] que visa a melhoria da qualidade da educação nas redes públicas, todavia esta realidade é totalmente mascarada pelo sistema escolar, já que explicitará a frágil educação trabalhada com seus alunos.

É triste a realidade de uma escola que tem em seu 6º ano alunos que sequer sabem ler, mas que foram aprovados de forma compulsória, e esta avaliação realizada por meio do CAEd pontuaria esta falha, entretanto, muitas escolas para não ficarem mal vistas no quesito processo ensino-aprendizagem, resolvem “auxiliar” seus alunos quanto a efetivação destas avaliações.

O fato é que isso implica em um resultado mascarado, já que algumas escolas de redes públicas adotam um sistema de ensino falho, no qual é desconsiderado o contexto dos alunos e professores.

Interessante observar que o CAEd não explicita o trabalho do professor, pois aluno com nota ruim não implica em dizer que o professor falhou, mas sim que o sistema educacional precisa ser revisto e principalmente a parte da política voltada para educação, já que os profissionais que fazem parte deste sistema, nem sempre estão por meritocracia, mas por indicações ou somente para fazer valer a vontade de alguém, já que são vistos apenas como peças neste tabuleiro em que se sacrificam os peões para realizar a vontade da rainha (sistema manipulador).

O CAEd era para ser uma avaliação simples, ou seja, o aluno sabe vai e faz, não sabe, tente usar um raciocínio lógico e se não conseguiu, deixe em branco e pronto.

Mero engano. Na maioria das escolas, o aluno não sabe, isso não é problema dele, o professor tem que ajudá-lo a fazer para que a avaliação da escola e principalmente do município não sejam abaixo da média esperada.

É o momento da hipocrisia, da falta de ética, da falta de moral e até mesmo falta de profissionalismo de muitos docentes, isso porque o bom professor não deveria sequer aceitar a proposta de “ajudar o aluno” a fazer as avaliações e deixar com que a avaliação represente realmente a realidade de sua escola e principalmente do seu processo ensino-aprendizagem.

Como já afirmando em vários de meus livros, educação é uma ação voluntária que deveria ser libertadora, mas em certas situações, ela deixa de cumprir o seu papel e passa a ser uma forma de iludir a sociedade com sua educação medíocre, que reverberará na vida do educando quando este tiver que concorrer a alguma vaga no mercado de trabalho ou até mesmo em uma universidade.

Querendo ou não, isso passa a ser uma forma de elitização das universidades, já que as escolas privadas sobressairão nos concursos e mercado de trabalho.

A educação que era para ser libertadora virará uma forma de utopia para toda uma geração que usufruiu deste sistema falho de educação.

 

[1] https://institucional.caeddigital.net/sobre.html

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