Burrocratização
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br
Burocracia é uma palavra oriunda do latim e do francês que tem o significado de escritório, e no século XVIII na França, esta palavra estava ligada a todas as repartições públicas.
Esta palavra contemplava também o poder e ação dos funcionários nos escritórios e nos ambientes de trabalho e nela existe intrinsecamente um predomínio desproporcionado no sistema administrativo, seja ele no privado ou público, o que considera o povo uma massa amorfa[1].
Obviamente a burocracia é válida justamente para impor certas regras, normas, formas de aprendizagem e agilização do processo, isso segundo as ideias de Max Weber, ela trabalhará com cargos bem definidos, regulamentos, rotinas, hierarquias, padronização de processos, otmização, etc.., entretanto, em muitos casos nas redes públicas, a burocracia é um sinônimo de burrocracia, o que tolhe a autonomia, iniciativa e criatividade dos funcionários.
A burocracia mal empregada, emperra o sistema e é usada para justificar um cargo sem importância, cargo criado como um favor político que neste meio funciona como moeda de troca onerando os cofres públicos. Entretanto, ao burocratizar certas funções, tal cargo passa a ser requisitado e assim, obstrui o sistema, pois o profissional nomeado para este cargo "criado", fica aquém do esperado por falta de manejo, ausência de empatia e falta de Know How.
De acordo com Mélo (2009) em seu texto Burocracia ou "burrocracia"? esclarece que a burocracia hoje em dia é representada pelo "excesso de normas e regulamentos, limitação da iniciativa, desperdício de recursos e ineficiência generalizada dos organismos estatais e privados[2]", assim sendo, pode-se perceber que as palavras do autor, vem a reforçar o quão eficiente, inócuo ou prejudicial ela pode se tornar.
Dito isso, a burocratização que era para agilizar certos serviços, ela vira burrocratização, causando morosidade e ocasionando na queda de produtividade.
Infelizmente na educação pública também temos este mal. Hierarquias demais que ceifam qualquer proatividade dos gestores e para complicar, esta burocratização impõe que toda iniciativa deve ser comunicada a alguém que ocupa um cargo até então irrelevante e que não tem competência para tomada de decisão, por estar está alheio a qualquer situação vivenciada pelo gestor.
A burocracia mal utilizada, engessa as pessoas, o que pode trazer danos sem precedentes inclusive a educação pública.
Uma boa escola é também o resultada de uma boa gestão, porém para se fazer com que esta instituição educacional reflita a boa gestão, o gestor necessita de mais autonomia e menos burocracia.
Dito isso, a educação não deve estar presa a mera vaidade gerada por uma burocracia, pois existe uma tênue linha entre burocratização e burrocratização, e não saber tal diferença como dito anteriormente, poderá causar males sem precedentes na educação pública já tão sofrível.