Brasil melhora em todas as áreas avaliadas no Erce

Resultados do estudo revelaram que os alunos brasileiros do 4º ano do ensino fundamental têm o segundo melhor desempenho na América Latina e Caribe.

Os estudantes brasileiros do 4º ano do ensino fundamental obtiveram o segundo melhor desempenho em leitura e em matemática entre os participantes do Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Erce) 2019. Os resultados foram apresentados nesta terça-feira, 30 de novembro, em evento promovido pela Oficina Regional de Educação para América Latina e Caribe (OREALC) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) Santiago. 

O estudo é conduzido pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação (LLECE), ligado à OREALC. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é responsável pelo planejamento e a operacionalização do Erce no Brasil. O País atingiu proficiência média de 747 pontos em leitura, enquanto o Peru teve 753 pontos. Em matemática, os brasileiros alcançaram 743 pontos. Nos testes com alunos do 7º ano, o Brasil também teve um dos melhores desempenhos. Os estudantes brasileiros que realizaram os testes em 2019 tiveram desempenho significativamente superior ao alcançado em 2013, revelando progresso na aprendizagem.

Ao todo, o Erce 2019 avaliou 160 mil alunos de 4º e 7º ano do ensino fundamental ou séries equivalentes nos países participantes: Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. Os estudantes fizeram testes de leitura, escrita e matemática. No caso do 7º ano, também foi avaliada a área de ciências naturais. No Brasil, 8.871 estudantes participaram dos testes aplicados no segundo semestre de 2019. Desses, 4.522 cursavam o 4º ano e 4.349, o 7º.

Desempenho brasileiro – Para o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o Erce revela os avanços e o protagonismo do Brasil na América Latina e Caribe. “O desempenho de nossos estudantes melhorou em todas as áreas de conhecimento. Nossos resultados no 4º ano estão entre os melhores e vamos aprimorar ainda mais, já que a alfabetização é uma das prioridades dessa gestão”, complementou.

O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Mauro Luiz Rabelo, participou do evento e comentou o desempenho brasileiro, considerado um dos países de destaque no estudo. “Os resultados alcançados pelo Brasil indicam que estamos no rumo certo para honrar o compromisso coletivo com a Agenda 2030, oferecendo educação inclusiva, equitativa e de qualidade para nossos estudantes”, comentou. A Agenda 2030 é um plano global para o desenvolvimento sustentável em diversos âmbitos, incluindo a educação. O projeto é coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O secretário de Educação Básica também ressaltou as políticas de aprimoramento da aprendizagem no Brasil. “Nos últimos anos, o País vem passando por uma notável reforma educacional. O lançamento do Plano Nacional da Educação (PNE), em 2014, auxiliou a direcionar, por meio de metas e estratégias, o esforço colaborativo entre Governo Federal, estados e municípios”, disse.

O secretário também enfatizou a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em 2017, que estabeleceu conhecimentos, competências e habilidades que esperamos que sejam desenvolvidas por todos os estudantes ao longo da escolaridade básica. “A base soma-se aos propósitos para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”, completou o secretário.

Mauro Rabelo destacou, ainda, os programas educacionais que visam minimizar as disparidades brasileiras. “Temos investido bastante no tema da alfabetização, pois entendemos que essa é a base que sustenta as aprendizagens posteriores. O programa Tempo de Aprender promove ações de formação continuada para profissionais da alfabetização, apoio pedagógico e gerencial, aprimoramento das avaliações e valorização dos profissionais que atuam nessa etapa da escolaridade”, explicou.

O secretário avaliou que ainda é preciso avançar. “É satisfatório constatar que os nossos pequenos leitores se destacam na região. Claro, ainda precisamos avançar bastante, sem deixar ninguém para trás. Os dados do Erce 2019 apontam que o nosso maior desafio se concentra nos anos finais do ensino fundamental. Essas informações nos ajudam a planejar os próximos passos e nos aproximar dos nossos objetivos”, disse. “Já nos antecipamos a isso, pois criamos, em abril deste ano, o programa Brasil na Escola, voltado especificamente para os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), com o objetivo de auxiliar as redes de ensino no combate à evasão, na recuperação das aprendizagens e no incentivo à troca de boas práticas pedagógicas e inovadoras”, completou.

Erce — Realizado periodicamente desde 1997, o estudo é direcionado aos países da América Latina e Caribe, com o objetivo de monitorar os avanços na aprendizagem dos estudantes da região. O Brasil participa desde a primeira edição. Os dados apurados pelo Erce são evidências sobre os desempenhos de aprendizagem e os fatores associados que os explicam. Esses resultados possibilitam orientar as políticas públicas educacionais dos países envolvidos, fortalecendo a qualidade e a equidade da educação.

Confira os resultados do Erce 2019 e do Terce 2013

 Fonte: Portal de Dados da Unesco

 Acesse o resumo executivo do resultados regionais (em espanhol)

Apresentação dos resultados de desempenhos de aprendizagem (em espanhol)

Apresentação dos resultados de fatores associados (em espanhol)

Confira a transmissão do evento de divulgação (em português)

EM BREVE | Resultados de aprendizagem e fatores associados – Informe Regional (em espanhol)

EM BREVE | Resultados de aprendizagem e fatores associados – Informe Brasil (em português)

Saiba mais sobre o Erce

Assessoria de Comunicação Social do MEC com informações do Inep - 03.12.2021