25/11/2020

Blended learning

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

O termo Blended é originário do inglês misturar, ou seja, ensino misturado que implica em dizer ensino híbrido, no qual mistura o modelo online com offline.

A atual conjuntura da educação permitiu algumas escolas mesclarem este dois métodos, entretanto, algumas faculdades já faziam uso disso como corte de custo, sendo um motivo para dispensar docentes e sobrecarregar outros com turmas numerosas.

Por exemplo, em graduações existem disciplinas teóricas e professores para as mesmas, assim sendo, estas instituições de ensinos superiores dispensavam tais professores e ficavam apenas com um, e ao invés de dar aulas presenciais para uma turma, este teria que lecionar aulas remotas para várias turmas, ou ainda, uma única aula para todas as turmas que contemplasse tal disciplina, e a sobrecarga imposta ao professor na correção de trabalho, provas, lançamento de aulas, etc... era sobre-humana.

Obviamente que a qualidade caia, mas isso nunca importou, já que são disciplinas teóricas e na visão capitalista destas instituições, não contribuiram em nada com a formação técnica do universitário, mas é sabido que um bom profissional não perpassa apenas pelas disciplinas técnicas.

As faculdades ganharam muito com esta modalidade e em contrapartida, os alunos perderam na mesma proporção, exceto os que só querem o seu diploma por acreditarem que em nada será acrescido a sua vida profissional, olvidando que um profissional lida com pesquisa, com pessoas e fatos, não apenas e não apenas conhecimento técnico.

Aproveitando a modalidade do ensino híbrido, escolas tem feito uso de forma mais sensata, humanista e pedagógica.

Esta nova modalidade visa desenvolver nos educandos a autonomia do ensino online e a interação e troca de experiências do ensino offline.

Algumas instituições aproveitam esta metodologia e usa o termo conhecido como sala de aula invertida, ou seja, o aluno estuda o conteúdo antes mesmo de ir para sala de aula, e lá só coloca em prática o que aprendeu e/ou interage com seus pares.

Obviamente que para trabalhar o ensino híbrido faz-se necessário repensar todo o processo pedagógico, pois neste é necessário desenvolver tanto a autonomia do educando quanto o seu senso crítico e curiosidade, bem como uma aprendizagem baseada na solução de problemas, cuja a função do professor é instigar o aluno a solucionar um desafio problema ou responder a uma questão desafiadora, e os alunos com seus grupos resolverem de forma autônoma o problema proposto.

Uma maneira de resolver tal desafio é através do refinamento sucessivo, ou seja, dividindo-o em pequenas partes fazendo uma analogia com os conhecimentos já adquiridos e explicitando por escrito o problema que precisa ser resolvido, e também como se dará tal solução.

Interessante perceber que nesta metodologia o professor será um mentor, um guia para direcionar seus alunos a pesquisa, fazendo valer as falas de Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, publicado pela Paz e Terra em 1996 quando aduz que "pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo me educo e educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço", e assim vai se adquirindo um conhecimento próprio e pertinente.

Faz-se valer uma máxima sobre a educação que é tudo vale o esforço dos educadores para levar o que há de melhor para seus alunos, de forma com que estes possam ter o seu discernimento resguardado e o seu protagonismo cognoscente sempre ativo.

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