28/10/2003

Biblioteca Nacional expõe preciosidades da família real portuguesa

Inúmeras preciosidades,entre livros, gravuras e manuscritos, trazidas após a chegada da família real ao Brasil, pertencentes ao acervo da Biblioteca Nacional serão reveladas ao público na exposição "A longa viagem da Biblioteca dos Reis", a partir de 30 de outubro.

O objetivo da mostra, patrocinada pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e pelo grupo Odebrecht, é reconstituir a história da Real Biblioteca por meios de livros, gravuras e manuscritos que um dia foram motivo de orgulho aos monarcas portugueses e que originaram a primeira biblioteca brasileira, considerada a oitava do mundo. Mais de uma centena de peças estarão dispostas nos seis módulos da exposição, que permitirão ao público refazer essa viagem.

Inicialmente, no módulo "O Terremoto: o mal vem da terra", uma projeção simulará o terror vivido pela população de Lisboa no dia 1º de novembro de 1755, quando um nefasto terremoto assolou a cidade - e a Real Biblioteca. A seguir, no módulo "Reconstruindo e Ilustrando: no mundo das bibliotecas", será possível compreender como foi a reconstrução da Real Biblioteca – símbolo do poder e erudição da monarquia portuguesa – graças à iniciativa de D. José I que, auxiliado por seu ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, reconstruiu Lisboa e parte das riquezas destruídas.

Dando seqüência ao roteiro da exposição, o módulo "A Viagem: homens e livros ao mar" permitirá ao público acompanhar as intempéries, tempestades, inseguranças, pouca água e falta de higiene na travessia de D. João VI e da família real para o Brasil, em 36 navios, quando fugiam das invasões francesas em Portugal, comandados pelo General Junot, encarregado de Napoleão Bonaparte. Com a pressa para deixar Portugal, os 317 caixotes com 60 mil peças da Real Biblioteca foram esquecidas no porto de Lisboa, e só chegariam ao Brasil três anos depois, após a segunda invasão francesa a Portugal.

Assim, no módulo intitulado "Em terras tropicais", o público verá a Real Biblioteca instalada numa parte do Hospital da Ordem terceira do Carmo, nos fundos da igreja do mesmo nome, nas proximidades do Paço Real, atual Praça XV. A Biblioteca foi aberta em 1811 apenas para os eruditos que obtivessem o consentimento régio. Em 1814, passou a ser franqueada a todos.

No módulo "Tempos de Revolução e de definição: a Biblioteca fica", o visitante poderá compreender de que modo a Real Biblioteca permanece definitivamente no Brasil, na ocasião em que D. João VI retorna a Portugal, sendo parte integrante das negociações de reconhecimento português da independência do Brasil.

Finalmente, no módulo "Os tesouros do Brasil e a futura Biblioteca Nacional" será possível conhecer de perto as mais preciosas peças da Real Biblioteca - livros de Horas iluminados a ouro, incunábulos, destacando-se a Bíblia de Mongúcia impressa em 1462, manuscritos, mapas e gravuras - que atravessaram o oceano rumo ao Brasil e que ainda hoje se conservam na Biblioteca Nacional, guardiã por excelência do patrimônio bibliográfico brasileiro e da história do país.

Esta exposição é parte integrante de um grande projeto iniciado em 2001, patrocinado pelo grupo Odebrecht e coordenado por Lilia Schwarcz e Paulo César de Azevedo (já falecido). O projeto "Da Real Biblioteca" possibilitou a publicação, em outubro de 2002, do livro "A longa viagem da Biblioteca dos Reis – do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil", de autoria de Lilia Schwarcz, Paulo César de Azevedo e Ângela Marques da Costa, editado pela Editora Companhia das Letras, com o apoio da Fundação Biblioteca Nacional e que inspirou o título da exposição.

Juntamente com a mostra, será lançado o "Livro dos Livros da Real Biblioteca", publicado pelas Edições Biblioteca Nacional. Esta edição de luxo, também de autoria de Lilia Schwarcz e Paulo César de Azevedo, patrocinada pelo grupo Odebrecht, revelará ao público mais de 400 peças que integram a coleção Real Biblioteca. A Biblioteca Nacional - Espaço Cultural Eliseu Visconti fica na Rua México (altura do nº 219 da Av. Rio Branco), Rio de Janeiro. Horário: de segunda a sexta-feira, das 10 às 17h; sábado - das 10 às 15h. Preço: R$ 4,00.


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