30/08/2023

Avaliação por Rubrica como Diferencial

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Apesar de alguns avanços tecnológicos, a educação ainda se encontra enraizada em seus primórdios quanto ao critério de avaliação, já que ela está ainda sob o modelo instrucionista, ou seja, mediante a aula do professor cabe ao aluno tomar notas e fazer as avaliações de acordo com o que foi ministrado pelo professor.

Poucos percebem que agindo desta forma nós professores contribuímos cada vez mais para domesticação subalterna, com a docilização do aluno de modo a fazê-lo apático e alienado ao status quo.

Por mais que as escolas trabalhem com a tecnologia da informação, metodologias ativas em seu processo ensino-aprendizagem, ela continua se esbarrando nesta metodologia ultrapassada de avaliação, e talvez sequer seja culpa dos professores ou até mesmo das instituições educacionais, já que estes critérios são impostos por pessoas que, em sua maioria, não vivenciam a realidade e o contexto de seus alunos.

Dito isso, a avaliação por rubrica é vista como um instrumento para salvaguardar e até mesmo reforçar o processo ensino-aprendizagem de nosso corpo discente.

Obviamente a avaliação por rubrica não se aplica sem um critério a ser seguido, pois exige um mínimo de maturidade dos alunos que serão avaliados e dependendo da situação, de seu poder argumentativo e de persuasão, desde que este aluno se encontre fundamentado nas mais sólidas bases científica e acadêmica.

As falas acima me remetem a algumas disciplinas lecionadas por mim em uma universidade privada, e nelas eu podia explorar a avaliação por rubrica, que no caso da disciplina introdução a sociologia, era comum eu propor debates, independente a linha de pensamento do aluno, ou seja, dependendo do tema, um grupo teria que debater com o outro de forma a defender suas ideias e explicitar o seu senso de persuasão.

Neste caso, a fonte inspiradora foi baseada no filme o grande desafio, filme este dirigido por Denzel Washington com Denzel Washington, Nate Parker. Tal filme trata de um campeonato de debates entre duas faculdades, uma voltada para negros no Texas conhecida como Wiley College e a segunda voltada para brancos conhecida como Harvard.

A outra disciplina que eu podia trabalhar com avaliação por rubrica foi a disciplina Gestão do Conhecimento e em ambas disciplinas, o aluno desenvolvia o seu discernimento por meio de pesquisa, autonomia, cooperativismo e senso crítico.

Trabalhos assim auxiliavam o aluno a ter uma melhor performance na oratória, na pesquisa e principalmente a respeitar opiniões diferenciadas de suas ideias defendidas.

Em relação a introdução da sociologia, as questões abordadas eram voltadas para problemas sociais e muitos destes envolvendo moral e ética.

As ideias defendidas pelos alunos poderiam ser contrapostas a sua forma de pensar, fazendo com que estes alunos aprendessem a analisar o problema por outro ângulo, e o intuito não era fazê-lo mudar de opinião e sim pontuar que algumas vezes o nosso preconceito nos cega em relação às tomadas de decisões e que só o conhecimento é libertador, mas este conhecimento deve ter raízes profundas na ciência, abolindo qualquer forma de alienação e preconceito.

Cabe pontuar que a avaliação por rubrica evidencia o conhecimento em ação e nesta situação, é explicitado um saber fazer, se abstendo de um instrucionismo alienador e porque não dizer, ceifador de sonhos, por privar o aluno de qualquer senso crítico por falta de discernimento.

Por meio do instrucionismo o aluno é fadado a um engessamento do saber, deixando o seu protagonismo cognoscente de forma sempre latente.

Obviamente, outras formas de avaliações podem e devem ser utilizadas, obedecendo claro a granularidade, transparência, herança e alinhamento, respeitando claro, o processo ensino-aprendizagem que busca o desenvolvimento integral do ser em comum acordo com a Base Nacional Comum Curricular.

Dito isso, que nós professores não sejamos um agente duplicador de um método deveras ultrapassado e questionável que busca oferecer uma educação nos moldes impostos por uma elite manipuladora que busca somente o aumento de sua massa de manobra.

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