27/06/2017

Autismo

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

Com nossa atual política, muitos perderam a esperança de que algo bom possa acontecer, e quando se fala em algo bom, tem que ser bom para o povo e não para os corruptores.

Apesar dos pesares, de tantos males que o povo brasileiro tem sofrido e de "tantas bolas foras" na educação, a Lei 13.438 veio auxiliar aos educadores, educandos e familiares, e esta lei torna obrigatório o diagnóstico precoce do autismo, mas o que vem a ser autismo ou Transtorno de Espectro Autista (TEA)?

Segundo A Autismo e Realidade (http://autismo.institutopensi.org.br) a TEA são desordens de alta complexidade ocorridas no desenvolvimento do cérebro, e isso pode ocorrer, antes, durante ou logo após o nascimento da criança, e estes distúrbios implicam na dificuldade de comunicação social e comportamentos repetitivos.

Sabe-se de acordo com a instituição supracitada que todas os indivíduos com TEA partilhem essas dificuldades, podendo ser afetados com mais ou menos intensidade. Dessa forma, tais diferenças existirão desde o nascimento, podendo ser obvias ou mais sutis, tornando-se visíveis ao longo do desenvolvimento da criança.

De acordo com a instituição acima, o TEA pode estar associado a deficiência cognitiva, dificuldades de coordenação motora além de algumas situações, e podem também apresentar problemas em relação a saúde física como distúrbios gastrointestinais, déficit de atenção e hiperatividade, dislexia, dispraxia, ansiedade e até mesmo depressão.

O TEA está tão presente em nossa vida que de acordo com dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), existe um autista para cada 110 pessoas, ou seja, no Brasil com 200 milhões de habitantes, são estimados 2 milhões de autistas e o único tratamento baseado em evidências científicas é o uso de Terapia Comportamental, que significa um dos tratamentos mais seguros de acordo com Oliveira em seu texto um retrato de autismo no Brasil publicado pela Revista Espaço Aberto publicado pela USP de edição 170.

A Instituição Segundo Autismo e Realidade nos lembra que a palavra autismo tem suas ramificações no grego, no qual a palavra auto significa eu e a primeira vez que o termo autismo foi usado foi pelo psiquiatra Eugen Bleuler em 1908.

A instituição ressalta que o maior índice ocorre nos meninos e foi um pesquisador e psiquiatra austríaco de nome Hans Asperger que em 1944 escreveu um artigo e o publicou no ano seguinte. O conteúdo deste mostra um comportamento padrão entre os pesquisados com deficiências sociais graves como falta de empatia, baixa capacidade de fazer amizades, conversação unilateral, intenso foco em um assunto de interesse especial e movimentos descoordenados.

Apesar da aparente precocidade verbal de seus assuntos, para  Asperger essas crianças eram pequenos professores. Mesmo sendo uma pesquisa de suma relevância, foi apenas na década de 80 que seu nome foi reconhecido como um dos pioneiros do autismo, por isso a Síndrome de Asperger recebe o seu nome.

Os autistas em nossos primórdios eram considerados loucos e trancafiados em manicômios, em salas escuras, e obviamente, isso fazia deles pessoas violentas, e de acordo com Grinker em seu livro Autismo: um mundo obscuro e conturbado, publicado pela Larousse do Brasil em 2010 afirma que a eutanásia era uma ação defendida por muitos médicos e a suprema corte a esterilização dos mesmos.

O fato é que eram pessoas jogadas a periferia da sociedade o que agravava ainda mais a própria situação dos autistas, deixando-os ao abandono social.

Foram muitos anos de sofrimento para os autistas e seus familiares. Já vimos em publicações anteriores o que a sociedade fazia com as pessoas que fugiam ao padrão de normalidade, e os autistas, embora quando bebês, fisicamente aparentam ser crianças normais, a medida que se desenvolviam, suas dificuldades cognitivas, motoras e psicossociais iam se tornando explícitas e de acordo com Grinker essas crianças eram abandonadas pelos pais nas florestas, por não aceitarem seus filhos como eram.

Hoje pode-se perceber que uma pessoa com TEA pode levar sua vida na maior normalidade, com carreiras brilhantes, porque conseguiram encontrar pessoas que os encorajaram e o ajudaram no seu desenvolvimento, sejam entre seus familiares e/ou educadores.

Temos uma lista de famosos artistas autistas que contribuíram e/ou contribuem com a sociedade, dentre eles estão pessoas como Beethoven, Wolfgang Amadeus Mozart, Isaac Newton, Albert Eistein, Bill Gates, Michael Phelps, Lionel Messi dentre outros ligados ao cinema, teatro, tv, etc. Imagine se todos estivessem ficado no ostracismo de um quarto escuro sendo tratados como esquizofrênicos?

A educação parte do pressuposto que todos são capazes de aprender e graças a esta linha de pensamento, temos os psicopedagogos prontos para exercerem a função de ensinar em suas salas recursos, e promoverem o seu aprendizado e sua socialização fazendo valer sua cidadania.

Esta Lei 13.438 veio reforçar as falas dos autores Silva, Gaiato e Reveles  quando aduzem que quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento, maior será a chance de a pessoa no espectro autista aprender a se socializar e desenvolver as habilidades de comunicação e interação que lhe parecem tão difíceis.

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