17/01/2018

Atrofia, Ferrugem e Alienação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Dá para perceber que a educação de nosso país não vai nada bem, através de sua cultura. Aranha em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela Editora Moderna em 1996 esclarece que " podemos também considerar o conceito de cultura, em um sentido estrito, como a produção intelectual", obviamente a autora abrange também as produções filosóficas, científicas, artísticas, literárias dentre outras que também são bem sofríveis em nosso país.

            Assim sendo, a nossa cultura musical anda deteriorada. Os estilos musicais estão recheados de palavras sem nexo e ou imbecilidades que infelizmente, vendem e servem para mostrar o quanto o povo está alienado.

            Dessa forma, a mídia faz o seu papel em alienar ainda mais, ao premiar tais "artistas e suas pseudo-músicas" e isso reforça a nossa atrofia, ferrugem e alienação  em todos quesitos culturais, afinal de contas, discernimento para muitos, é uma palavra que apenas existe no dicionário.

            Hoje nossa educação se baseia na cidadania tutelada, aquela mesma advertida por Demo em seu livro, Saber Pensar publicado pela Cortez em 2000 quando ressalta que essa mesma cidadania nos quer massa de manobra, submissos e ignorantes, e nossa cultura tem sido justamente fruto dessa cidadania bem planejada por esta atual política.

            O nosso sistema de educação é tão condizente com nossa política corruptora que ao invés de levar seus educandos a um protagonismo social, ele forma cada vez mais o indivíduo alienado, passivo e domesticado subalternamente.

            Conseguimos a façanha de aumentar os dias letivos e reduzir a qualidade da educação. Estamos conseguindo também aumentar o tempo do aluno nas escolas através da escola em tempo integral e em contrapartida, torná-lo ainda mais alienado, ou seja, sem autonomia e sem discernimento.

            O pior é que estamos permanecendo neste erro crasso que tem nos causado vários transtornos e problemas sociais a refletirem principalmente em nossa política, representada pela escória da sociedade, ou seja, pelos mais vis seres humanos.

            Infelizmente a educação tem seu retorno a longo prazo, isso quer dizer que mesmo que modificássemos o sistema e/ou fizéssemos uso da desobediência civil, o resultado com aquele educando apareceria no mínimo em 12 anos, o que implica em quase uma geração perdida.

            Dito isso, podemos perceber que realmente a educação deve ser repensada, reforçando assim as falas de Giles, em seu livro Filosofia da Educação publicado pela EPU em 1983 quando aduz que cabe ao processo educativo levar o educando ao nível da crítica avaliativa com uma educação pela vida e para a vida.

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