10/02/2021

Aprendizagem Criativa

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

O isolamento social trouxe oportunidade para nós educadores revermos nossas metodologias e entendermos melhor como acontece o processo ensino-aprendizagem, já que as aulas passaram a ser remotas, dito isso, tivemos que reinventar, aprender a desaprender para reaprender a ação de lecionar.

Observe que antes do isolamento, muitos de nós educadores, usávamos do método tradicional, no qual os professores fazem uso do discurso como manipulação consciente, o que é corroborado por Demo em seu livro intitulado Saber Pensar, publicado pela Cortez - Instituto Paulo Freire em 2000, quando afirma que apesar dos avanços teóricos no campo da aprendizagem, nossas propostas continuam sendo instrucionistas que se resumem no professor em ensinar, dar aula, e ao aluno, escutar, tomar nota e fazer prova.

O texto supracitado pode ser complementado no livro Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2020 quando ressalto que através do instrucionismo, o aluno é condenado a um processo flagrante de domesticação subalterna. Dando continuidade a estas falas, é elucidado ainda que precisamos aplicar as metodologias ativas de aprendizagem, trabalhando a interatividade, interioridade na relação com o educando, considerando suas paixões, frustrações, sonhos e principalmente sua realidade.

E uma forma de se trabalhar metodologias ativas é por meio da aprendizagem criativa, pois ela possibilita uma consciência crítica e protagônica e é voltada para uma aprendizagem significativa e relevante ao educando, que segundo Fontes em seu artigo A escuta pedagógica à criança hospitalizada: discutindo o papel da educação no hospital, publicado na Revista Brasileira de Educação. Maio/Jun/Jul/Ago 2005, No 29, a aprendizagem significativa está em conhecer e desvelar o contexto em que a criança se situa, valorizando seus desejos, suas fantasias e suas ações, quase sempre desprezados.

Gadotti em seu livro História das Idéias Pedagógicas, publicado pela Ática em 2004, complementa ao elucidar que a aprendizagem significativa, verifica-se quando o estudante percebe que a matéria a estudar se relaciona com seus próprios objetivos e esta aprendizagem é facilitada quando o aluno participa responsavelmente do seu processo, apresentando interesse, paixão, criatividade e colaboração.

Segundo Manzalli, da Sincronia Educação[1], precisamos repensar as habilidades e competências de nossos educandos, pois 65% das crianças que entram na escola hoje, terão no futuro, empregos que ainda não existem, assim sendo, Demo em seu livro Saber Pensar, publicado pela Cortez: Instituto Paulo Freire em 2000, salienta que precisamos fazer nossos educandos aprenderem com autonomia sem abrir mão da convivência comum que faz parte dos 4Ps da aprendizagem criativa que são Projeto, Paixão, Pensar brincando e Pares, que para Peter Senge citado por Neiva em seu livro Lições Aprendidas, publicado pela Editora Universidade em 2006, quando aduz que o aprender é colaborativo. A autora ainda complementa que o processo aprender não pode haver coerção.

Quando se trabalha a aprendizagem criativa, observa-se que a mesma está alicerçada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que foca o conhecimento, pensamento crítico e criativo, repertório cultural, comunicação, cultura digital, trabalho e projeto de vida, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, responsabilidade e cidadania fazendo o estudante um protagonista cognoscente.

Dito isso, a aprendizagem criativa é uma excelente forma de instigar pesquisa, protagonismo, participação e empatia em nossos educandos, então que nós educadores possamos fazer uso deste aprendizagem criativa e significativa para que nossos educandos possam receber algo diferente desta educação sofrível nos obriga a trabalhar.

 

[1] https://www.youtube.com/watch?v=J68v30e_fBs&feature=youtu.be

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