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02/07/2018

Análise de Qualidade de Vida dos Praticantes de Artes ?Marciais

Costal, GZ; Portela, MR; Manoel, EP; Abreu Neto, FP; Henrique Miguel, H; Campos, MVA; Martins, GC.

A prática de lutas e artes marciais vem crescendo atualmente e muito tem se falado que a pratica implica na melhora da qualidade de vida dos praticantes, porém sem embasamento cientifico. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o impacto na vida dos praticantes de Artes Marciais que a prática da modalidade proporciona. As artes marciais são ricas, é trabalha o espírito para se sentir bem naturalmente, os resultados como perda de peso, fortalecimento corporal acabam por se tornar umas consequências. A pesquisa encaminhou para uma analise dos resultados de um questionário WHOQOL com 26 questões, a qualidade de vida em quatro domínios, físico, psicológico, relação social e meio ambiente. Através de uma analise de 20 praticantes de artes marciais indiferentes de sexo em duas modalidades distintas, sendo eles, o judô e o hapkido.

INTRODUÇÃO

            As artes marciais são práticas extremamente antigas da humanidade, tendo se desenvolvido juntamente à civilização. Devido à necessidade de proteção pessoal, as artes marciais se tornaram comuns e foram profissionalizadas. (1)                                                                                      Pessoas de todo o mundo adotam a prática das artes marciais por diversos motivos. Essa atividade proporciona o desenvolvimento positivo da disciplina e da personalidade do indivíduo, enquanto também favorece sua socialização, a autoconsciência e o lazer, além de ensinar o praticante a se defender de ataques sem incentivar a agressividade.(2)                                                       As aulas de artes marciais são muito ativas e exigem que o aluno se movimente muito. De uma forma geral isso faz com que a pessoa exercite seu corpo inteiro, tonificando músculos, melhorando o condicionamento físico, a saúde cardiovascular, a força, o equilíbrio, a flexibilidade, dentre outros (3,4,5). Segundo a Organização mundial da Saúde a qualidade de vida se define como “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Assim para mesurar a qualidade de vida a OMS criou um questionário denominado WHOQOL, e em sua versão abreviada o WHOQOL – bref que consiste em 26 questões que avalia a qualidade de vida em 4 domínios, o físico, psicológico, social e ambiental, tal questionário foi usado no presente estudo devido a sua autenticidade e credibilidade. Para a presente pesquisa foi escolhidos para analise o hapkido, arte que remonta a milenar historia Coreana embasada na defesa pessoal e nos fundamentos da filosofia Taoísta o judô, renomada arte marcial que demonstra o caminho da suavidade trazendo conceitos do Bushido o código de conduta Samurai.(6,7,8,9,10)

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade de vida dos praticantes de judô e hapkido.

METODOLOGIA

 Foi utilizado o questionário do WHOQOL-bref da Organização Mundial de Saúde por um questionário relacionado a qualidade de vida abordando os quatro domínios, sendo eles físico, psicológico, relação social e meio ambiente, composta por 26 questões simples. Sendo que para o praticante atingir uma pontuação necessária para obter qualidade de vida satisfatória, o mesmo precisa atingir o score de no mínimo 70 pontos, ou seja, se obtiverresultado menor que 70 pontos serão consideradosum resultado com qualidade de vida insatisfatória.   (11,12)                                                                                                             Essas pesquisas podem gerar novos conhecimentos, levantar questionamentos e contribuir para tomadas de decisões que melhorem a qualidade de vida.                                                                                                                      A analise de qualidade de vida dos praticantes de artes através do questionário foiaplicado no dia 08 e dia 11 de dezembro, na própria academia onde é treinada a modalidade, o professor selecionou 10 alunos com faixa etária entre 15 a 30 anos, que já possuíam no mínimo 1 ano de treinamento. Foram analisados 20 atletas, sendo 10 da modalidade de judô e 10 da modalidade de hapkido.

RESULTADOS

Através da aplicação do WHOQOL-bref a 10 praticantes de cada modalidade foi possível notar que as 2 modalidades obtiveram resultados satisfatórios, tendo um alto nível de qualidade de vida.                                                           Em primeira analise feita no dia 11 de dezembro de 2011, na modalidade de hapkido foi possível notar que a média do domínio 1, aspecto físico, teve um valor de 84.29 pontos de qualidade de vida no domínio 2, aspecto psicológico, teve um valor de 76,25 pontos; no domínio 3, aspecto social, teve um valor de 78,33 pontos e no domínio 4, aspecto ambiental, teve 69,38 pontos, podendo ser conferido no gráfico 1:

 

Na modalidade judô analisando o questionário aplicado dia 8 de dezembro de 2011, o domínio 1, aspecto físico, teve a media 87,14 pontos; o domínio 2, aspecto psicológico, teve a media 79,58 pontos; no domínio 3, aspecto social, teve a média 82,5 pontos e o domínio 4, aspecto ambiental, teve 78,13 pontos. Estes dados estão representados no gráfico 2:

 

 

 

 

            Analisando os resultados de forma comparada entre as modalidades, temos que o judô teve a maior média no domínio Físico sendo ela 87,14 pontos e Hapkido com 84,29 pontos, No domínio psicológico a maior média foi da modalidade Judô com 79,58 pontos e hapkido com 76,25 pontos, em relação ao domínio social, a maior media foi do Judô com 82,50 pontos com a do Hapkido sendo 82,5 pontos e por fim analisando do domínio ambiental a maior média foi pertencente a modalidade Judô com 78,13 pontos enquanto a média do Hapkido foi de 69,38 pontos. Estes dados podem ser comparados no gráfico 3:

DISCUSSÃO

Deve ser considerada a forma em que o professor da academia e responsável pela modalidade organizou os alunos que contribuíram com a pesquisa. Na modalidade hapkido o professor separou 30 minutos de sua aula para que os alunos respondessem o questionário. O professor de judô separou os alunos em dois grupos enquanto um treinava a modalidade o outro respondia o questionário, em seguida houve a troca.                                                                

Analisando o gráfico 3 que temos que no domínio físico, psicológico e social tanto a modalidade hapkido quanto a judô apresentaram resultados satisfatórios de qualidade de vida. Fazendo assim uma média geral entre estas duas modalidades, no domínio físico temos 85.67 pontos, mostrando que os alunos estão satisfeitos com os exercícios físicos propostos pelo professor em ambas as modalidades. No domínio psicológico a média de 77,92 pontos, o que demonstra que os alunos estão em suas plenas capacidade de discernimento sobre a vida talvez por causa do embasamento filosófico e enfrentamento de situações condicionantes ao longo do convívio proporcionado pela arte marcial. No domínio social a média de 80,42 pontos, demonstrando que o convívio social proporcionado pela arte marcial é satisfatório para ambas as modalidades. No domínio ambiental uma média de 73,76 pontos, demonstrando boa relação entre o aluno e o ambiente de treino principalmente para a modalidade judô visto que a modalidade hapkido teve 69,38 pontos que seria insatisfatório. Em geral as modalidades apresentaram em média alto nível de qualidade de vida em todos os domínios, principalmente o físico.                             

Em relação ao domínio ambiental na modalidade do hapkido a pontuação de 69,38 pontos que não caracterizou uma boa qualidade de vida, sendo assim levou em consideração que os alunos da modalidade pesquisada não possuem academia própria, sendo treinado no espaço destinado a outras modalidades, fator esse que provavelmente pode interferir nesse resultado.

CONCLUSÃO

Notou-se que ambas as modalidades obtiveram qualidade de vida superior a 70 pontos. Com os resultados obtidos o judô teve a maior média nos domínios físico, psicológico, social e ambiental. Houve uma pequena diferença em porcentagem nos resultados entre as modalidades sendo assim o judô no fator físico apresentou 3,3 % mais eficaz, no fator o psicológico o judô apresentou 4,2% mais eficaz, no fator ambiental apresentou 11,2% mais eficaz, e no fator social não apresentou diferença em percentual entre as modalidades.

REFERÊNCIAS

  1. BRASIL 2001. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.893/GM, de 15 de outubro de 2001. Institui o Programa de Promoção da Atividade Física. Disponível em: http://www.confef.org.br/extra/juris/mostra_lei.asp?ID=54
  1. YONEZAWA, Fernando Hiromi. Algo se move: um elogio filosófico-ético à prática do combate como arte e educação. Motriz, Rio Claro, v.16 n.2 p.348-358, abr./jun. 2010
  1. OMS.The World Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Social science and medicine. v.41, n.10, 1995, p.403-409.

 

  1. ASSOCIAÇÂO NACIONAL DE HAPKIDO TRADICIONAL 2013 site: http://www.hapkidotradicional.com.br/historia.html
  1. FEDERAÇÂO PAULISTA DE JUDO 2013 site: http://www.fpj.com.br/
  1. MARON BJ. The paradox of exercise. N Engl J Med 2000; 343(19):1409-1411.

7.MINAYO MCS, Hartz ZMA, Buss PM. Qualidade de vida e saúde: um debate nescessario. Ciênc. saúde coletiva. vol.5 no.1 Rio de Janeiro  2000. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&%20pid=S1413-81232000000100002&lng=en&nrm=is

  1. CASPERSEN, Carl J.; POWELL, Kenneth E.; CHRISTENSON, Gregory M. Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Rep. 1985 Mar-Apr; 100(2): 126–131. PMCID: PMC1424733
  2. RSP - PROJETO PROMOÇÃO DA SAÚDE/ SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE. Programa Nacional de Promoção da Atividade Física “Agita Brasil”: Atividade física e sua contribuição para a qualidade de vida. Rev Saúde Pública 2002;36(2):254-6 site: www.fsp.usp.br/rsp
  3. DISHMAN RK (ed.). Advances in exercise adherence. Human Kinetics, Champaing 1994.
  4. FLECK, Marcelo PA; LOUZADA, Sérgio; XAVIER, Marta; CHACHAMOVICH, Eduardo; VIEIRA, Guilherme; SANTOS, Lyssandra; PINZON, Vanessa. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de Saúde Pública 2000.
  5. KLUTHCOVSKY, Ana Cláudia G.C.; KLUTHCOVSKY, Fábio Aragão. O WHOQOL-bref, um instrumento para avaliar qualidade de vida: uma revisão sistemática. Apresentado na I Jornada de Pedagogia e Psicologia da Faculdade Guairacá, Guarapuava, PR, em agosto de 2007

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