06/06/2018

ANALISE COMPARATIVA DO GRAU DE FLEXIBILIDADE E FORÇA ENTRE OS GRUPOS DE IDOSOS SEDENTÁRIOS, PRATICANTES DE TAI CHI CHUAN E DANÇA.

Centro universitário Ítalo Brasileiro

ANALISE COMPARATIVA DO GRAU DE FLEXIBILIDADE E FORÇA ENTRE OS GRUPOS DE IDOSOS SEDENTÁRIOS, PRATICANTES DE TAI CHI CHUAN E DANÇA.

ANTONIO VENTURA DE SELES JUNIOR, ELIOMAR PORTILHO DE MAGALHÃES, ELTON ADELINO DE SOUSA, ÍTALO NICOLLAS VICENTE, JANPYERRY MOURA FERREIRA, ROBSON MORAES JILÓ, ROGÉRIO DE LIMA SANTOS 

São Paulo

2018

Resumo 

As mudanças na força e Flexibilidade decorrentes do envelhecimento podem ser melhoradas mediante a prática de exercícios físicos como a dança e Tai chi chuan. Objetivo: Comparar força e flexibilidade entre idosos praticantes de tai chi chuan,Ritmos e não praticantes de exercícios físicos.Métodos:participaram do estudo 39 idosos entre 63 e 70 anos, sendo 13 praticantes de tai chi chuan,13 praticantes de Ritmos e 13 não praticantes de exercícios físicos.O nível de atividade física foi avaliado pelo protocolo de Rickli e Jones citado por salons e pereira,2007.A avaliação de Força foi realizada em membros superiores e inferiores em um número de execuções em 30 segundos.A Flexibilidade foi avaliada pelos testes de sentado alcançar os pés e Alcançar atrás das costas.Resultados: Todos os grupos foram classificados como ativos.O grupo de tai chi chuan apresentou maiores valores de execuções de movimentos tanto de membros inferiores quanto de superiores quando comparado ao praticante de dança e não praticante de exercícios físicos. Nos testes de flexibilidade de membros inferiores e superiores não há grande diferença entre o Grupo de tai chi chuan,dança e não praticante de exercícios físicos.Conclusão: O tai chi chuan mostrou-se mais eficaz na avaliação da força em relação a dança e os não praticantes de exercícios físicos.

Palavras chave:Força e flexibilidade em idosos

Abstract

The changes in strength and flexibility resulting from aging can be improved by practicing physical exercises such as dance and Tai chi chuan. Objective: To compare strength and flexibility among elderly Tai chi chuan practitioners, rhythms and non-practitioners of physical exercises. Methods: 39 elderly participated on the study and they were aged between 63 and 70 years old, 13 of them were Tai chi chuan practitioners, another 13 were rhythmic practitioners and the other 13 don’t practice physical exercises.

The level of physical activity was evaluated by the protocol of Rickli and Jones cited by Salons and Pereira, 2007. The Strength assessment was performed on upper and lower limbs in a number of runs in 30 seconds. Flexibility was assessed by a test where they were sitting down and had to reach their feet and then reach behind their back. Results: All groups were classified as active. The group of Tai chi chuan presented higher values ​​of both lower and upper limb movements when compared to the dance practitioner and non-practitioners of physical exercises.In the flexibility tests of the lower and upper limbs there is no great difference between the ones who practiced Tai chi chuan, dance and the ones that don’t pratice physical exercises. Conclusion: Tai chi chuan has been shown to be more effective in evaluating strength in relation to dance and those who don’t pratice physical exercises

Key words: Strength and flexibility in the elderly

Introdução

O processo de envelhecimento vem acometendo mais pessoas a cada dia em diferentes partes do mundo. A senescência tem ocorrido de forma mais branda nos países desenvolvidos, acompanhada pelo crescimento econômico e pela melhoria nas condições de vida dos idosos, contudo nos países em desenvolvimento, tal fenômeno ocorre de maneira mais abrupta e sem o devido planejamento da melhoria das condições de vida dessa população (Cardoso, 2010).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu como idoso aquela pessoa com 65 anos (ou mais) de idade, no caso de indivíduos de países desenvolvidos, e 60 anos (ou mais), para pessoas de países subdesenvolvidos. No Brasil, os dados demográficos dos últimos censos apontam um crescimento da população idosa, tanto em termos absolutos quanto proporcionais. Entre 1991 e 2000, observou-se que o percentual de idosos no país cresceu 35% a mais do que o restante da população. Estima-se que nos próximos 20 anos a população de idosos no Brasil poderá alcançar e até mesmo ultrapassar a cifra de 30 milhões de pessoas o que representará aproximadamente 13% da população segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010).

O aumento da expectativa de vida do brasileiro é resultado da diminuição das taxas de mortalidade e de natalidade, bem como da melhoria das condições de saneamento básico, ao domínio das doenças infectos-contagiosas, das vacinações sistemáticas e do avanço no combate as doenças em geral. Doenças degenerativas comumente acompanham o processo de envelhecimento sendo as mais comuns: osteoartrite, osteoporose, diabetes, dislipidemias, hipertensão arterial, dentre outras. Já se sabe, também que o idoso perde sua capacidade funcional no decorrer da vida. Há uma diminuição na força e na potência muscular, o que dificulta a execução das atividades da vida diária (AVD) prejudicando assim a qualidade de vida dos idosos. A perda da força muscular, particularmente dos membros inferiores, influencia negativamente no equilíbrio e na qualidade da marcha dos idosos, podendo levar a um maior risco de quedas e, consequentemente, maior risco de fraturas facilitadas pela desmineralização óssea típica do idoso (Balsamo, 2007).

Tudo isso se reflete na piora da função neuromuscular nessa população, com especial ênfase na redução da mobilidade que é a capacidade de deslocamento do indivíduo pelo ambiente, sendo um componente da função física extremamente importante, constituindo um pré-requisito para a execução das AVD e a manutenção da independência podendo gerar dependência e incapacidades. A atividade física regular tem sido recomendada como prevenção e tratamento de várias doenças, bem como um componente importante para a melhora funcional dos idosos principalmente no que diz respeito a mobilidade.  Dentre as modalidades de atividade física, atualmente, está o Tai Chi Chuan (Oliveira, 2006).

O Tai Chi foi desenvolvido, originalmente, como uma forma de arte marcial, e está sendo usado há séculos na China como exercício para a saúde, considerando, entre outros aspectos, o etário, e, particularmente, entre os idosos. O exercício básico de Tai Chi é uma série de movimentos individuais, reunidos de modo contínuo, fluindo suavemente de um movimento para outro. Os movimentos do corpo são lentos, suaves, e bem coordenados, mantendo o centro de gravidade baixo conforme varia a forma de execução dos exercícios.

Apesar de ser uma arte marcial chinesa milenar, que encoraja a concentração mental e o controle dos movimentos corporais, foi somente nos últimos anos que começaram a surgir as principais publicações científicas sobre os efeitos do Tai Chi na aptidão física e capacidade funcional do idoso.

O Tai Chi Chuan tem atraído parcialmente a população idosa, com a promessa de melhorar seu desempenho nas atividades da vida diária. Contudo, escassos são os estudos sobre o tema. Nosso objetivo nesse trabalho foi verificar os efeitos deste tipo de treinamento na mobilidade de idosos que o praticam.

O Processo de Envelhecimento

Um fenômeno que atinge todos os seres humanos. É caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e irreversível, ligados intimamente a fatores biológicos, psíquicos sociais (BRITO E LITVOC, 2004).

Segundo Birren e Schroots (1996), se compreende o envelhecimento subdividido em três partes; envelhecimento primário, secundário e terciário.

O envelhecimento normal, ou primário (senescência), atinge todos os humanos pós-reprodutivos, uma característica genética típica da espécie. Este tipo de envelhecimento atinge o organismo de uma forma gradual e progressiva, tendo efeito cumulativo. Há vários fatores determinantes para o envelhecimento, como exercícios, dieta, estilo de vida, exposição a evento, educação e posição social, o indivíduo nesse estágio está sujeito à esta concorrente influência.

Para Netto (2002), o envelhecimento primário é geneticamente determinado ou pré-programado, sendo presente em todas as pessoas (universal).

O envelhecimento primário é referente às mudanças universais com a idade numa determinada espécie ou população, sendo independente de influências ambientais e doença Hershey (1984 in Spirduso, 2005).

Para Birrene  Schroots, o envelhecimento patológico ou secundário, refere-se a doenças que não se confundem com o processo normal, do envelhecimento. Estas debilidades variam de lesões cerebrais, cardiovasculares. O envelhecimento secundário é o envelhecimento resultante das interações das influências externas, como ambientes, sendo variável entre indivíduos em meios diferentes. Tem como característica o fato de decorrer de fatores geográficos, cronológicos e culturais (NETTO, 2002).

Segundo Spirduso (2005), as causas podem ser distintas, o envelhecimento primário e secundário tem forte interação entre si. O stress ambiental e as doenças podem possibilitar a aceleração dos processos básicos de envelhecimento, podendo estes aumentar a vulnerabilidade do indivíduo.

No entanto o envelhecimento terciário ou terminal, para Birren e Schroots (1996), o período que tem como profundas perdas cognitivas e físicas, ocasionadas pelo acumulo dos efeitos do envelhecimento, e também por patologias dependentes da idade.

Para Weineck (1991), a idade cronológica através da sua data de nascimento (calendário), ordena as pessoas, enquanto a idade biológica (sendo esta individual) é demonstrada pelo organismo. A idade psicológica é evidenciada pela soma de experiências, por aspectos como desempenho e maturação mental. A idade social (sociológica) é indicada pelas estruturas organizadas de cada sociedade, cada indivíduo pode variar de jovem a velho em diferentes sociedades.

Netto (2002), este autor considera que a idade psicológica é a relação entre a idade cronológica e as capacidades memoriais, de aprendizagem e/ou percepção.

A idade de um sujeito é subjetivamente relacionada em comparações com outros indivíduos, tendo como parâmetro a presença de marcadores sociais, psicológicos  e biológicos, do envelhecimento. No entanto, a idade social é a capacidade que um indivíduo tem de se adequar a certos papéis e comportamentos referentes a um dado contexto histórico da sociedade.

Podendo levar a redução da expectativa de vida, o envelhecimento é um fenômeno natural, isso porque tem relação ao aumento de doenças crônicas, síndromes geriátricas, que afeta a saúde de vida,  prejudicando a autonomia e a independência funcional do idoso. (FREITAS et al, 2016).

Levando em consideração os conceitos de autonomia e independência, a capacidade funcional deve ter como o cuidado ao idoso, a capacidade individual de decisão e de comando sobre suas ações independentes (SANTOS et al, 2016).

 Força e flexibilidade

A força muscular, definida como a máxima quantidade de força que um músculo, ou grupo muscular, pode gerar em um padrão específico de movimento em uma determinada velocidade (KNUTTGEN; KRAEMER, 1987) apresenta seu pico por volta dos 30 anos de idade, diminuindo de forma lenta e imperceptível até aproximadamente os 50 anos, quando começa a declinar de forma aparente. Entre os 50 e 70 anos de idade observa-se uma diminuição de 15% por década e, acima dos 70 anos, nota-se um declínio de 30% por década (MACALUSO; DE VITO, 2004). A perda de força muscular é acompanhada da menor capacidade do músculo em exercer força rapidamente (desenvolvimento de potência) ao longo da idade (ASSUMPÇÃO; SOUZA; URTADO, 2008). Perdendo-se potência muscular, certamente perde-se também capacidade de promover torque articular rápido, necessário às atividades da vida diária (AVD’s), como: elevarse da cadeira, subir escadas e manter o equilíbrio ao evitar obstáculos (PEDRINELLI; GARCEZ-LEME; NOBRE, 2009). A dependência para o desempenho das AVD’s tende a aumentar de 5%, na faixa etária dos 60 anos, para cerca de 50%, no grupo com 90 ou mais (BRASIL, 2006). Contudo, além de causar maior dependência, a diminuição da força e da potência muscular pode contribuir para o aumento do número de quedas. Estudos demonstram que cerca de 30% das pessoas com mais de 65 anos, e metade dos idosos com 80 anos ou mais, sofrem uma queda por ano (MOYLAN; BINDER, 2007). Como conseqüência, essas quedas podem acarretar: restrição de mobilidade, medo de quedas recorrentes, depressão, isolamento social e, principalmente, lesões musculoesqueléticas. Dentre as lesões mais frequentes, estão as fraturas, que afetam de 10% a 15% dos idosos que caem, sendo que, dentre esses idosos que experimentam quedas, 75% não se recuperam totalmente e tem redução em sua capacidade funcional (MOYLAN; BINDER, 2007).

A Flexibilidade

A flexibilidade possui diversas definições na literatura. Barbanti (2003) define por flexibilidade a capacidade que as articulações detêm de terem uma amplitude de movimento para as quais foram projetadas (todas as articulações têm um limite de amplitude). Estudos têm demonstrado efeitos positivos tanto significantes quanto não significantes do exercício sobre a amplitude de movimento articular em pessoas idosas, dependendo da duração do programa de exercícios, tamanho da amostra e técnica de medida (ACSM, 1998). Ainda o mesmo autor em um estudo longitudinal de dois anos mostra que os níveis de Flexibilidade em mulheres idosas (60 a 80 anos) foram mantidos inalterados embora exercícios de alongamento tenham sido incluídos na rotina de exercícios sistematizados destas. Por outro lado, essa estabilidade dos valores iniciais de Flexibilidade não pode ser desprezada, uma vez que se focaliza a qualidade de vida e a independência funcional do indivíduo idoso e a vinculação da força muscular e da flexibilidade corporal com a probabilidade de quedas e de lesões musculoesqueléticas. Isto é, uma manutenção da Flexibilidade e força contribui para evitar quedas e lesões. Cabe aqui ressaltar a diferença entre exercícios de flexibilidade e exercícios de alongamento. Para Galdino et al (2005), o alongamento é aquele utilizado normalmente antes das práticas desportivas, como forma de preparar o corpo para o esforço e prevenir lesões. Ou ainda, forma de trabalho submáxima, que visa à manutenção dos níveis de flexibilidade.

A Força Muscular nos Idosos

A força muscular há muito vem sendo associada à manutenção da qualidade de vida em idosos. Para Barbanti (2003), qualidade de vida está associada ao padrão de vida, nível de bem estar que um indivíduo ou uma população pode desfrutar, incluindo aspectos de saúde física e mental, condições materiais, sociais, etc. Aqui se utilizou o termo qualidade vida apenas no contexto saúde física e mental. A força mostra-se bastante associada aos níveis de flexibilidade do indivíduo analisado. Níveis adequados de força muscular e flexibilidade são fundamentais para o bom funcionamento músculo-esquelético, contribuindo para a preservação de músculos e articulações saudáveis ao longo da vida. Por outro lado, tanto os declínios da força muscular quanto dos níveis de flexibilidade vão gradativamente dificultando a realização de diferentes tarefas cotidianas, levando, muitas vezes, à perda precoce da autonomia (CYRINO, 2004).

TAI CHI CHUAN

            O tai chi chuan é, sem dúvida, a mais conhecida e praticada. O termo tai chi chuan(Tai ji Quan) significa “Arte do combate Taiji”, com isso quer-se dizer que seus movimentos tem forma Análoga de Taiji (Tai chi), e que seus princípios fundamentais estão ligados ás noções de Taiji, Yin/Yang, Cinco elementos e oito trigramas. O termo Taiji, também é frequentemente traduzido como “Cumeeira Suprema” (viga da cumeeira de uma casa) trazendo uma ideia de eixo em torno do qual se ordenam as transformações (Despeux,2002).

            É uma Arte Marcial Praticada para a promoção da saúde e defesa pessoal. Realizada lentamente, é um antigo exercício que permite ao praticante a harmonização com a respiração, enquanto coordena os movimentos das mãos,pés e cabeça. É singular, pois não exige uma grande força nem envolve exercícios físicos extenuantes (Centro cultural chinês,2008).

            Sua origem está ligada aos primeiros Taoistas, eremitas que rejeitaram conscientemente o mundo e se retiraram para a solidão das montanhas a fim de estudar o mundo natural, meditar e descobrir a natureza do homem (Reid e Croucher,2003).

A teoria mais popular sobre a origem do TCC é atribuída ao sacerdote taoista Zhang san Feng (1127-1279), que viveu, nas montanhas de wudang. Afirma-se que, um dia, o sacerdote presenciou um duelo entre uma serpente e uma garça. A serpente, que combatia com extrema agilidade e deslocamentos curvilíneos, saiu vitoriosa.Zang san Feng compreendeu a supremacia da agilidade sobre a rigidez e a importância da alternância entre Yin/Yang(Despeux,2002).

  Este fato,o inspirou a modificar seu Kung fu (relativamente rude) para um estilo mais suave que posteriormente veio a ser conhecido como Tai Chi Chuan Wudang.Zhang San Feng foi o primeiro a destacar os métodos de treinamento exterior-como golpear sacos de areia,treinar com pesos-e,estimular os métodos interiores- como o controle da respiração, a visualização e o fluxo do chi ( ou Qi, conforme transliteração; energia, substancia fundamental que constitui o Universo) Kit,2007).

   Os sábios chineses entendiam que o universo é estruturado pelo Tao ou “Caminho” cuja manifestação fundamental é a energia ou Chi. Segundo a tradição, quando o Chi passou a existir. O universo se dividiu em trevas e luzes, calor e frio, rigidez e maleabilidade e todas essas complementaridades resumiram-se nas duas polaridades cósmica denominadas Yin/Yang, como vimos anteriormente. As infinitas Transformações que passaram a ocorrer produziram o universo em Existência ou em ato. “A prática do TCC, segundo uma visão tradicional, tem por objetivo exercitar o fluxo do Chi por todas as partes do corpo” (Reid e Croucher,2003).

Análise Estatística

Segundo Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Safons e Pereira, 2007, a aplicação de testes é importante para avaliar a eficiência dos programas de atividades físicas destinados aos idosos; devido as suas características e especificidades, há necessidade de conhecimento de testes específicos para a realização de avaliações dos mesmos, em termos funcionais e físicos; É importante que os alunos passem por uma avaliação prévia, visando conhecer suas condições de condicionamento físico e saúde.

A aplicação de testes para avaliar a aptidão funcional dos idosos tem como objetivos:

  • Diagnosticar e verificar a eficiência dos programas de exercícios físicos;
  • Planejar e avaliar os programas de intervenção para idosos;
  • Verificar a evolução da aptidão funcional em relação ao processo de envelhecimento;
  • Determinar a aptidão funcional que deve ser priorizada na elaboração dos programas de intervenção;
  • Fornecer aos idosos parâmetros da sua evolução diante dos programas de intervenção. Mazo, Lopes e Benedetti, 2009.

Sentar e Levantar na Cadeira

 Senta-se na Cadeira com as costas retas, pés afastados na largura do quadril,braços cruzados na altura do peito. inicia-se a atividade sentando na cadeira de uma forma concentrada e em seguida retorna a posição inicial. Fazer o procedimento durante o período de 30 segundos. A execução do movimento será repetido 2 vezes para o mesmo sentir a forma da execução  (Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Rikli e Jones, 2008.)

Pontuação (Figura 1): Valores considerados como bom em um intervalo de 30 segundos. Se ao final dos 30 segundos o participante estiver no meio do movimento conta-se uma execução.

Figura 1:

Flexões de cotovelo sentado

 Em posição sentado o com as costas retas e pernas largura do quadril e pés no chão sentado na borda da cadeira segurando um pesinho contendo 2 quilos em seu lado dominante. mantendo o braço parado ao lado do corpo. Inicia-se com o braço estendido, Fazendo uma flexão de cotovelo, com a palma da mão  voltando para cima. Será efetuado duas vezes o movimento para que o avaliado faça de uma forma correta (Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Rikli e Jones, 2008).

Pontuação (Figura 2):

Figura 2: Valores considerados como bom em um intervalo de 30 segundos. Se ao final dos 30 segundos  o participante estiver no meio do movimento conta-se uma execução .

Figura 2:

Teste de Flexibilidade - Alcançar os pés

Objetivo: Avaliação de flexibilidade de membros inferiores.

Equipamento: Cadeira com a altura do aproximadamente de 43,18cm e com uma das pernas estendidas, e uma régua de aproximadamente 50 centímetros.

Procedimentos: Segurar ou apoiar a cadeira em um local firme,para que a mesma não corra o risco de escorregar. Fazer a expiração ao fazer a flexão de quadril(alcançar o pé) . Flexionar o quadril com os braços estendidos até sentir um leve desconforto, nunca até o ponto de dor. Não aplicar o teste em pessoas que sentem dor ao fazer a flexão de quadril e com osteoporose. Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Rikli e Jones, 2008.

Senta-se na ponta da cadeira mantendo as costas retas com uma das pernas estendidas,mantendo o calcanhar no chão com o pé flexionado 90º.  (Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Rikli e Jones, 2008).

Com a mão uma sobre a outra fazer uma flexão de quadril, mantendo as costas  reta e cabeça alinhada. Ao observar o joelho fazendo uma leve flexão pedir ao avaliado retornar um pouco até a extensão novamente do joelho. Ao aproximar do pé  sustentar por 2 segundos.Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Rikli e Jones, 2008.

Será realizada duas vezes com a perna selecionada. Efetuar duas vezes e selecionar  o melhor score (Figura 3). Registrando a distância entre o dedo e o pé,fazendo o registro da distância entre o pé e o dedo. Alcançando o pé sem passar e faltar  representa o zero. Escore negativo:  não alcançando o ponto; Escore zero:  o ponto central; Escore positivo: mãos ultrapassaram o ponto. Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Rikli e Jones, 2008.

Figura 3:

Alcance das Costas

Objetivo: Avaliar a flexibilidade dos membros superiores (ombro).

Equipamento: régua de 50 centímetros. Recomendações de segurança: Interromper o teste se o participante sentir dor. Lembrá-los de continuar respirando enquanto se alongam e de evitar impulso ou movimentos rápidos. Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Rikli e Jones, 2008.

Procedimento: Em pé, o avaliado coloca a mão preferida sobre o mesmo ombro, com a palma e os dedos estendidos, tentando alcançar a parte central das costas. A outra mão deve ser colocada para trás, com a palma da mão para cima, tentando fazer com que os dedos de ambas as mãos se toquem ou sobreponham. Mazo, Lopes e Benedetti, 2009; Rikli e Jones, 2008.


Pontuação (Figura 4): Medir a distância de sobreposição ou a distância entre as pontas dos dedos médios, indicando o melhor escore. Atribuir valor negativo se os dedos não se tocarem, escore zero se os dedos médios se tocarem ligeiramente e escore positivo se os dedos médios se sobrepuserem.

Amostra

Testes Realizados na instituição NCI Vida Ativa localizada na Rua Maria Blanchard, 248 – Jardim Maracá, 05859-120 São Paulo, se trata de uma organização não governamental ( ONG ) Centro Comunitário – Esporte e Recreação, tendo seu horário de funcionamento de 2ª a 6ª das 8:00 as 17:00. Selecionamos 3 grupos de pessoas, cada grupo contendo 13 candidatos, com idade a partir de 60 anos para a elaboração de testes de força e flexibilidade; 1º grupo praticantes da modalidade de Tai-Chi-Chuan; 2º grupo de sedentários, não praticam qualquer tipo de exercício físico; 3º grupo são idosos praticantes de ritmos.

Materiais e Métodos

 Para a execução dos testes foram utilizados uma fita métrica para medição dos testes de flexibilidade, onde estará detalhadamente mostrado nos gráficos, pesos de 2 kg para verificar o grau de força, também foi utilizado uma cadeira para os testes.

Resultados:

O gráfico abaixo representa os resultados em media de cada grupo, obtidos após a aplicação do protocolo de RIKLI & JONES em que as repetições foram realizadas com um halter de 2kg considerando 0 como fraco e 16 forte.

Este segundo gráfico representa os resultados em media de cada grupo, obtidos após a aplicação do protocolo de RIKLI & JONES para avalição de flexibilidade atribuindo valor negativo considerado como baixa flexibilidade e valor positivo como boa flexibilidade.

Discussão

Observamos em nosso estudo as variáveis condições físicas através das atividades comparadas. Após os dados obtidos, vemos o quanto a atividade física se mostra importante no condicionamento físico e na mobilidade articular dos idosos, em relação aos não praticantes de atividades físicas.

Acreditamos que o protocolo utilizado teve uma boa precisão para obtermos nossos resultados, pois os testes foram aplicados com os mesmos procedimentos em todos os grupos estudados.

Atualmente há vários protocolos para a avaliação da condição do idoso. Foi escolhido o protocolo de RIKLI E JONES por ser mais prático e de baixo custo.

O teste de sentar e levantar visa avaliar a força dos membros inferiores. Nossos resultados são semelhantes aos de Rikli e Jones. Foi verificado após 12 semanas de treinamento, uma melhora na sua força muscular.  

Hagber et al. e Hicks et al. Em seu Estudo em homens e mulheres de Terceira idade, que realizaram um treinamento de 12 a 26 semanas, encontraram um aumento na força muscular dos indivíduos. 

No teste de flexão de cotovelo foi avaliado a força dos membros superiores.  Nossos resultados foram compatíveis com as observações de Mccartney et al. constatou que com o passar da idade, ocorre a perda de força do membro superior, mas é possível ter uma melhora com atividades físicas.

O teste de “sentar e alcançar” mede com boa precisão a flexibilidade do segmento inferior. Em nosso estudo os pacientes avaliados praticavam as modalidades de dança e taichi no mínimo a 6 meses, notamos que o grupo de dança se destacou nos resultados de flexibilidade. Hoerger e Hopkins em seu trabalho com idosos, obtiveram uma melhora nos resultados desse teste, após exercícios de caminhada, alongamento e aulas de dança após 12 semanas.

 É provável que os alongamentos antes e após as aulas de dança junto aos movimentos que requerem boa amplitude justifiquem esses resultados.

No teste de alcançar atrás das costas visa avaliar a flexibilidade dos ombros. Esse teste também apresentou resultados superiores no grupo de dança em ralação aos demais. Hubley Kozey et al. Em seu estudo encontraram uma melhora nas articulações dos membros superiores e inferiores. Em indivíduos que praticavam atividades regulares. Isso mostra como as atividades físicas são de grande importância para a terceira idade, que com o passar do tempo tem seus movimentos limitados devido à perda de massa óssea e massa muscular. Assim como o nosso trabalho outros estudos indicam os diversos benefícios de atividades físicas para idosos, como critério de retardar o máximo possível dos efeitos do envelhecimento. Além de todos os benefícios, a atividade física contribui na diminuição da taxa de morbimortalidade nos idosos.

Conclusão

Contudo, concluímos que com base na revisão de testes aplicados realizados que: quanto ao objetivo proposto dos mesmos, todos avaliam de alguma forma a aptidão física e capacidade funcional dos grupos de idosos. Além disso, todas as baterias de testes voltados a flexibilidade e força apresentam uma boa aplicabilidade, são de fácil execução, com poucos matérias e custos no geral.Os testes aplicados têm ligação direta e importantes nas atividades da vida diária (AVD’s) e situações cotidianas dos idosos como: andar, levantar, agachar-se (Grupo 1 de sedentários) atividades básicas como a dança em geral (Grupo 2 de dança) e movimentos específicos do Tai Chi Chuan (Grupo 3 Tai Chi).

REFERÊNCIAS

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