Amor, Confiança e Valor na Educação
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Tendo a educação como pedra angular da sociedade, por que não ensinar o amor, a confiança e valor para que esta sociedade seja um pouco mais humanizada e equitativa?
Para Giles no seu livro Filosofia da Educação, publicado pela EPU em 1983 ressalta que um dos objetivos da educação é alcançar a pessoa naquilo que lhe é mais específico, no seu ser - humano, isto é, na sua intelectualidade, na sua afetividade, nos seus hábitos, para levá-la à realização de um ideal.
O autor complementa ao ressaltar que o ato de educar é "um processo de construção que concretiza e, ao mesmo tempo, impulsiona uma imagem ideal ou projeto do homem" e antes da mais nada, a educação busca transformar seres ignóbeis em pessoas pensantes e protagonistas.
Assim sendo, nas falas do autor, como me tornar o eu-no-mundo-com-o-outro se me falta esta tríade amor, confiança e valor?
Aranha em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela Moderna em 1996 é enfática quando esclarece três aspectos importantes na formação docente que são, qualificação, formação pedagógica e formação ética e política sendo esta última responsável por um educar a partir de valores tendo em vista um mundo melhor, o que é reforçado por Gadotti no seu livro História das ideias Pedagógicas, publicado pela Ática em 2004 quando cita Sêneca (por volta de 4 a. C. – 65) ao dizer "“non scholae, sed vitae est docendum”, ou seja, não se deve ensinar para a escola mas para a vida.
Desta forma, cabe e pergunta, será que o que estamos ensinando nas escolas públicas está sendo um ensinamento para a vida?
Mandela era enfático ao afirmar que "ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar", e se podem ser ensinados a amar, cabe a nós educadores fazermos isso também.
Em relação a confiança, Terra em seu livro Gestão do Conhecimento: O Grande Desafio Empresarial: Uma abordagem baseada no aprendizado e na criatividade, publicado pela Negócios Editora em 2001, enfatiza que a confiança mútua é uma dimensão da solicitude, pois ela tem que ser recíproca, desta forma, uma pessoa só aceita ajuda quando esta acredita nas boas intenções de quem oferece.
Desta forma Hunter em seu livro O Monge e o Executivo, publicado pela Sextante em 2004, elucida que a confiança é tão importante que sem a mesma, torna-se impossível um bom relacionamento.
Interessante a observação de Nietzsche em seu livro Humano, demasiado humano: Un libro para espíritus libres, publicado por A. L. Mateos, S. A em 1993. O filósofo esclarece que "quien está seguro de la confianza concede poco valor a la confidenci", ou seja, quanto mais confiança se tem no outro, menos confidências acontecerão, ou seja, não faz sentido pedir segredo de alguém que se confia.
Assim esta tríade deve guiar nossos alunos para um vida mais equitativa e humanizada, e que nós educadores possamos não só ensinar mas em parceria com os familiares, servimos de exemplos em relação ao amor, confiança e valor para nossos educandos.