07/10/2024

Aborto Afetivo

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Em tempo não muito remoto a escola era vista como uma extensão de nossa casa, pois existia e exigia respeito pelos docentes e demais funcionários, todavia, não podemos mais fazer tal afirmação, já que os educandos em casa sequer têm limites, assim sendo, não se pode fazer na escola o que se faz em casa.

A escola na maioria das vezes é um local onde o aluno ouve o que não está mais acostumado: a palavra NÃO, e acredite, é muito difícil ele assimilar tal negação mediante a tanta permissividade da família.

Sócrates, há mais de 2400 anos afirmava que todo excesso esconde uma falta, e os excessos de “sim” esconde a falta de atenção, de carinho, de responsabilidade com o filho, de impor limites e até mesmo a falta do que deveria ser um direito, mas que lhe foi subtraído, a falta de uma educação que ensinará valores, ética, empatia, amor ao próximo, respeito e moral, coisas que foram empurradas para as instituições educacionais.

Comportamentos de pais têm explicitado o aborto afetivo que pontua a decisão de interromper uma relação afetiva, o que em muitas situações, estão deixando de existir no próprio leito familiar.

Os pais hoje se encontram sem saúde mental e emocional e isso acaba influenciando a educação dos filhos, pois eles também terão estes reveses em suas formações, faltando-lhes o equilíbrio para enxergar as coisas com mais cor.

As atitudes oriundas de pais sem a mínima responsabilidade com seus filhos no ato de educa-los, diga-se educar, para propositalmente diferenciar de criar, já que se cria porcos, passarinhos dentre outros seres vivos, todavia, crianças são educadas.

Em situações de plena omissão da família, o que não é muito difícil perceber no comportamento dos alunos, estes quando vão para as instituições educacionais, passam por extremas dificuldades, já que em todas instituições têm-se regras e existem nestes alunos um certo transtorno opositor desafiador, pois se seus pais permitem tudo, porque os professores os proibirão?

Nas instituições educacionais mais sérias, têm hora para brincar, estudar, conversar, para sair e até mesmo chegar, tem que pedir para se ausentar da sala para ir ao banheiro, enfim, existe na instituições regras que não são comuns aos alunos que sofrem o aborto afetivo e um revés é quando as escolas impõe as regras, os pais ausentes se sentem no direito de ir reclamar destas regras, e se esquecem que professores fazem esforços hercúleos para além de ensinar os conteúdos que estão na grade curricular e fazem parte de sua profissão, têm ainda que fazer a função da família que encontra-se totalmente ausente.

O problema do abandono tem sido tão recorrente que pais se sentem impotentes quando tentam fazer valer suas autoridades e percebem que não souberam educar seus filhos, transformando-os em monstros sociais sem respeito, sem ética, sem moral e sem amor ao próximo.

Dito isso, que a educação possa trabalhar com estes alunos para que eles consigam perceber o quão maravilhoso é o mundo compartilhado e que as instituições educacionais possam encontrar meios de envolverem as famílias conscientizando-as de seus deveres como pais e da importância do amor a seus filhos, uma vez que  os valores são exemplificados principalmente pelos pais.

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