A Primeira Infância e o Processo de Aprendizagem Lúdica: Fundamentos e Implicações Educacionais

Andressa Norberto Franquin
Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia com Enfase em AEE. Primavera do Leste, MT.
Adriana da Silva Barros
Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Series Iniciais. Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional. Primavera do Leste, MT.
Cynara Gonçalves Santos
Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Docencia em Educacao Infantil. Primavera do Leste, MT.
Ines Preuss da Rocha
Magisterio. Primavera do Leste, MT.
Rosei Pereira da Silva
Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia Institucional. Especialista em Ed. Infantil, Alfabetizaçao e Letramento. Primavera do Leste, MT.
A primeira infância, compreendida do nascimento aos seis anos de idade, é uma fase crucial para o desenvolvimento global da criança. Nesse período, ocorrem avanços significativos nas áreas motora, cognitiva, afetiva e social. Diversos estudos apontam que o brincar constitui uma das principais formas de expressão, comunicação e aprendizagem da criança pequena, configurando-se como eixo estruturante das práticas pedagógicas na educação infantil (Vygotsky, 1984; Kishimoto, 2010).
O processo de aprendizagem lúdica é caracterizado pela utilização do jogo e das brincadeiras como meios de promover o desenvolvimento das capacidades infantis. De acordo com Vygotsky (1984), o brincar permite à criança agir além do seu comportamento habitual, promovendo a internalização de regras, a imaginação criativa e a interação social. Nesse sentido, o lúdico não deve ser visto como uma simples atividade recreativa, mas como um elemento essencial à construção do conhecimento.
Segundo Piaget (1976), o jogo é uma manifestação do pensamento infantil e varia conforme o estágio de desenvolvimento cognitivo da criança. Na primeira infância, predominam os jogos simbólicos, nos quais a criança representa situações do cotidiano e experimenta papéis sociais. Essas atividades favorecem a construção de significados, a linguagem, o raciocínio lógico e a autonomia.
No contexto educacional, a aprendizagem lúdica deve estar integrada ao planejamento pedagógico, respeitando os interesses e as necessidades da criança. Como destaca Kishimoto (2010), o brinquedo e a brincadeira são instrumentos privilegiados para o educador observar, intervir e mediar o processo de aprendizagem. É através do brincar que a criança explora o mundo, expressa sentimentos, formula hipóteses e desenvolve habilidades socioemocionais.
A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) reforça essa concepção ao afirmar que o brincar é um dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil. O documento orienta que as práticas pedagógicas sejam organizadas de forma a garantir experiências lúdicas e significativas, assegurando a centralidade da criança no processo educativo.
Portanto, investir em ambientes que valorizem a aprendizagem lúdica é fundamental para assegurar uma educação de qualidade na primeira infância. O brincar deve ser compreendido como linguagem própria da criança, uma via legítima de conhecimento, expressão e desenvolvimento integral.