08/05/2019

A Pífia Educação e os Culpados

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            O País tem passado por um momento de turbulência. Com a mudança política, o Brasil tem mostrado uma linha curvilínea para o declínio cada vez mais acentuado da educação.

            O problema é que com os atuais políticos, secretários e ministro da educação, a educação está à deriva e a única coisa que eles fazem é tentar achar culpados pela pífia nota nos exames como: ENADE (Exame Nacional de Avaliação do Ensino Superior); ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio); SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica); PISA (Project for International Student Assessment) dentre outras que ocorrem em seus respectivos Estados e Municípios.

            E quanto a encontrar culpados, o que está no topo da lista é nada mais nada menos que Paulo Freire. Para este governo formado por seus estultos seguidores, educação está como está, devido a este homem que tanto se deu a ela.

            Oras, será mesmo que Paulo Freire foi tão ruim assim na educação? Pensem um pouco. Apesar destes políticos quererem desconstruir sua imagem, não terão como apagar o que ele fez pela educação nem aqui e nem no mundo todo, pois para os mal informados, o seu trabalho não se limitou apenas no Brasil, tanto que há centros de estudos que receberam o nome de Paulo Freire na África do Sul, na Áustria, na Alemanha, na Holanda, em Portugal, na Inglaterra, nos Estados Unidos, no Canadá, na Suécia,[1], dentre outros.

            O seu legado continua cada vez mais vivo e intenso mesmo depois de sua morte, e não serão imbecilidades ditas que tirarão o seu mérito. Conforme dito acima, são 36 institutos Paulo Freire espalhados pelo mundo, e o seu método é desenvolvido inclusive na Mongólia, na Coreia, na Finlândia, na China.

            As falas acima servem para provar que Paulo Freire não é culpado de uma educação horrenda aqui no Brasil e sim, o nosso sistema político que é corrupto e quer cada vez mais uma massa de ignorantes prontos para serem alienados e manipulados para que se perpetue cada vez mais a cleptocracia.

Mesmo que certos néscios queiram desconstruir sua imagem aqui no Brasil, o seu legado como visto anteriormente, está enraizado pelo mundo, então, não será inventando outro patrono ou adjetivando de forma negativa a pessoa Paulo Freire que ser resolverá o problema da educação, aliás, como disse Tião Rocha, fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), “Paulo Freire deixou de ser uma pessoa e virou para nós um verbo: ‘Paulo Freirar’. Ao contrário do Evangelho de São João, que diz que ‘o verbo se fez carne’, um homem se fez verbo e educou todos nós”

Utilizemos como exemplo, dois países com melhores índices de Educação, que são Coreia do Sul e a Finlândia. Na Coreia, a cultura do trabalho duro está enraizada em seu povo, pois ele acredita que este trabalho ajuda a obter resultados satisfatórios, ou seja, qualquer um pode aprender desde que se dedique com afinco.

            Quanto à Finlândia, eles trabalham mediante o paradoxo que é a união do rígido com o flexível. Neste país, as escolas são os centros das comunidades. Além de fornecerem educação, elas também oferecem serviços sociais que são de interesses da comunidade[2]. Observe que a Finlândia está relacionada acima com o método de Paulo Freire.

            Ao analisarmos estes dois países perceberemos um denominador comum que é o respeito e a valorização pelo professor, em ambos países, o professor recebe o mesmo status que um médico no Brasil, coisa que não acontece em nosso país.

            Lúcio Flávio (2016) em seu texto O que os países com melhores índices de Educação têm a nos ensinar, relata que

No Brasil vemos um sistema educacional que, teoricamente é invejável e propicia autonomia para as mais diversas práticas educacionais. Possuímos diretrizes nacionais que reforçam os processos democráticos da educação pública brasileira, tanto seu caráter universal quanto o método utilizado por cada professor em cada aula. São diretrizes que fazem parte da constituição brasileira e que possuem e incentivam esses aspectos elogiáveis da Finlândia e da Coreia do Sul 

            Tais falas acima nos fazem perceber que Darci Ribeiro estava certo ao afirmar que a crise da educação brasileira não se passava de um projeto. E assim tem sido em todas as políticas e governos, e uma diferença da atual é que eles querem atribuir o fracasso a uma única pessoa, justamente esta que foi e ainda está sendo modelo em todo o mundo.

            O fracasso está justamente em nossos políticos através do descaso com a educação e podemos citar contra-exemplo as atitudes tomadas pelo governo e seu ministro da educação que ordenaram o corte de quase 50% do FUNDEB, o que implicará na redução salarial dos professores em todo Brasil, isso sem somar com o sucateamento das universidades públicas e o corte de verbas das mesmas.

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