A Negligência da Família na Educação dos Filhos
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Como relatado em alguns de meus livros como Docência: Um Momento Reflexivo, publicado pela ícone em 2007; Gestão Pedagógica: Gerindo Escolas para a Cidadania Crítica, publicado em 2009; Escola não é Depósito de Crianças: A importância da família na educação dos filhos, publicado em 2012 e Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais publicado em 2020, sendo todos pela WAK, é gritante perceber a negligência da família quanto a educação dos filhos.
A família está perdendo a sua essência no educar seus filhos, e tem terceirizado esta função para as instituições escolares que tem como objetivos formação acadêmica, desenvolvimento social e emocional, cidadania e ética, inclusão e diversidade e o educar formal, transformando as vidas, todavia, a verdadeira educação, ela é originada do berço.
Os pais são os verdadeiros exemplos para seus filhos, entretanto, por necessidade e muitas vezes, comodidade, alguns pais negligenciam o seu dever deixando seu filho à revelia.
Tempos atrás era comum afirmar que a escola era uma extensão do lar, hoje podemos perceber que isso não deve acontecer, pois nas escolas existem regras e/ou regulamentos, coisas que com a família omissa não existe, aliás, o filho se acha no direito de fazer qualquer coisa e a falta de respeito com os pais impera, e isso, com certeza reflete nas escolas, reverberando ações nefastas nos professores.
Temos casos de filhos que agridem tanto verbalmente quanto fisicamente seus tutores (pais, avós, tios, etc) e o que nos faz pensar que não farão o mesmo com os professores?
Nós na área da educação, encontramo-nos em uma seara de alta periculosidade, ao qual o desrespeito do aluno em relação ao professor impera, e as instituições escolares ficam à mercê da política do “deixa disso”, do “coitadinho”, enfim, acobertando atitudes com atos falhos que futuramente poderão ter drásticas consequências.
Quando um professor tenta impor o seu profissionalismo, quando o aluno não o agride, os pais se acham no direito de invadir o espaço escolar para se vingar de seu filhinho que foi contrariado.
A educação realmente vem do berço, essa verdade é tão intensa quanto a escola não ser mais extensão da casa, pois toda escola que se preze tem que fazer valer seus regulamentos e garantir a integridade do profissional que nela atua, já que em muitas casas prevalece a vontade do aluno.
É sabido que nossas condutas como pai ou mãe podem ser copiados por nossos filhos e que a nossa inobservância e/ou omissão em relação aos comportamentos reprováveis deles poderão custar caro e assim aconteceu com o pequeno Luiz Eduardo, aluno de 10 anos que morreu após ser agredido por seu colega de classe por ter se recusado a fazer um trabalho escolar para o agressor.
A violência explicita a falta de equilíbrio emocional, a falta de limites que deviriam ser impostos pela família, a falta de amor, de atenção enfim, o buraco emocional que existe no agressor e que infelizmente age de forma violenta e banalizada.
A escola não tem que cumprir a função dos pais, pois o caráter, o amor, o respeito, a empatia tudo que é humano deveria vir do leito familiar.
O ser humano na atual conjuntura está perdendo o que te diferencia dos animais mais selvagens, a humanidade e o amor ao próximo.
Que a escola tenha pulso para “disciplinar” seus alunos e que os pais quando forem nas instituições reclamarem das punições, coloquem a mão na consciência e percebam que advertências e punições são apenas reflexos de sua falha educação e exemplo de caráter.