22/11/2017

A MÚSICA COMO ASPECTO MOTIVACIONAL DURANTE A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS

A MÚSICA COMO ASPECTO MOTIVACIONAL DURANTE A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS

 

Fabiana Costa Cerqueira Inhuma: ID 26412

Felipe Nunes da Silva: ID 23508

Ricardo Aparecido Silveira: ID 27075

Sara Ramos da Silva: ID 23505

Thamires da Silva Gomes: ID 26388

Yane Lima Pereira: ID 28404

Orientadora: Daniela Moraes Scoss

Centro Universitário Ítalo Brasileiro

Yane_lima.20@hotmail.com

 

RESUMO

A presente pesquisa aborda a música como propulsora da motivação em atividades físicas nas academias. De forma descritiva e através da coleta de dados bibliográficos abordou-se o objetivo que desencadeou o desenvolvimento desse trabalho que é apresentar a importância da música, como fator motivacional das práticas de atividades físicas, em função da estimulação de diversos fatores físicos, mentais e sociais. Sendo que a música acessa diretamente a afetividade, os impulsos e as emoções, sendo capaz de estimular as funções cerebrais, melhorando a comunicação, a expressão e os relacionamentos sociais. Atividades físicas associadas à música tornam-se possibilidades ativas e eficazes na promoção do autodomínio entre o estado fisiológico e emocional do ser humano. As academias têm utilizado a música e os ritmos variados em diferentes tipos de práticas esportivas. Assim, conclui-se que a música tem grande importância e extrema influencia nos aspectos motivacionais, seja estimulantes ou calmantes, nas atividades físicas. O ritmo atribuído ao exercício remete a um momento subjetivo quanto ao animo das pessoas. Portanto, aliar a música à atividade física é uma estratégia psicológica e uma ferramenta que auxilia nos aspectos psicofisiológicos no decorrer dos exercícios nas academias de ginástica.

Palavras-Chave: Atividade Física, Música, Motivação.

 

 

ABSTRACT

This research approaches music as a propeller of motivation in physical activities in academies. In a descriptive way and through the collection of bibliographical data, the objective that triggered the development of this work was to present the importance of music as a motivational factor of the physical activity practices, as a result of the stimulation of several physical, mental and social factors . Since music directly accesses affectivity, impulses and emotions, being able to stimulate brain functions, improving communication, expression and social relationships. Physical activities associated with music become active and effective possibilities in promoting self-mastery between the physiological and emotional state of the human being. The academies have used varied music and rhythms in different types of sports practices. Thus, it is concluded that music has great importance and extreme influence on motivational aspects, whether stimulating or calming, in physical activities. The rhythm attributed to the exercise refers to a subjective moment about the people's mood. Therefore, allying music to physical activity is a psychological strategy and a tool that assists in psychophysiological aspects during exercises in gymnasiums.

 

Keywords: Physical Activity, Music, Motivation.

 

INTRODUÇÃO

            As aulas de ginástica têm a música como parte principal em sua estrutura. Em uma única aula pode mudar o estilo musical com a combinação de intensidade do exercício, variando apenas os batimentos por minuto (BPM). O triunfo da ginástica hoje pode ser mediato da utilização de música durante a sua prática (LEME, 2011).

            É no século XVIII que vamos encontrar os precursores de uma Educação Física que se firmariam no horizonte pedagógico dos demais séculos. A Ginástica renasce como uma atividade física, ou melhor, como um conjunto de exercícios sistematizados para cuidar do corpo, território até então proibido pelo obscurantismo religioso da Idade Média (GAIO E GOIS, 2006 apud PEDRO 2009).

            Com o passar do tempo e a modernização das academias, a ginástica passou a ser dividida em cinco campos de atuação e são eles: Ginásticas de Condicionamento Físico: englobam todas as modalidades que tem por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo normal e/ou atleta; Ginásticas de Competição: reúnem todas as modalidades competitivas; Ginásticas Fisioterápicas: responsáveis pela utilização do exercício físico na prevenção ou tratamento de doenças; Ginásticas de Conscientização Corporal: reúnem as novas propostas de abordagem do corpo, também conhecidas por Técnicas Alternativas ou Ginásticas Suaves, e que foram introduzidas no Brasil a partir da década de 1970, tendo como pioneira a AntiGinástica; Ginásticas de Demonstração: tendo como representante deste grupo a Ginástica Geral (Ginástica para Todos), cuja principal característica, é a não competitividade, tendo como função principal, a interação social, isto é, a formação integral do indivíduo nos seus aspectos: motor, cognitivo, afetivo e social (SCUOLA, 2009 apud PEDRO, 2009).

             Através desses dados surge o oque desencadeou o desenvolvimento desse trabalho que é apresentar a importância da música, como fator motivacional das práticas de atividades físicas, em função da estimulação de diversos fatores físicos, mentais e sociais.

            Utilizou-se para essa pesquisa a busca de dados sobre o tema através da exploração de coletas bibliográfica, destacando a importância da música como ferramenta motivacional nas atividades físicas, para isso foram utilizadas fontes tais como livros de diferentes autores, artigos, sites de busca científica, bibliotecas digitais, entre outros, que disponibilizam material confiável com literaturas relacionadas ao assunto, tem caráter descritivo, pois reproduz algumas peculiaridades sobre o tema, e qualitativa a fim de considerar o objetivo que norteia esse tema estabelecendo relações entre os princípios aqui estabelecidos que norteiam o tema.

REVISÃO DA LITERATURA

MÚSICA E ASPECTO MOTIVACIONAL       

         Todos os dias em academias ou durante a prática de atividade física podemos observar o uso de fones de ouvidos durante á prática da atividade física, pois há uma ligação direta com a motivação, ou podemos observar em aulas coletivas nos quais se utilizam caixas de sons para a reprodução durante a aula de atividades coletivas (PEDRO, 2009).

            Estudos sobre a prática da ginástica comprovam que a música consegue gerar fatores motivadores e acima de tudo produzir excelentes resultados ligados a execução dos praticantes de exercícios físicos tal como procura de saúde e bem estar assim como o outro que busca rendimento físico(NAKAMURA, 2008; ALMEIDA, 2009  apud GORSKI, 2012).

.           De acordo com Straliotto (2001), a música é um dos incentivos mais poderosos para os estímulos do cérebro, pois auxilia na melhora do sentido dos indivíduos, aumenta a prática de concentração, reproduz o raciocínio e a memória, além disto, provoca emoções.

            O sistema auditivo e o sistema nervoso são combinados para guardar música, portanto todo o corpo humano mantem sua influência e  nenhuma célula fica sem receber estímulos. Isso ocorre com os nervos auditivos, já que são os mais longos e com maior quantidade de ligações nervosas, o que da a entender ser a audição um sistema ainda mais composto (CAMARGO, 1994 apud SACKS, 2007).

            A ação de ouvir música, ou imaginá-la, sem nenhum movimento em resposta ou sem acompanhar seu ritmo, ativa não apenas o córtex auditivo, mas também o córtex motor e os sistemas motores subcorticais do cérebro (CHEN; ZATORRE; PENHUNE, 2006 apud SACKS, 2007).

            O ritmo do corpo humano é familiar, sendo comum entre o cotidiano do ser humano e a música e está presente nos batimentos cardíacos, na respiração, nas ondas cerebrais, nos ciclos hormonais, no sono, no andar, nas atividades físicas e diárias. Sendo de tal importância a sua compreensão e a sua relação com os atos do cotidiano (ARTAXO; MONTEIRO, 2008 apud LEME, 2011)

            A motivação é estabelecida por diversos motivos como a personalidade do indivíduo, as percepções do ambiente, as interações humanas e as emoções (PEDRO, 2009).

            A música tem o seu poder de persuasão, sendo assim a motivação não pode ser imposta. No desenvolvimento motivacional é um excelente recurso (PEDRO, 2009).

 

BENEFÍCIOS DA MÚSICA NA ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIAS

 

            No Brasil as primeiras academias de ginástica chegaram em meio á década de 1930, no Rio de Janeiro (NOVAES, 1991apud PEDRO, 2009).

            Atualmente, as academias de ginástica são locais recomendados para prática de exercícios físicos, onde são efetuadas avaliação, prescrição e orientação, sob acompanhamento direto de profissionais da área da educação física (PEDRO, 2009).

            Segundo, Lacerda; Morata; Fiorini (2001), a música é um elemento indispensável para aulas de ginástica. Muitos profissionais acreditam que a música alta motiva os alunos e aumenta o rendimento nessas aulas, contudo é importante ficar atento à altura desse som, afim de não ser prejudicial à saúde, visto que pode prejudicar a audição.

            A música, em todos os tempos, foi reconhecida como um agente unificador e estimulador durante a atividade física. Verificou-se experimentalmente que a música diminui ou aumenta a energia muscular. Isto certamente justifica o uso da música em conexão com trabalho que requer movimentos sincronizados. Trabalhadores em muitas culturas cantavam não somente como meio de aliviar a monotonia de seu trabalho, mas também por causa do efeito unificador exercido sobre eles,  reconhecendo que a música vigorosa aumenta o grau de pulsação e de respiração.(JUNIOR 2015, apud GARCIA; ZANIN, 2012).

            A Ginástica é um exercício corporal, composto de atividades em ações que ativa e solicita os diversos sistemas e aparelhos orgânicos, que visam o desenvolvimento das qualidades físicas, mentais e sociais do individuo (PEDRO, 2009).

            Existem vários elementos que compõem a atividade física, sendo a música (ritmo, timbre, harmonia e melodia) que mexe com o estado de ânimo e estimula á quem as ouve (PEDRO, 2009).

            Existe um forte elo entre música e atividade física, pois é muito habitual à “prática da atividade física juntamente á música, tanto grupal com música ambiente ou de forma individual com o uso de fones de ouvidos”. PEDRO (2009, p.2)

            Mulheres e homens praticam a ginastica atualmente por diversos objetivos: saúde, qualidade de vida, estética, lazer, prevenção, entre outros (PEDRO, 2009)

            Baseado em conceitos de saúde, de padrão de beleza, de qualidade de vida, o ser humano se sente cada vez mais impulsionado a cuidar do corpo (GAIO E GOIS, 2006 apud PEDRO 2009).

            De acordo com Batista (2009) apud Pedro (2009, p. 21), para Platão, "a música é o remédio da alma” e que chega ao corpo por intermédio dela.

            Assim como a alma pode ser condicionada pela música e o corpo pode ser condicionado pela ginástica. A influência da música atinge diversos órgãos e sistemas do corpo humano: o cérebro, com suas estruturas especializadas, como o hipotálamo, a hipófise, o cerebelo; o córtex cerebral, o tálamo; o plexo solar; os pulmões; todo o aparelho gastrintestinal; o sangue e o sistema circulatório (com ação vasoconstritora e vasodilatadora, agindo, portanto, na pressão sanguínea); a pele e as mucosas; os músculos e o sistema imunológico. (BATISTA, 2009 apud PEDRO 2009)

            O estímulo musical em determinadas condições, determina reações funcionais transitórias no organismo o que caracteriza a emoção, onde não depende somente da atividade do cérebro e da circulação do sangue, mas também na química do corpo e tendo efeito direto sobre a pulsação e a pressão sanguínea (KONKIEWITZ, 2013).

            Segundo Batista (2009) apud Pedro (2009), o médico polonês Andrzes Janicki, especializado em musicoterapia, concluiu também positivamente a respeito da influência da música no sistema nervoso central, no sistema endócrino, no sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático), nas funções de numerosos órgãos, na função psíquica e na memória. Tais influências se revelam diretamente nos seguintes aspectos: ritmo cardíaco, pressão arterial, secreção do suco gástrico, tonicidade muscular, equilíbrio térmico, metabolismo geral, volume do sangue, redução do impacto dos estímulos sensoriais e funcionamento das glândulas sudoríferas (idem). Segundo especialistas, a música harmônica pode provocar, nos seres humanos, os seguinte tipos de efeito: anti-neurótico, antidistônico, anti-stress, sonífero, tranquilizante, regulador psicossomático, analgésico e/ou anestésico e equilibrador do sistema cardiocirculatório.

            A música é um elemento indispensável para aulas de ginástica. Muitos profissionais acreditam que a música alta motiva os alunos e aumenta o rendimento nessas aulas. Contudo, estudos comprovam que nessas condições de volume, a música pode provocar danos à audição e a voz. (LACERDA; MORATA; FIORINI, 2001)

            De acordo com um estudo realizado por Seath e Thow (1995) pesquisou-se a interferência que a música possui durante a prática  de atividades aeróbicas, foi comprovado que  essas atividades com música garantem uma experiência mais confiante, influenciando os sentimentos de alegria, animação, estimulo e interesse durante os exercícios.

            Leining (1977) afirma que o emprego da música auxilia para a diminuição de fadiga muscular, assim sendo, aumentando a resistência dessa musculatura e a extensão dos reflexos musculares, produzindo sensações de relaxamento e redução de tensão.

           

EFEITOS PSICOLÓGICOS DA MÚSICA

            Segundo Gorski (2012) a prática regular de atividades físicas traz vários benefícios  de curto á longo prazo para o indivíduo. É recomendada constantemente por diversas categorias profissionais da área de saúde e todos os tipos de populações especiais, tornando-se um fator indispensável para a promoção da saúde e qualidade de vida.

            Ao abordarmos a música como veículo motivacional, a mesma possui influência neuropsicológica extensa e por não precisar de codificação linguística, tem entrada direta à afetividade, e às áreas cerebrais límbicas que exercem e controlam os impulsos, emoções e motivações. Além disso, existe a possiblidade de ativar áreas terciárias nas regiões frontais, responsáveis pelas funções de sequenciação, ligadas as atividades motoras (SOUZA; SILVA, 2010).

            Segundo Souza e Silva (2010), compreende-se que música sincrônica é aquela da qual as batidas e o ritmo musical são interligados harmoniosamente aos movimentos repetitivos do praticante da modalidade específica, exemplo: passadas, braçadas ou pedaladas, sendo assim a origem da motivação influente externa.

            Ainda segundo Souza e Silva (2010) a música assincrônica propõe-se a motivar o praticante através de estímulos internos, como uma música que esteja vinculada a um filme (Ex: “Eyes of Tiger”, do filme Rock II), sem que os movimentos repetitivos possam estar propriamente ligados ao ritmo ou bpm.

            De acordo com Karageorghis e Terry (1995, apud Souza; Silva, 2010 p.5) a música durante a atividade física “age de forma a capturar a atenção do praticante e, em consequência, desviar a atenção à fadiga e cansaço durante o exercício”.

            A música durante a prática de atividade física opera de forma a prender a atenção do praticante e em contrapartida, desviar a atenção ao cansaço, e à fadiga durante o estímulo do exercício físico (SOUZA; SILVA, 2010).

            Em diversos exercícios físicos o aspecto da dor, do cansaço e dá monotonia estão presentes, como por exemplo, pedalar uma bicicleta ergométrica dentro de uma academia, se não houver um elemento que distraia o indivíduo durante este exercício ele pode ser extremamente enfadonho, principalmente por ser repetitivo, eis que nasce então a necessidade de escutar música como um elemento capaz também de distrair o indivíduo (SANTOS, 2008).

            Ao correr em uma pista de atletismo, fazer uma aula de ginástica ou um treino de musculação entre outros exercícios que possuem reiteração mecânica, é neles que a assimilação de dor fica mais evidente, pois a atenção do praticante fica direcionada em suas próprias sensações de cansaço e dor, sendo assim é indispensável um elemento capaz de desligar a atenção do indivíduo para outro estímulo que seja mais prazeroso (SANTOS, 2008).

            A música pode afetar a energia muscular, aumentar ou diminuir os batimentos cardíacos e atuar na digestão. Outra função da música é guiar a atenção do ouvinte para um estipulado estado de ânimo, afastando o tédio e ansiedade e ao ser utilizada durante as atividades físicas, possui o poder de motivar a continuidade do exercício ou de distrair o indivíduo de estímulos não prazeroso como a tensão psicológica (SANTOS, 2008).

            De acordo com Santos (2008), a música não serve apenas como distração, mas também estabelece o ritmo da atividade física. Isso é muito comum em aulas de ginástica como “step” e outras aulas que utilizam a música como marca passo para realizar os movimentos coreografados que estabelecem o ritmo.

            Martins (1996), afirma que a música é um estímulo prazeroso e o sistema nervoso o prioriza, causando bloqueios em outros estímulos como a dor e o cansaço e a partir do momento em que a música deixa de ser um estímulo aprazível, o sistema nervoso tende a dirigir sua atenção a outro estímulo ambiental.

            A presença da música durante o exercício é considerada importante, fazendo com que a prática seja facilitada pelos ritmos que a música oferece, já que o organismo trabalha sobre seus ritmos específicos. Isto é, or organismo é acostumado com o ritmo musical e “entenderá” esta informação, facilitando assim a execução do movimento (MARTINS, 1996).

            De acordo com Todres (2006), a música age em competição ao estímulo da dor e distrai o paciente, desviando a atenção da dor, articulando o estímulo doloroso.

            A música tem sido utilizada como estratégia psicológica durante a prática de exercícios físicos e tem sido muito empregado como ferramenta para atingimento de melhoras psicofisiológicas durante a realização de exercícios. (ITO; BIGLIASSI; ALTIMARI, 2013).

            Estudos realizados por Anshel e Marisi (1979); Copen e Franks (1991), Brett e Crowers e Haring e Becker e Chambliss e Marsh e Montemayor (1994), Becker e Chambliss e Marsh e Montemayor (1995), , Bluenstein e Bar-Eli e Tenenbaum (1995), evidenciam a influência da música durante o exercício físico, onde incluíram pesquisas sobre o ritmo (lento e/ ou rápido) além da intensidade relacionada ao volume (alto ou baixo), os resultados obtidos indicam que a música afeta a performance do indivíduo antes ou durante a prática de atividades físicas (MARTINS, 1996).

            O sistema nervoso do praticante de aulas de ginástica pode impedir que um estímulo de cansaço que chega ao cérebro afim de receber a incitação prazerosa que a música proporciona, causando assim maior permanência  em determinado exercício. No entanto , caso aluno não gostar da música, seu sistema nervoso deixa de captar a incitação prazerosa , deixando chegar ao cérebro a informação de interromper o exercício, diminuindo seu tempo de execução (MARTINS, 1996).

            Ainda segundo Martins (1996) a música durante a prática de exercícios é considerada relevante, pois faz com que a prática da mesma seja facilitada pelos ritmos que a musica proporciona, uma vez que o organismo trabalha sob seus ritmos específicos, isto é, o organismo já está acostumado com o ritmo, e consequentemente se o exercício for guiado pelo ritmo musical, o mesmo entenderá esta informação, permitindo-se levar pela música, tornando a execução do movimento mais fácil.

            Martins (1996) cita os "efeitos de tipos e intensidades da música de fundo na resistência em esteira rolante" segundo Copeland e Franks (1991), que a música lenta e com volume baixo (60 a 70 decibéis) produziu efeito relaxante durante um esforço submáximo e aumentou a resistência cardiorrespiratória do praticante. Porém os autores não conseguiram chegar a nenhuma conclusão fisiológica no organismo ao utilizarem músicas altas e rápidas (75 a 85 decibéis).

            Estudos de Blumenstein, Bar-Eli e Tenenbaum (1994) "A ampliação do papel do biofeedback: Efeitos de auto-indução, imagens e música de treinamento nos índices fisiológicos e performance atlética”, concluiu que o houve aumentos significativos em relação aos componentes fisiológicos e na performance atlética quando incentivados pela música e imagens , chegando a conclusão que a música lenta foi tão favorável para o relaxamento quanto outras técnicas normalmente (MARTINS, 1996).

            A música sempre foi reconhecida como agente pacificador e causadora de estimulo durante a atividade física, além disso, a música não serve apenas para distrair um indivíduo, mas também para determinar o ritmo da atividade física praticada (LEINING, 1977).

            Encontram-se abaixo alguns quadros sobre pesquisas realizadas por alguns autores pesquisados nesse trabalho, que mostram a interferência da música como motivadora durante as atividades físicas de diferenças quanto à faixa etária, sexo e tipo de atividade.

 

Figura 1: Quadro de Estudos

Autores

Objetivo da pesquisa

Metodologia

 

Resultados

 

Patrícia Mori.

Silvia Deutsch (2005)

 

O objetivo do estudo foi verificar

se o acompanhamento musical ou não na aula de Ginástica Rítmica pode interferir nos estados de ânimo de alunas.

Participaram 39 pessoas, do sexo feminino, com a faixa etária de 09 a 14 anos com duas aulas semanais de duas horas.

Os estudos concluíram que a Ginástica Rítmica com música (GRCM) as praticantes sentiram-se mais animadas e motivadas. As participantes da ginastica rítmica sem a música (GRSM) as sensações foram, fadiga, desanimo e insatisfação.

Fonte: MORI (2005) Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n3/09PMPa.pdf

Figura 2: Quadro de Estudos

Autores

Objetivo da pesquisa

Metodologia

 

Resultados

 

Maria Luiza de Jesus Miranda.

Maria Regina C. Souza Godeli (2002)

 

Avaliação de idosos sobre o papel e a influência da música na atividade física

O estudo foi realizado com 41 mulheres e 11 homes na faixa etária de 62 a 77 anos todos fisicamente ativo com no mínimo 1 ano.

Mediante as opiniões colidas a música afeta direta na motivação, diminuindo a percepção de esforço e retardo de sinais de fadiga.

 

Fonte: MIRANDA (2002). Disponível em: http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v16%20n1%20artigo9.pdf

Figura 3: Quadro de Estudos

Autores

Objetivo da pesquisa

Metodologia

 

Resultados

Moura, Nicole Lopes

Grillo, Denise Elena

Merida, Marcos

Campanelli, José Renato

Merida, Fernanda(2009)

 

 

 

 

A influência motivacional da música em mulheres praticantes de ginastica de academia.

A pesquisa foi realizada 10 indivíduos do sexo feminino, na faixa etária entre 23 e 48 anos, praticantes de atividade física.

Conclui que uma boa play list durante as aulas de ginastica é de suma importância, porem quanto mais diversificada a aula com relação aos ritmos musicais, e mais fácil agradar e motivar o publico praticante.

 

Fonte: MOURA (2007). Disponível em: file:///C:/Users/Giselegi/Downloads/1241-3755-1-PB%20(1).pdf

Figura 4: Quadro de Estudos

Autores

Objetivo da pesquisa

Metodologia

 

Resultados

Sixel, Nathalia. Coelho Filho, Carlos Alberto de Andrade (2012)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Analisar e interpretar qualitativamente a função e influência da música.

Coleta de dados foi utilizada a dinâmica de grupos focais, no qual se caracteriza por utilização grupais com discussão do participantes.

A musica foi apontada como fator positivo por reforçar a sensação de desligamento durante a pratica esportiva.

 

Fonte: RODRIGUES, (2012) disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v26n1/a09v26n1.pdf

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            O estudo aqui realizado através de pesquisa percebeu a importância e a influencia que a música causa no comportamento dos indivíduos e verificou que de fato ela desempenha um papel predominante na motivação e animo das pessoas.

            Observaram-se vantagens da música quanto às atividades nos fatores emocionais, físicos e a possibilidade do benefício de diversas funções quanto à memória e meio para recursos terapêuticos.

            Outro ponto importante foi a descoberta da eficiência para o equilíbrio dos aspectos fisiológicos e emocionais, sendo que a música exerce influencia direta nesses estados.

            Contudo, cabe ao profissional adequar o ritmo e o tipo de música propícia para cada atividade física. Sua aplicação necessita transmitir bem estar físico e psíquico, além de motivar e estabelecer um ambiente favorável para as habilidades que se busca desenvolver.

            O presente estudo promoveu a análise, através dos quadros apresentados, que as pessoas que foram observadas demonstraram satisfação, bem estar, e apontaram a música como fator positivo no desempenho e resultados dos exercícios realizados.

            Assim, podemos concluir que a música é um aspecto motivacional durante a prática de atividades físicas e que ela interfere diretamente nas sensações das pessoas durante os exercícios.

            Essa interferência musical causa uma reação mais marcante principalmente se estiver relacionada aos gostos e estilos musicais, remetendo as pessoas para alguma situação ou momento de sua vida.

 

 

REFERÊNCIAS

 

GARCIA, V. P.; ZANIN, M. A influência da música na atividade física. Revista Digital. Buenos Aires, Ano 17, Nº 167, Abril de 2012. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd167/a-influencia-da-musica-na-atividade-fisica.htm. Acesso em 14 nov 2017.

 

GORSKI, A. M. Motivação para a prática de atividade física em academias de ginástica. Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao curso de Educação Física – Bacharelado da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade de Tuiuti do Paraná. Curitiba, 2012. Disponível em:  http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/12/MOTIVACAO-PARA-PRATICA-DE-ATIVIDADE-FISICA-EM-ACADEMIAS-DE-GINASTICA.pdf. Acesso em 16 nov 2017.

 

 

ITO, W. M.; BIGLIASSI, M.; ALTIMARI, L. R. Ritmos e estilos musicais: um estudo descritivo das preferências e percepções no exercício físico. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 7, n. 4, p. 165-174, 2013. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/930/93031520003/. Acesso em 18 nov 2017

 

KONKIEWITZ , E. C. (org.) Aprendizagem, comportamento e emoções na infância e adolescência: uma visão transdisciplinar. Dourados-MS: Ed. UFGD, 2013. Disponível em: http://200.129.209.183/arquivos/arquivos/78/EDITORA/catalogo/aprendizagem-comportamento-e-emocoes-na-infancia-e-adolescente-uma-visao-transdisciplinar-elisabete-castelon-konkiewitz-org.pdf. Acesso em 18 nov 2017

 

LACERDA, A.; MORATA,T. C. ; FIORINI, A. C. Caracterização dos níveis de pressão sonora em academias de ginástica e queixas apresentadas por seus professores. - Rev. bras. otorrinolaringol, 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992001000500008&lng=pt&tlng=pt. Acesso em 17 nov 2017

 

LEINIG, C. E. Efeitos psicofisiológicos provocados pela música. In: __________. Tratado de musicoterapia. 1. ed. São Paulo: Sobral Editora Técnica Artesgráficas LTDA, 1977. p. 39-50.

Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/actabrasileira/article/view/2852. Acesso em: 17 nov 2017

 

LEME, L. R. A Influência da Música nas Atividades Físicas e sua Impressão no Corpo E nos Estados de Ânimo.   Monografia apresentada como requisito para a conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade de Ciências da UNESP - Campus de Bauru. 2011. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/128261/000847011.pdf?sequence=1. Acesso em: 15 nov 2017

 

MARTINS, C.O. A Influência da Música na Atividade Física. Brasil. Monografia de conclusão de curso, Florianópolis, (SC): Centro de Desportos, Universidade Federal de Santa Catarina, 1996. Disponível em: https://pdfdocumento.com/a-influencia-da-musica-na-atividade-fisica-meloteca_59f4d1e71723dda00825f189.html. Acesso em 17 nov 2017

MIRANDA, M. L. J. ; GODELI, M. R. C. S.  Avaliação de idosos sobre o papel e a influência da música na atividade física. São Paulo 2002. Disponivel em: http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v16%20n1%20artigo9.pdf Pag 87/88. Acesso em: 18 NOV 2017

 

MORI, P. ;SILVA, M. Alterando estados de ânimo nas aulas de Ginástica rítmica com e sem a utilização de música. Rio Claro 2005. Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n3/09PMPa.pdf  Pag. 161-166. Acesso em: 19 nov 2017.

 

MOURA,N. L. ; GRILLO, D. E. ; MERIDA, M. ; CAMPANELLI, J. R. ; MERIDA, F. A influência motivacional da música em mulheres praticantes de ginástica de academia praticantes de ginástica de academia. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – (2007). Disponivel em: file:///C:/Users/Giselegi/Downloads/1241-3755-1-PB%20(1).pdf Pag: 109-113. Acesso em: 19 nov 2017

 

PEDRO, A. B. A. A Influência Motivacional da Música em Praticantes de Ginástica Localizada em Juiz de Fora. Juiz de fora – MG p 1- 44, dez. 2009. Disponível em http://www.ufjf.br/faefid/files/2010/08/TCC-Aline-Barbosa-A-Influ%C3%AAncia-Motivacional-da-M%C3%BAsica-em-Praticantes-de-Gin%C3%A1stica-Localizada-em-Juiz-de-Fora.pdf. Acesso em: 18 nov. 2017.

 

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