23/12/2023

A multifuncionalidade do conectivo E

A MULTIFUNCIONALIDADE DO CONECTIVO “E” COMO PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

Resumo

 

Este trabalho tem como objetivo verificar se os professores de Língua Portuguesa encontram facilmente o material necessário para desenvolver seus planos de aula no que diz respeito ao uso dos conectivos, em especial do conectivo E. Inicialmente apresentaremos uma revisão bibliográfica, expondo a abordagem de tópicos textuais sobre alguns estudiosos na área do discurso que auxiliem a explicar a multifuncionalidade do conectivo em estudo. Apresentaremos, também, a análise de um questionário aplicado a professores de Língua Portuguesa das séries finais do Ensino Fundamental, da rede pública de ensino. Por fim, após essa análise, elaboraremos uma Proposta Pedagógica, com o intuito de instrumentalizar docentes sobre as diversas relações que o conectivo E pode estabelecer.

Palavras-chave: conectivo E , interpretação de dados, proposta pedagógica.

1 ESTUDO BIBLIOGRÁFICO DA MULTIFUNCIONALIDADE DO CONECTIVO E

 

 

Cada vez mais os professores estão buscando técnicas diferentes e atrativas para serem aplicadas aos seus alunos nas produções textuais, já que quanto mais diversificada for uma aula, melhor será o resultado na escrita.

            Em vista desse problema, e outros, como o da repetição vocabular, da dificuldade de produzir textos coerentes onde há um encadeamento de idéias e, também, da ausência de conectivos, consideramos necessária a realização de uma pesquisa que busque entender essas “falhas” que o aluno comete, assim como propor técnicas que as solucionem.

Para isso, faremos uma pequena retomada de conceitos como coesão e coerência, as possibilidades de relações e o que pensam alguns autores sobre esse assunto. Além disso, entenderemos melhor  as várias relações que o conectivo E  estabelece.

 

1.1 COESÃO E COERÊNCIAS TEXTUAIS: NOÇÕES BÁSICAS

 

Para compreendermos melhor a idéia de coesão e coerência precisamos ter claras as definições apresentadas por alguns dos lingüistas que nortearão nossa pesquisa.

Para Fávero (2002) a primeira coisa a ser feita para entendermos coesão e coerência, é procurar ver se há diferença entre uma e outra.

 A partir disso, a autora faz sua análise. Para ela, há diferença sim, já que “a coesão, manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos, estão ligadas entre si dentro e uma seqüência”.(p.10).

Já a coerência,

manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração, de maneira reciprocamente acessível e relevante. Assim, a coerência é o resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários e não mero traço dos textos. (FÁVERO, LEONOR LOPES, 2002, p.10)

 

            Além disso, ela acredita que a coesão e a coerência “constituem fenômenos distintos”(p.11), pelo fato de haver uma seqüência de coesão entre os fatos isolados que não podem formar um texto (1), além de  termos textos que não possuem coesão, mas sua textualidade chega ao nível da coerência. (2)

  1. Ana está em casa. A casa tem várias peças. As peças são grandes. Também a casa é grande.
  2. André gosta de sorvete.

Márcia vai todos os dias à sorveteria.

Meus irmãos adoram sorvete.

A partir dessas idéias, a autora acredita que podemos chegar a três conclusões com o que vimos acima. Primeiro que, para que haja coerência, não é necessário termos relações interfrásicas; segundo que é preciso ver a ordenação hierárquica (pluridimensional) e por fim, que não há independência entre o contexto pragmático ao qual o texto está inserido.

            Após essa análise feita segundo as definições de Leonor Fávero, apresentaremos agora, outras definições sobre coerência e coesão textuais.

 

1.1.1 Coesão Textual

 

             Relacionada diretamente à coerência, temos a coesão. Outro mecanismo textual que auxilia a coerência, sem precisar, necessariamente, existir para que a coerência aconteça. De uma forma bem prática e objetiva, Platão & Fiorin (1998), expõem seu conceito. Segundo os autores, a coesão está relacionada diretamente ao encadeamento linear das unidades lingüísticas presentes no texto, enquanto que a coerência relaciona-se às relações de sentido.

            Segundo Koch e Travaglia, (1999), a coesão opera como uma espécie de “par opositivo/distinto” da coerência. Basicamente podemos definir coesão como sendo as marcas lingüísticas reveladas através de marcas lingüísticas, sendo expressa através da gramática e do vocabulário. Como a coesão se manifesta na organização seqüencial do texto, ela pode ser analisada, também, pelo aspecto semântico. Dessa forma, “a coesão é a relação semântica entre um elemento do texto e um outro elemento que é crucial para sua interpretação.” (Halliday e Hasan apud KOCH E TRAVAGLIA, 1999, p.13)

            Fazemos, através da coesão, relações superficiais, onde ligamos elementos que se relacionam para assegurar o bom entendimento do texto. Não podemos esquecer que, a coesão não é a causa da coerência, é o seu efeito, já que um texto coerente provavelmente será coeso tendo por resultado a sua coerência. Podemos ter ausência de coesão causada por um erro semântico de conectivo, por exemplo.

            Vale lembrar que a coesão quando bem aplicada, ajuda à compreensão mais adequada do texto, até porque, ela será resultado imediato do processo completo de coerência. Koch e Travaglia (1999) citam o que Charolles afirmou sobre a coesão: “Os elementos lingüísticos de coesão e conexão ajudam a estabelecer a coerência, mas não são nem suficientes, nem necessários para que a coerência seja estabelecida, sendo preciso contar com os conhecimentos exteriores ao texto. “ (p.23)

            Além disso, ao usarmos elementos coesivos, atribuímos ao texto maior concatenação, que pode ser feito através de mecanismos que asseguram a legibilidade do texto. Vejamos como isso pode ser feito.

 

1.1.1.1 Mecanismos de coesão

 

Segundo estudos de Halliday & Hasan (1976 apud Koch, 1996), existem cinco possibilidades de mecanismos de coesão, que apresentaremos de forma resumida, apenas para termos uma noção do assunto:

  1. a referência, que pode ser pessoal, demonstrativa e comparativa;
  2. a substituição nominal, verbal e frasal;
  3. a elipse nominal, verbal e frasal;
  4. a conjunção aditiva, causa, temporal e continuativa;
  5. a coesão lexical, feita através de repetições, sinonímia, hiperonímia, uso de nomes genéricos e a colocação.

 

1.1.1.2 Coesão referencial e coesão seqüencial

 

Além disso, dentro da coesão, temos duas outras modalidades que merecem consideração pela maneira como relacionam as frases, que são a coesão referencial e a coesão seqüencial.

            Koch (1996), explica que a coesão referencial acontece quando fazemos remissão a outro elemento pertencente ao texto, que pode ser feito através de artigos definidos e indefinidos; pronomes demonstrativos, possessivos, indefinidos, interrogativos e relativos; numerais; advérbios pronominais; nominalizações; expressões sinonímias ou quase-sinonímias; nomes genéricos; hiperônimos ou ainda a elipse.

            Já a coesão seqüencial acontece quando utilizamos procedimentos lingüísticos que fazem com que se estabeleça coesão através de mecanismos de seqüencialização. Além disso, ela pode ser parafrástica e frástica.

            Quando ela for parafrástica, utilizará procedimentos como a referência de termos; de estruturas; de conteúdos semânticos (paráfrase); de recursos fonológicos; da recorrência de tempo e aspecto verbal.

Mas se ela for frástica, utilizará mecanismos de encadeamento através de marcas lingüísticas. Para Koch (1996), “ o texto se desenrola sem rodeios ou retornos que provoquem um ‘relaxamento’ no fluxo informacional.” (p.55). Dentre os diversos procedimentos de seqüencialização textual, para a nossa monografia, interessa o encadeamento, que acontecerá por justaposição ou por conexão. Sendo que a justaposição se utiliza de “partículas seqüenciadoras” e a conexão de “conectores interfráticos”, (op.cit.) que serão responsáveis pelo encadeamento do texto. “Trata-se de conjunções, advérbios sentenciais (também chamados de advérbios de texto) e outras palavras (expressões) de ligação que estabelece, entre orações, enunciados ou partes do texto, diversos tipos de relações semânticas e/ou pragmáticas.” (KOCH 1996, p.62).

Halliday & Hasan (apud Koch, 1996) explicitam o conceito de coesão textual, como um conceito semântico que se refere às relações de sentido que existem no interior do texto. Ao estabelecer essas relações de sentido por meio de recursos semânticos, encontramos os “laços” ou “elos coesivos”, que auxiliam na estrutura coesiva do texto.

            Os nexos (conectivos ou articuladores) permitem estabelecer relações significativas entre elementos ou orações do texto. Essas relações são destacadas explicitamente por marcadores formais que correlacionam o que está para ser dito àquilo que já foi dito. Trata-se de diversos tipos de conectores e partículas de ligação como, mas, depois, assim, então, aliás, etc. Halliday & Hasan (op.cit.) apresentam como principais tipos de conjunção, a aditiva, a adversativa, a casual, a temporal e a continuativa. 

            Segundo Giering et al (1999, p.21), “...as relações de sentido que se estabelecem entre as frases e os parágrafos que formam um texto, fazendo com que a interpretação de um elemento lingüístico qualquer seja dependente da de outro(s).” A partir desse fragmento, percebemos a importância dos elementos estarem ligados, entrelaçados em um texto. Esse encadeamento pode ser feito de quatro maneiras, através da articulação, da referência, da substituição vocabular e da elipse. Nesta monografia, nos deteremos apenas ao estudo dos conectivos, em especial o conectivo E. Conforme estudos realizados por Giering (op.cit.), os articuladores podem ser chamados também de nexos ou conectores e envolvem certas classes gramaticais como conjunções, advérbios e preposições que são responsáveis pela ligação entre si dos fatos denotados num texto”.(p.21)

            Dentre os articuladores, temos relações que se estabelecem de diferentes formas, conforme o sentido. São elas: relação de adição, de oposição, de condicionalidade, de causalidade, de finalidade, de conformidade, de temporalidade, de conclusão, de comparação e de disjunção. Sendo a relação de adição que será abordada nessa monografia e suas diversas possibilidades de relações.

 

1.1.2 Coerência Textual

 

Partiremos agora, para a definição que alguns autores apresentam sobre e coerência. Koch e Travaglia (1999) afirmam que nenhum conceito encontrado na literatura pode conter todos os aspectos que eles consideram como “definidores de coerência”.

            Pode-se dizer que a coerência está diretamente ligada a um texto bem elaborado, mas que não tem relação com a relação direta com a gramática usada na frase. Para os autores, a “coerência é algo que se estabelece na interação, na interlocução, numa situação comunicativa entre dois usuários, devendo ser vista, pois, como um princípio de interpretabilidade do texto.” (p.11) Além disso, ela pode estar ligada ao modo como entendemos o texto, ou seja, ao modo como o receptor o interpreta e o compreende.

            Outra definição importante apresentada por Koch e Travaglia (1999), é sobre o fato de a coerência ser ao mesmo tempo semântica e pragmática, além de alguns gramáticos acreditarem que ela pode ser também, sintática (gramatical e lingüística).

            O interessante é poder perceber que tanto Fávero, Koch e Travaglia e Platão & Fiorin afirmam que a coerência, nada mais é do que a relação que estabelecemos no texto dando sentido a ele.

            Fávero (1997) explica que

...enquanto a coesão se dá ao nível microtextual-conexão da superfície do texto,  a coerência caracteriza-se como o nível de conexo conceitual e estruturação do sentido, manifestado, em grande parte, macrotextualmente. (p.59)

 

Ou seja, podemos dizer que um texto é coerente quando conseguimos estabelecer uma continuidade de sentidos, quando o leitor consegue compreender e interpretar suas idéias de forma a participar diretamente com o sentido a ser estabelecido. Além disso, “a coerência exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, sempre em busca de uma unidade de sentido” (VIANA, 1999, p. 29)

Além disso, um texto pode ser incoerente em determinada situação se seu autor não consegue inferir um sentido ou uma idéia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos lingüísticos (pontuação, vocabulário, etc.).

Por fim, a coerência textual é a relação lógica entre as idéias, pois essas devem se complementares, é o resultado da não-contradição entre as partes do texto, já que um texto inclui fatores como o conhecimento que o produtor e o receptor têm do assunto abordado, conhecimento de mundo, o conhecimento que esses têm da língua que usam e a intertextualidade.

 

1.1.3 Quadro comparativo entre coesão e coerência

 

Fazendo um comparativo das idéias de alguns estudiosos, assim como fazem Koch e Travaglia no livro Lingüística textual (1999), podemos elaborar um quadro ilustrativo sobre coesão e/ou  coerência da seguinte maneira:

Estudiosos

Coesão e/ou Coerência

Halliday e Hasan

Dizem que a coesão tem a ver com o modo como o texto está estruturado semanticamente.

Franck

Coerência significa a conexão formal e de conteúdos entre elementos seqüenciais (frases, enunciados, atos de fala etc.).

Beaugrande e Dressler

Afirmam que tanto a coesão quanto a coerência são mutuamente acessíveis e relevantes e que o mundo textual pode ou não concordar com a versão estabelecida do “mundo real”.

Widdowsin

Relaciona coesão de coerência pelo modo proporcional que o texto se apresenta.

Van Dijk

Considera a coerência como propriedade lógica do texto e explicita vários tipos de coerência, como a semântica, sintática, estilística e pragmática.

Marcuschi

Explica a coesão como a estruturação da seqüência superficial do texto e à sua organização linear sob o aspecto estritamente lingüístico. Já a coerência manifesta-se, em grande parte, de forma macrotextualmente.

Tannen

Define coesão como um conjunto de nexos da superfície textual que indicam as relações entre os elementos de um texto e coerência como a parte que organiza as estruturas subjacentes, que fazem com que as palavras e sentenças componham um todo significativo.

Charolles

Explica que a coesão se refere às relações de identidade de inclusão ou de associação entre constituintes de enunciados e a coerência como o princípio de interpretabilidade do texto.

 

O que podemos verificar através desse quadro ilustrativo é que todos esses autores sustentam as mais variadas idéias sobre o processo coesivo, porém, analisam de forma diferente, conforme a sua visão dentro dos elementos lingüísticos. Vemos que todos esses autores confirmam a idéia de que a “coesão e a coerência estão intimamente relacionadas no processo de produção e compreensão do texto.” (KOCH E TRAVAGLIA, 1999, p.23)

            Koch e Travaglia (1999), explicam que a “coesão estabelece coerência, mas não garante sua obtenção”(p.23) e citam a forma como Charolles (1987) explica a relação entre coesão e coerência. Para ele, “os elementos lingüísticos de coesão e conexão ajudam a estabelecer a coerência, mas não são nem suficientes, nem necessários para que a coerência seja estabelecida, sendo preciso contar com os conhecimentos exteriores ao texto”.

            Assim, entendemos que nem sempre acontece coerência, devido ao fato de os leitores não compreenderem a situação explanada, dessa forma, a coesão auxiliaria, mas não resolveria. Percebemos então, que a coesão ajudaria no reconhecimento da coerência, o que não adiantaria se o conhecimento de mundo do leitor não estiver à altura da idéia mencionada.

 

1.2 DIVERSAS POSSIBILIDADES DE INTERPRETAÇÃO DO CONECTIVO E

 

            Segundo Giering et al (1999), “os conectores articulam sequencialmente frases cujas proposições se adicionam a favor de uma mesma conclusão. Trata-se dos articuladores: e, também, não só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem, etc.” (p.21)

            Visto dessa forma, acreditamos que sempre que encontramos em uma frase um desses conectivos, estará sendo estabelecida uma relação de adição. Porém, precisamos levar em conta o fato de que “as frases somadas não são permutáveis, isto é, a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada” (GIERING et al, 1999, p.22), assim, podemos identificar se uma frase estabelece a relação de adição, fazendo o seguinte teste:

  1. Misturei água e sal à comida.
  2. Misturei sal e água à comida.

Vimos que nesse caso, mesmo alterando a ordem da frase, o sentido permaneceu sendo de adição, soma, já que a ordem não alterou o resultado.

   Diferentemente da frase:

  1. Minha mãe não seguiu a receita como o médico mandou e isso a fez passar mal novamente.

Nesse caso, percebemos que o conectivo E estabelece uma relação de conclusão, pois poderíamos utilizar o por isso, em vez do e.

            Deparamo-nos agora com a idéia de que além de adição o conectivo E pode estabelecer relações de oposição, condição, tempo ou ainda, conclusão.                     

            Analisando mais detalhadamente a função do conectivo E, conseguimos constatar que ele desempenha uma grande variedade de funções na organização do discurso e opera em diferentes domínios, componentes, níveis e camadas de representação lingüística. Por isso precisamos buscar verificar de forma mais significativa toda frase e suas possíveis interpretações. Assim como explicam Fávero e Koch (2002), quando citam os estudos realizados por Weinrich:

A versão mais recente de sua teoria postula que a significação das frases, bem como dos morfemas que as compõem, contém instruções sobre a maneira como os enunciados que as atualizam devem ser interpretados com referência a tal ou qual situação discursiva, por meio da utilização de uma ou de outra maneira de reconstruir o sentido objetivado pelo locutor, já que a compreensão do enunciado implica a descoberta dessa conclusão precisa visada pelo locutor. Pelo fato de possuírem valor argumentativo, as frases têm por características obrigar o intérprete a determinar a conclusão de “x” para a qual apontam. É por essa razão que o valor semântico de uma frase argumentativa contém, entre outros elementos, o conjunto de instruções concernentes às estratégias a serem seguidas para a decodificação de seus enunciados. (p.48)

 

            Dessa forma, percebemos que, conforme o valor semântico que uma frase possui, sua significação poderá ser alterada de acordo com a significação dada pelo falante. E são nesses casos que os conectivos podem interferir de forma decisiva nessa interpretação. As autoras ainda explicam que a veiculação dessas idéias ainda pode variar de acordo com os “morfemas do tipo: ainda, aliás, também, mesmo, até etc., pelo fato mesmo de as relações argumentativas entre enunciados não serem dedutíveis apenas de seu conteúdo informativo.” (FÁVERO e KOCH, 2002, p.48)

            Tudo isso comprova nossa hipótese sobre a interpretação que vários falantes podem ter de um mesmo enunciado. Por isso a necessidade de fazermos uma reflexão sobre a possibilidade de um mesmo conectivo estabelecer diversas relações.

            Assim, cabe aos morfemas estabelecer relações entre os enunciados, para que eles não sejam “dedutíveis apenas de seu conteúdo informativo.” (FÁVERO e KOCH, op. cit.).

            O interessante é a explicação que as autoras dão quanto ao fato de que

 um conector tanto pode ligar duas proposições, estabelecendo entre elas relações de inferência ou dedução, como relacionar um enunciado a sua enunciação; pode ligar segmentos sucessivos, mas também segmentos mais ou menos afastados dentro do período, ou até mesmo um parágrafo a outro do texto. Ora, a instrução que a frase dá ao intérprete é de que ele deverá procurar duas entidades semânticas P e Q, ligadas mais ou menos diretamente a duas proposições gramaticais sucessivas X e Y, segundo as modalidades a serem definidas para cada conector e entre as quase seja possível existir a relação que o conector implica. (p.48)

 

de fato que no momento em que utilizamos determinado conector, estamos conscientes da relação que queremos que nosso leitor (ou interlocutor) estabeleça.

            Da forma como foi explanado, fica claro que não podemos bitolar um conectivo a uma simples explicação. É muito perigoso dizermos que o conectivo E servirá apenas como uma conjunção aditiva, precisamos olhar para o discurso em toda a sua extensão, ou seja, tanto para a organização das orações e das sentenças, quanto para a organização de grupos de sentenças que formam as diferentes unidades e subunidades em que o discurso se segmenta e, em cada nível, considerar as determinações sintáticas e semânticas.

            Além de conectivo, vale apresentar outra função que o E pode desempenhar.

            Bechara (1999) classifica o conectivo E como conjunção coordenativa aditiva e esclarece:

A aditiva apenas indica que as unidades que une (palavras, grupos de palavras e orações) estão marcadas por uma relação de adição. Temos dois conectores aditivos: e (para adição das unidades positivas) e nem (para as unidades negativas). [...] Muitas vezes, graças ao significado dos lexemas envolvidos na adição, o grupo das orações coordenadas permite-nos extrair um conteúdo suplementar de “causa”, “conseqüência”, “oposição”, etc. Estes sentidos contextuais, importantes na mensagem global, não interessam nem modificam a relação aditiva das unidades envolvidas. (p.320)

 

.

Já Cunha e Cintra (1985, p.568), num item à parte, também arrolam os valores particulares que algumas conjunções podem assumir no discurso. No caso da conjunção E, esses autores mencionam os seguintes valores particulares a ela associados: adversativo, concessivo, de conseqüência/conclusão, de finalidade e valor consecutivo. Além desses valores, segundo Cunha e Cintra (op.cit.) a conjunção E pode ainda:

• introduzir uma explicação enfática;

• iniciar frases de alta intensidade afetiva, desempenhando quase o mesmo valor das interjeições;

• facilitar a passagem de uma idéia a outra, mesmo que não relacionadas.

            Além deles, Correa (2007) afirma que na tentativa de  gramaticalizar o conectivo e alguns aspectos precisam ser observados, como:

a) tipo de elementos ligados pelo termo: nomes, predicadores, orações ou frases;

b) quantidade de elementos ligados pelo termo;

c) presença de outros operadores pospostos ao termo;

d) admissão de inversão potencial de termos ligados;

e) gênero utilizado: narrativo ou dissertativo;

f) paráfrase do conectivo: adição, causalidade, contraste, temporalidade e ilimitação;

g) possibilidade de paralelismo sintático;

h) compartilhamento do termo referente na segunda posição;

i) categorias cognitivas utilizadas: espaço, objeto, processo, tempo, qualidade, avaliação de idéias e pessoa.

Já  Penhavel (2005), faz uma descrição sistemática do conectivo E e sua multifuncionalidade, dentro do discurso:

Funções do conectivo e no discurso

 

 
 
 

focalização

manutenção/assalto de turno conversacional

introdução de tópico discursivo                           e- marcador discursivo

distinção de unidades discursivas                       (articulação de unidades seqüenciamento retroativo-propulsor                                            discursivas)                                               

 

 

 

 
 
 

coordenação de orações sem equivalência funcional

coordenação de orações assimétrica                                        e- coordenador (coordenação                          

coordenação de orações simétricas                                          de orações)

 

 

 

coordenação entre posições de termos

coordenação no interior de posições de termos           e- coordenador (coordenação de 

                                                                                      termos)

 

Como já mencionamos anteriormente, o conectivo E normalmente estabelece uma relação de adição nos seus diversos usos. Porém, há momento em que ele pode neutralizar-se a ponto de conseguir estabelecer outras relações que não seriam propriamente a de adição. Neves (2000, p.742), tratando da natureza da relação aditiva, cita algumas situações em que a conjunção E foge ao seu valor aditivo, o qual é mais neutro, segundo a autora funcionalista. Assim, dependendo do tipo de enunciado, o E pode estabelecer ligações semânticas marcadas (menos neutras), evidenciando relações de contraste e de causa-conseqüência, por exemplo.

            Interessante também é a forma como Platão e Fiorin (1998) descrevem a função do conectivo E, como sendo “os que marcam uma relação de conjunção argumentativa, isto é, que ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão” (p.376) e explicam que isso só pode ser feito quando “a seqüência introduzida por eles indicar uma progressão discursiva, quando acrescentar um dado novo ao conjunto argumentativo” (p.376).

            Vale lembrar que de forma sistemática, o E é o primeiro conectivo utilizado pela criança na construção dos enunciados, além de ser persistente e constante na comunicação, mesmo quando ela já consegue fazer conexões mais eficazes e diferenciadas, o conectivo E se mantém tão utilizado quanto antes. Acreditamos que essa utilização não se restringe apenas às crianças, como também a todas as outras etapas da vida do falante, pois como ele pode ser utilizado com diversas finalidades, fica mais fácil e natural o seu uso.

            Por isso, é necessário que o educador reflita sobre esse aspecto antes de simplesmente obrigar o aluno a utilizar em sua escrita um recurso que ele talvez ainda não consiga ter domínio total, respeitando seu limite e, principalmente, ajudando-o a ampliar as possibilidades de relação tanto da fala quanto da escrita.

 

1.3 ESTUDO DAS RELAÇÕES ESTABELECIDAS PELO CONECTIVO E

 

            A seguir, faremos uma análise em frases e tiras, para explicitarmos melhor o que escrevemos até agora,  de forma que as idéias desenvolvidas a seguir, procuram evidenciar a multifuncionalidade do conectivo E e as possíveis interpretações e compreensões que o falante pode agregar a uma frase.

            Na tira abaixo, vemos que Calvin e Haroldo estão conversando sobre como fazer panquecas e quantas cada um poderá comer.

Fonte: http://depositodocalvin.blogspot.com

 

            No segundo quadrinho, eles usam o conectivo então para estabelecer uma idéia de conclusão com a proposição inicial, porém, podemos substituir o conectivo então pelo conectivo e que continuaremos tendo uma idéia de conclusão. “A receita diz dá para fazer vinte panquecas. E, cada um come dez.”

            Algumas frases mesmo parecendo iguais, estabelecem diferentes relações de sentido.

6. Pedro caiu e morreu.

7. Pedro morreu e caiu.

            Percebemos que as frases não podem ser permutáveis, já que no momento em que fazemos a inversão, o sentido muda completamente. Na frase (6) o E estabelece uma relação conclusiva, já que ele pode ser substituído por logo ou  por isso.

8. Pedro caiu, por isso morreu.

            Assim, o enunciado morreu estabelece uma conclusão a partir do que foi dito no enunciado caiu. Claro que nem sempre a idéia de cair remete à morte, mas como a frase pode estar estruturada dentro de um contexto, isso é aceitável.           

            O que não acontece na frase (7), que expressa uma combinação entre duas proposições, onde uma apresenta a causa que implicará na outra, a conseqüência.

 

CONSEQÜÊNCIA                                                                           CAUSA

 

       
 

CAIU

   

PEDRO MORREU

 
 

                                                       PORQUE                   

            Aqui, o articulador porque insere à frase a idéia de causa e conseqüência , pois Pedro só caiu porque morreu, o que sugerem várias interpretações: ele poderia ter morrido de enfarto, A.V.C. ou qualquer outra doença que fizesse com que ele caísse. Nesse caso, ao utilizarmos o conectivo E, percebemos que a relação que se estabelece não é a de adição e sim de causalidade.

            Além disso, precisamos analisar a conexão feita entre as frases, já que elas são aceitáveis quando observadas isoladamente. Exemplo:

9. Ana acordou cedo e saiu para o trabalho.

10. Ana acordou cedo.

11. Ana saiu para o trabalho.

            As frases de uma conexão são sintaticamente independentes. É através da conexão que obtemos um elo semântico que se estabelece pelo conectivo. Na exemplo (9), as frases são ligadas pelo conectivo e, que acaba estabelecendo uma relação de adição e formando uma seqüência de acontecimentos sucessivos. Enquanto que nas frases (10) e (11), são desmembradas de modo a estabelecer, isoladamente, sentido.

            Vejamos outro exemplo:

12. Ficou pobre, e era feliz.

            Na frase acima percebemos que elas são sintaticamente isoladas, mas que acabam contrastando-se sob o ponto de vista semântico, já que normalmente espera-se que uma pessoa que é rica e fica pobre, vá sentir-se triste e não feliz; por isso, nesse caso, encontramos o conectivo e na função de opositor de idéias. Poderíamos substituir o conectivo e, pelos mas, sem obtermos alteração de sentido. Assim:

13. Ficou pobre, mas era feliz.

            Vemos mais claramente a idéia de substituição de conectivos na seqüência de frases abaixo, onde as conexões são feitas por razões semânticas, dando sentido ao enunciado.

14. Marcos trabalha e estuda.

15. Marcos trabalha, mas estuda.

16. Marcos trabalha, logo estuda.

            Na primeira frase, temos a idéia de adição no momento em que podemos permutar os enunciados sem prejudicar nem um nem outro; na segunda frase, substituímos o conectivo e por mas, o que ocasionou mudando de sentido, já que agora, o segundo enunciado se opõe ao primeiro, pois, mesmo trabalhando Marcos não deixou de estudar; por fim, na terceira frase a idéia que o conectivo logo dá à frase é a de conclusão, pois Marcos só consegue estudar porque trabalha.

            Também podemos encontrar o conectivo e agindo na função de temporalidade, como no caso abaixo:

17. Ela teria que falar que estavam indo dormir, e perceberam que os animais estavam soltos.

18. Ela teria que falar que estavam indo dormir, quando  perceberam que os animais estavam soltos.

            É interessante ver a forma como o conectivo E pode agregar-se a outro conectivo e dar mais sentido à relação estabelecida. Como quando usamos um conectivo de condição, no caso o se. Se resolvêssemos alterar o início da frase, colocando antes do se o conectivo e, teríamos além de uma condição, uma idéia aditiva em relação à outra já mencionada anteriormente. Assim:

19. ...“E se eu disser para ela ver menos televisão, vai acabar me odiando. Por que não fala você?”

É como se o pai já estive argumentando anteriormente com a mãe quanto ao fato da Mafalda ter que olhar menos televisão.

       Fonte: www.clubedamafalda.blogspot.com

 

Outra possibilidade de utilização do conectivo E aparece na tira abaixo, quando Calvin diz: “Faça grande, mas não tão grande quanto a minha.” Se ele tivesse continuado a frase, poderia ter ficado assim:

20.  Faça grande, mas não tão grande quanto a minha e nem mais bonita.

            O que acontece nesse caso é que além de termos uma idéia de comparação estabelecida pelos conectivos tão...quanto, outra de oposição, formada pelo conectivo mas, ainda poderíamos estabelecer a relação de adição, expressa pelo conectivo e nem, que nesse caso remetem à idéia negativa da adição: e nem = não.

 Fonte: http://depositodocalvin.blogspot.com

 

Ainda podemos refletir sobre o uso do conectivo E expressando uma alternância de idéias. O que normalmente é feito através dos conectivos ou...ou, seja...seja, quer...que, ora...ora, entre outros. Vejamos a frase abaixo:

21. Temos três opções de cor: vermelho, branco ou preto.

Essa frase indica uma idéia de alternância, no momento em que foi utilizado o conectivo ou, que também pode incluir, excluir ou incluir e excluir ao mesmo tempo. Na frase (21), temos expressa  uma exclusão de idéias , já que as três cores não são compatíveis num mesmo mundo.

22. Temos três opções de cor: vermelho, branco e preto.

            Na frase (22), se fizermos uma leitura superficial, não perceberemos imediatamente que o conectivo e ao mesmo tempo em que expressa uma idéia de adição, também pode fornecer uma relação alternativa, onde podemos optar pelo vermelho, branco ou preto, já que o conectivo e, nesse caso, nos oferece três opções.

Por meio dessa breve exposição, podemos confirmar que o conectivo E é tão usual que desde a infância a criança faz uso desse mecanismo e o segue até a fase adulta.

Obviamente pela tamanha expressividade de valores que ele pode ter, faz com que esse conectivo tenha essa extensa linha de estudos, por isso que não se esgotam suas possibilidades semânticas. Além disso, nada se encaixa melhor do que a definição dada por Peterson e McCabe (apud Mesquita, 2003):

Diante das variadas possibilidades de significação adquiridas pela conjunção E – algumas das quais acima exemplificadas – certas indagações persistem, tais como: que atributos especiais possui esse item gramatical, para que ele seja considerado um “coringa” lingüístico.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 VISÃO DOS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE O USO DO CONECTIVO E EM SALA DE AULA

 

 

Estamos passando por um momento muito difícil em nossa sociedade, onde a maioria dos jovens não tem muito interesse pela leitura, nem por escrever bons textos.

Frente a isso, cabe à escola, a responsabilidade de oferecer bons modelos de leitura para o aluno, com o objetivo de formá-lo assim, um leitor mais competente e assíduo.             

Competente, no sentido de formar alguém capaz de compreender o que lê, de admitir que, a um mesmo texto, podem ser atribuídos vários sentidos e, além disso, de estabelecer relações com suas leituras anteriores. Além de assíduo, no sentido de que a prática da leitura se torne algo freqüente e de que o leitor tenha gosto e prazer pelo o que está lendo e que busque desenvolver o hábito de ler. Mas, para que isso aconteça, é fundamental o trabalho pedagógico que cada escola desenvolve em relação à leitura e que tipos de instrumentos pedagógicos estão sendo utilizados pelos educadores em sala de aula para estimular o hábito da leitura e da escrita entre seus alunos.

Entendemos que para uma pessoa conseguir escrever bem, ela precisa ter o hábito constante da leitura. Mas o que consideramos como “escrever bem”? Quais elementos nos levam a considerar que um texto está bem escrito e outro não?

Dessa forma, qual será a visão que nossos educadores têm em relação à necessidade de mecanismos que auxiliem o educando a adquirir esses dois fatores tão importantes para o seu desenvolvimento intelectual? E qual o trabalho que vem sendo desenvolvido a partir dessa importante ferramenta no auxílio à escrita?

Todas essas indagações tornam-se cada vez mais presentes e fundamentais para maiores questionamentos e reflexões a partir do uso dos conectivos em sala de aula. Esse capítulo tem por objetivo identificar a utilização dos conectivos como um recurso pedagógico em sala de aula pelos professores das séries finais do Ensino Fundamental, visando assim, conhecer melhor o trabalho docente desenvolvido a partir dessa importante ferramenta na formação de bons escritores.

Convém sempre buscar, em sua vivência escolar e fora dela, informações sobre a sociedade para enriquecer sua cultura geral. A leitura de textos que registram os fatos históricos, as descobertas científicas, os debates atuais sobre as questões de maior importância e a obra dos grandes escritores, é fator indispensável para a compreensão do mundo. (GRANATIC, 1996, p.03) 

 

 

2.1 A DELIMITAÇÃO DO CORPUS

 

Ao elaborar este capítulo temos como objetivo fazer uma análise dos questionários aplicados a 10 (dez) professores de Língua Portuguesa das séries finais do Ensino Fundamental a fim de verificar algumas questões pertinentes para a elaboração da proposta pedagógica dessa monografia.

            Esses professores são dos municípios de Bom Princípio e São Sebastião do Caí, da rede pública municipal e estadual de ensino. Não houve nenhum critério especial na sua seleção, a não ser que lecionassem Língua Portuguesa para as séries finais do Ensino Fundamental e que tivessem formação em Letras.

            Inicialmente a pesquisa dividiu-se em duas etapas. A primeira foi uma análise sobre o uso que os professores fazem dos conectivos e se acreditam ser possível estabelecer várias relações a partir de um único conectivo. Já a segunda parte foi uma investigação, onde procuramos saber a disponibilidade de material que os docentes têm sobre conectivos.

Ao recolhermos os questionários, passamos à etapa de confrontar o que eles responderam com um dos objetivos no qual se propõe essa pesquisa: fazer um levantamento do material disponível para os professores de Língua Portuguesa, sobre conectivos e elaborar uma proposta pedagógica com ênfase no uso do conectivo E e sua multifuncionalidade.

Após ter feito toda coleta de dados através de questionários com professores de Língua Portuguesa, elaboramos figuras das respostas dadas por eles. Juntamente a elas, organizamos uma análise sobre o que foi respondido.

 

2.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

 

2.2.1 Abordagem que os professores fazem dos conectivos

 

 Nesta primeira etapa da pesquisa, resolvemos pedir para que os professores nos respondessem de forma direta à proposta desse trabalho. Assim, aproveitamos as experiências que esses profissionais têm para dar mais veracidade à hipótese de que é difícil encontrar material apropriado para trabalhar com conectivos, em especial de forma mais reflexiva.

Assim, elaboramos um questionário analítico sobre como é abordado o uso dos conectivos e as reflexões a cerca do conectivo E, que contará no (ANEXO A) dessa monografia.

Perguntamos aos colegas, se costumam trabalhar com conectivos com seus alunos e caso sim, com quais turmas. Vejamos as respostas obtidas:

 

Costumas trabalhar conectivos com teus alunos? Caso sim, com quais turmas?

Professora 1

Sim. Não é um trabalho constante, mas que faço quando percebo que meus alunos estão com dificuldades na parte escrita. Trabalho apenas com 8ª série.

Professora 2

Não, até porque não tenho muito conhecimento no assunto.

Professora 3

Sim, pois considero muito importante que os alunos consigam conectar suas idéias através de palavras que transmitam alguma idéia à frase. Trabalho com 7ª e 8ª séries.

Professora 4

Sim, desde a 5ª série costumo trabalhar sobre isso nas produções textuais, porém sem nomenclatura. Apenas verificando o sentido que podemos encontrar através do uso dos conectivos específicos.

Professora 5

Não, pois não acredito que os alunos conseguiriam estabelecer as relações adequadas e isso faria com que perdêssemos muito tempo de aula.

Professora 6

Raramente e de forma bem superficial. Trabalho apenas com a 8ª série.

Professora 7

Às vezes, depende do grau de desempenho que encontro em meus alunos. Somente com 8ª série.

Professora 8

Não trabalho com conectivos porque não tenho material adequado sobre o assunto, além do que elaborar algo sobre isso levaria muito tempo.

Professora 9

Sim, faço um trabalho preparatório desde a 5ª série, sem nomenclaturas e de forma bem sutil; conforme meus alunos vão ingressando em outras séries, vou aprofundando o estudo dos conectivos.

Professora 10

Com certeza. Faço isso de uma forma mais livre de nomes com meus alunos desde o momento em que começo a dar aula para eles, seja na 5ª ou na 6ª e assim por diante.

 

 

Vemos que 50% dos professores trabalham com conectivos e acreditam que esse assunto auxilia muito no processo de desenvolvimento da escrita do aluno. Como diz a professora (4) “Sim, desde a 5ª série costumo trabalhar sobre isso nas produções textuais, porém sem nomenclatura. Apenas verificando o sentido que podemos encontrar através do uso dos conectivos específicos.”Alguns professores não fazem um trabalho constante, como relata a professora (7) “À

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