A Intersecção entre Cores, Pedagogia e Neurociência
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Lidar com cores é lidar com estímulo sensorial, raciocínio, memória, criatividade, imaginação; enfim, é um mundo colorido que, para Costa et al (2019)[1], nos permite vislumbrar 16 milhões de cores.
Conceição e Ramos (2024) [2] corroboram as falas acima e complementam que a pedagogia das cores ultrapassa a estética com a inserção na essência da psicologia da aprendizagem. Por isso, faz-se relevante uma boa percepção das palestras cromáticas, isto porque elas podem evocar emoções, estimular a concentração e facilitar a retenção de informações.
Para os pesquisadores Costa et al (2019), a visão das cores é um recurso importante, o que permitiu aos seres humanos uma melhor avaliação do meio ambiente em sua complexidade e, em concomitância, contribuiu para a memorização de cenas visuais.
A pesquisa de Leote (2015)[3] enfatiza a descoberta de Margareth Livingstone (2002) ao constatar, a partir da biologia celular, as relações entre arte e o sistema visual. Com isso, a pesquisadora analisa como o cérebro opera para reconhecer e formar imagem por meio das cores, o que é bem explorado pelos artistas, e estas explicações são encontradas tanto na neurociência quanto na neuroestética, que se destaca pela relação direta que mantém com o campo da arte.
Conceição e Ramos (2024) são enfáticos ao afirmarem que, para oferecermos um ambiente que instigue uma aprendizagem eficaz e inclusive, não se pode desconsiderar as nuances da relação contida na interseção entre cores, pedagogia e neurociência que tem como fulcro o processo ensino-aprendizagem.
Em suma, as cores são essenciais na aprendizagem, visto que elas estimulam o desenvolvimento cognitivo, emocional e motor, além de melhorar o foco, a criatividade, o raciocínio lógico e o bem-estar.
Outro fator relevante é que, por meio das cores, é facilitada a identificação de objetos, a comunicação e a compreensão de conceitos, além de tornar o aprendizado mais lúdico, significativo e prazeroso, permitindo, de forma assertiva, impactos cognitivos e de desenvolvimento, isto porque as cores enriquecem a linguagem e, em concomitância, a comunicação.
Assim sendo, fica evidenciado que as cores são mais que simples decorações: são ferramentas indispensáveis no processo ensino-aprendizagem, bem como poderosas ferramentas pedagógicas a moldar a forma como assimilamos e interagimos com o ambiente.
[1] COSTA, A. L. F. DE A. et al.. Quando a cor ajuda. einstein (São Paulo), v. 17, n. 1, p. eAO4410, 2019
[2] CONCEIÇÃO, Maria Eduarda Fraga da; RAMOS, Vitor. Neurociência das Cores no Processo de Ensino e Aprendizagem. Ciência Atual. Rio de Janeiro. Volume 20, Nº 1. 2024.1. ISSN 2317-1499
[3] LEOTE, R. Abordagens da neurociência sobre a percepção da obra de arte. In: ArteCiênciaArte [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2015, pp. 71-96. ISBN 978-85-68334-65-2. Available from SciELO Books