29/11/2016

A inclusão de crianças com Paralisia Cerebral na escola.

A inclusão de crianças com paralisia cerebral na escola.

 

 

Alisson Davino Alves de Amorim, Dayane Lima do Prado, Edson Lopes dos Santos, Erika Ramos da Costa, Gabriel Primo Sampaio.

 

 

 

A inclusão de crianças com paralisia cerebral na escola.

 

 

AMORIM, A.D.A¹; COSTA, E.R1; PRADO, D.L1; SAMPAIO, G.P1; SANTOS, E.L 1; ZUNTINI, A.C.S2.

1 Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo

2 Orientadora, Bacharel em Fisioterapia pelo UniÍtalo, Especialista em Anatomia Macroscópica pelo Centro Universitário São Camilo, Mestranda em Farmacologia e Fisiologia pela UNIFESP, Docente do Curso de Educação Física do UniÍtalo

 

 

A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NA ESCOLA

ORIENTADORA: ZUNTINI, Ana Carolina Siqueira.

CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO BRASILEIRO – UNIÍTALO

e-mail: carol.zuntini@uniitalo.edu.br

 

 

RESUMO

De acordo com a maioria dos autores, a Paralisia Cerebral (PC) não é considerada uma doença, e sim um distúrbio ligado a vários tipos de anomalias motoras, e suas manifestações se iniciam nos períodos perinatal, e pós-natal. Essas descobertas são encontradas nos primeiros anos de vida da criança e podem ser confundidas com outros tipos de patologia, semelhantes a do portador de PC, pois essa disfunção motora traz um prejuízo do movimento e da postura, apresentando diversas limitações funcionais que na maioria das vezes precisará de algum tipo de prótese. A principal característica da PC é a disfunção motora, causada por lesões que comprometem desde o córtex motor até o neurônio motor da medula espinal. Quanto à inclusão é preciso que seja compreendido o grau de deficiência de cada portador, e que essa inclusão seja benéfica no seu crescimento social e educacional, e que a escola traga meios de infraestrutura para ajudar ainda mais esse portador quanto à sua acessibilidade. O professor de educação física deve estar preparado e ampliando seus conhecimentos, para aplicar atividades que ajudem no aprendizado desse deficiente principalmente no ensino regular, melhorando os movimentos motores de seus alunos e visando também o comportamento dos alunos para serem melhor como pessoa.

Palavras-chave: Paralisia Cerebral, Inclusão, Escola, Educação Física.

 

ABSTRACT

           
According to most authors, Cerebral Palsy (CP) is not considered to be a disease, but a disorder linked to several types of motor abnormalities, and its manifestations begin in the perinatal and postnatal periods. These findings are found in the first years of the child's life and can be confused with other types of pathology, similar to the PC carrier, since this motor dysfunction causes a loss of movement and posture, presenting several functional limitations that most of the time You will need some kind of prosthesis. The main characteristic of CP is motor dysfunction, caused by injuries that compromise from the motor cortex to the motor neuron of the spinal cord. Regarding inclusion, it is necessary to understand the degree of disability of each carrier, and that this inclusion is beneficial in their social and educational growth, and that the school brings the means of infrastructure to further assist the bearer in its accessibility. The physical education teacher should be prepared and broadening his / her knowledge to apply activities that help in the learning of this deficient mainly in the regular education, improving the motor movements of its students and also aiming the behavior of the students to be better as a person.

Keywords: Cerebral Palsy, Inclusion, School,
Physical Education.

Introdução

 

A paralisia cerebral foi descoberta em 1897 pelo neurologista Sigmund Freud que estudava sobre a síndrome de Little. O nome paralisia cerebral foi criado para diferenciar do termo paralisia infantil, também conhecida como poliomielite, que é uma doença infecciosa grave que causa a paralisia permanente em determinado músculos, já a paralisia cerebral é uma deficiência fisiológica que pode ocorrer no parto ou pos parto ate dois anos de vida, afetando o desenvolvimento cerebral, os tônus musculares. (CÂNDIDO, 2014)

A educação inclusiva para deficientes teve seu início em instituições assistencialistas, que lhes forneciam abrigo. Logo depois passaram para fase médica na qual os deficientes eram tratados como doentes. As primeiras medidas educacionais aos deficientes ocorreram na Europa, posteriormente em outros países. (MARTINS, 2002)

         Existem professores que se preocupam em manter uma visão mais humanitária, que é promover o bem-estar, a interação social e incentivar, já outros professores tem uma visão mais educacional, se preocupando nos ensinamentos da aula, deixando de lado o seu emocional e bem-estar do aluno deficiente. (MARQUES, OLIVEIRA, SANTOS, 2006)

Uma grande saída para trabalhar a inclusão na escola é o esporte, pois trabalha diretamente com a superação do aluno com deficiência, ajudando na aprendizagem e desenvolvimento de habilidades específicas, essa superação mostra que o deficiente tem o seu espaço, apesar da sua deficiência. (REZENDE, 2008)

Para incluir o aluno com deficiência na escola regular os primeiros passos para que eles possam adquirir conhecimentos e vivencia, o professor precisa ter o conhecimento da deficiência que será trabalhada. (MELO, MARTINS, 2004)

O problema para trazer um aluno com deficiência no ensino regular, precisa saber se a escola está preparada para receber esse aluno com deficiência, muitas vezes a escola simplesmente entrega esse aluno para o professor, e não fornece condição adequada para o professor trabalhar com essa criança, a escola não disponibiliza materiais, ambiente adequado, acessibilidade e conhecimento da deficiência do aluno. ( BUENO, RESA, 1995)

         A grande dificuldade da escola e do professor para trabalhar com aluno que tenha paralisia cerebral pode ser a falta de conhecimento, auxilio da escola, a capacitação de alguns professores ou por falta de informações sobre o aluno, pois a paralisia cerebral tem alguns graus de lesões, e que deve ser trabalhada de maneiras adequadas para o grau da deficiência apresentada pelo aluno. (BUENO, RESA, 1995)

         Muitas vezes a falta de trabalho em conjunto entre escola, professor e responsáveis podem dificultar e atrasar o desenvolvimento, ou até mesmo a inclusão do aluno com paralisia cerebral. (MARTINS, 2004)

         Algumas atitudes de proteção dos pais acabam atrapalhando no desenvolvimento e iteração da criança com paralisia cerebral. Por muitas vezes pode ser por falta de conhecimento ou receio que seu filho seja rejeitado pela sociedade. (MARTINS, 2004)

A Educação Física adaptada é importante na vida de uma criança com paralisia cerebral, pois não tem como objetivo somente a melhoria dos seus movimentos, e sim a sua interação com os seus colegas, e ajudando na parte efetiva do aluno. (DUARTE, WERNER, 1996)

As aulas adaptadas têm como objetivo a participação de todos os alunos, sempre respeitando seus limites, e envolvendo jogos lúdicos e divertidos que vão estimular a criança a participar das atividades, possibilitando como experiências: trabalho em grupo, domínio do seu corpo, cooperação, solidariedade e respeito, com isso melhorando o convívio entre o aluno com paralisia cerebral aos demais alunos. (DUARTE, WERNER, 1995)

Neste presente trabalho tem o objetivo de como deve ser a inclusão da criança com paralisia cerebral na escola.

Neste presente trabalho fizemos a revisão bibliográfica e usamos fontes de pesquisa como livro e google acadêmico. De Agosto a novembro de 2016.

 

Paralisia Cerebral

O termo Paralisia Cerebral (PC) foi descoberto em 1897 pelo neurologista Sigmund Freud que estudou sobre a síndrome de Little. Esse nome foi usado para diferenciá-la do termo Paralisia Infantil. Mas ao discordar de Little, Freud identificou outros problemas, que poderiam algumas vezes afetar o desenvolvimento cerebral fetal, (CÂNDIDO, 2014).

Segundo Satow (2000, apud MELO, MARTINS, 2004) as pessoas não tem ideia do que seja a Paralisia Cerebral, pensando que quem possui a deficiência tem seu cérebro paralisado, achando que não é possível pensar, sentir ou agir.

A paralisia cerebral não é doença, nem condição patológica, é uma deficiência fisiológica, geralmente associada a uma manifestação de uma disfunção cerebral estática ligada a vários tipos de anomalias motoras (MILLER; CLARK, 2002).

Já para Cândido (2004), a PC é uma doença crônica e bastante prevalente, cujo envolvimento motor é causado por uma agressão ao encéfalo. A idade influencia nesse processo, mas essa doença crônica pode ser intrauterina, durante o parto ou por algum acometimento perinatal ou na primeira infância. O autor ainda defende que a paralisia cerebral não é uma patologia única, e que existem diversas enfermidades, que vão de acordo com o grau de acometimento, que irá proporcionar esse transtorno de movimento.

Na concepção de Andrada (1982, apud APOLÓNIO et al., 2000), a Paralisia Cerebral é considerada como uma perturbação do controle neuromuscular afetado no cérebro em período de desenvolvimento, que envolve a postura e o equilíbrio. Rotta (2002) comenta que esse comprometimento cerebral tem relação aos períodos pré-natal, pois são nesses momentos que eles determinam a sua duração e intensidade.

Minear (1956) diz que Indivíduos portadores de Paralisia Cerebral, com comprometimento global leve, movimentam-se com independência, realizam atividades motoras finas, como desenhar, encaixar, recortar etc..., e demonstram uma boa adaptação social. Sujeitos com quadro moderado apresentam dificuldades na locomoção, sendo necessário suporte material e ou humano. A motricidade fina é limitada, executando atividades sem domínio do freio inibitório. Nas atividades da vida diária, necessitam a manutenção e assistência. Os aspectos cognitivos limitados parecem dificultar o desempenho escolar. Os sujeitos com PC com dependência total ao nível da motricidade grossa e fina, com linguagem e fala comprometida, demonstram capacidade intelectual severamente prejudicada. Por capacidade intelectual entenda-se a possibilidade de expressão da capacidade mental.

Em muitos casos de Paralisia Cerebral, há limitação intelectual em graus variáveis, e a maioria dos que apresentam inteligência normal, tem dificuldades na vida acadêmica, (MINEAR, 1956).

De acordo com Satow, (2000) um dos principais preconceitos que o indivíduo com PC sofre é o ser confundido com portador de deficiência mental, por ter dificuldade de comunicação, descoordenação motora, movimentos involuntários, imagem bizarra pelo tônus muscular anormal, entre outras, conforme a região do cérebro afetada.

Segundo Ekman (2007) as crianças com PC apresentam dificuldade no processamento das informações necessárias para a aquisição de uma habilidade motora, além de desordens musculoesqueléticas como fraqueza muscular, alterações de tônus muscular e/ou a diminuição da amplitude de movimento, tornando-se importante uma melhor investigação quanto ao grau de comprometimento de cada criança. Isto torna mais difícil o aprendizado de habilidades motoras específicas.

A PC pode apresentar diversos problemas nas atividades funcionais, no controle dos movimentos voluntários, prejudicando suas capacidades diárias, bem como sobrecarregar cuidadores e terapeutas, segundo Cunha (2012).

Ekman (2007) relata que é de grande importância estimular e incentivar a criança PC a realizar suas habilidades motoras tanto no ambiente terapêutico, quanto familiar, independente do quadro topográfico, e estes estímulos devem ser inseridos precocemente.

Stoelting (1993) afirma que as crianças com paralisia cerebral apresentam graus variáveis de espasticidade em diferentes grupos de músculos esqueléticos, provocando contraturas e deformidades em várias articulações nas extremidades superiores e inferiores. Entre elas incluem-se alterações na flexão e rotação medial da articulação do quadril, devido ao comprometimento dos músculos adutores e flexores, além de alterações no encurtamento da flexão plantar do tornozelo pelo comprometimento de tendões.

Segundo Brett e Scruttom (1997) as complicações respiratórias são as causas mais frequentes de morte em crianças com PC. Muitas vezes o diagnóstico das alterações no sistema respiratório pode passar despercebido pela dificuldade de comunicação e pelo comprometimento neurológico que impede a avaliação de tolerância ao exercício.

Cerca de 40% das crianças com PC têm anormalidades da visão, incluindo miopia, defeitos no campo visual e cegueira cortical. (NOLAN, 2000). Retardo mental está presente em aproximadamente dois terços dos pacientes com PC, podendo em outros ocorrer deficiência de aprendizado (EICHER, 1993). Dificuldade para dormir e sono irregular podem estar presentes, sendo necessária a utilização de drogas sedativas (SINGHI, 2004).

 

Educação Física Escolar

Segundo Cunha (1996), o professor exerce uma função única dentro da escola. Ele é o elemento de ligação entre o contexto interno –, a escola, o contexto externo – a sociedade –, o conhecimento dinâmico e o aluno.

De acordo com Machado (1995), o professor, no desempenho de sua função, pode moldar o caráter dos jovens e, portanto, deixar marcas de grande significado nos alunos em formação. Ele é responsável por muitos descobrimentos e experiências que podem ser boas ou não. Como facilitador, deve ter conhecimentos suficientes para trabalhar o desenvolvimento físico e melhorar na qualidade de seus movimentos, como também os componentes sociais, culturais e psicológicos.

Isso significa que, além da capacidade de ensinar conhecimentos específicos, é também papel do professor transmitir, de forma consciente ou não, valores, normas, maneiras de pensar e padrões de comportamento para se viver em sociedade. Fica claro que não se podem transmitir todos esses aspectos descartando o aspecto afetivo – a interação professor-aluno (CUNHA, 1996).

Desta forma, uma prática de Educação Física de qualidade deve abranger as diferentes dimensões, tanto conceituais, procedimentais e atitudinais, disponibilizando a vivencia em diversos esportes. Isso estimulará mais a participação dos alunos em aula, segundo Darido e Souza Junior (2007).

A Educação Física tem um papel de melhorar os desenvolvimentos motores e os movimentos físicos, de forma que as crianças pratiquem atividades que lhes sejam prazerosas e, não aquelas em que se sintam obrigadas a fazer por simplesmente não se sentirem deslocadas do grupo. (DUCKUR, 2004).

         A Educação Física Adaptada é uma área que tem como objeto de estudo a condição motora para as pessoas com deficiências, adequando metodologias de ensino para o atendimento às características de cada portador, respeitando suas diferenças individuais (DUARTE, WERNER, 1995).

Segundo Bueno e Resa (1995), a Educação Física Adaptada para portadores de deficiência não se diferencia da Educação Física em seus conteúdos, mas compreende técnicas, métodos e formas de organização que podem ser aplicados ao indivíduo deficiente. É um processo de atuação docente com planejamento, visando atender às necessidades de seus educandos.

A Educação Física na escola se constitui em uma grande área de adaptação ao permitir a participação de crianças e jovens em atividades físicas adequadas às suas possibilidades, proporcionando que sejam valorizados e se integrem num mesmo mundo. Quando adaptada ao aluno com deficiência, possibilita a ele a compreensão de suas limitações e capacidades, auxiliando-o na busca de uma melhor adaptação, conformem descrevem Cidade e Freitas (1997).

Segundo Pedrinelli (1994), todo o programa de aula deve conter desafios a todos os alunos, permitir a participação de todos, respeitar suas limitações, promover autonomia e enfatizar o potencial no domínio motor.

Bueno e Resa (1995) defendem, também, que na escola, os educandos com deficiência leve e moderada podem participar de atividades dentro do programa de Educação Física, com algumas adaptações e cuidados. A realização de atividades com crianças, principalmente aquelas que envolvem jogos, devem ter um caráter lúdico e favorecer situações onde a criança aprende a lidar com seus fracassos e seus êxitos. A variedade de atividades também prevê o esporte como um auxílio no aprimoramento da personalidade de pessoas portadoras de deficiência.

É importante que o professor tenha os conhecimentos básicos relativos ao seu aluno como tipo de deficiência, idade em que apareceu a deficiência, se foi repentina ou gradativa, se é transitória ou permanente, as funções e estruturas que estão prejudicadas. Implica, também, que esse educador conheça os diferentes aspectos do desenvolvimento humano: biológico (físicos, sensoriais, neurológicos); cognitivo; motor; interação social e afetivo-emocional (CIDADE, FREITAS, 1997).

         Para Martins (1995), apud Filus e Martins Junior (2004, p.79), a “Educação Física Adaptada é um campo emergente da educação física, onde o professor deve ser paciente, observador e criativo”. Pois, para lidar com esses indivíduos, as dificuldades são sempre maiores.

 

Inclusão

 

A educação aos deficientes se iniciou em instituições assistencialistas, que lhe forneciam abrigo, logo depois passou para a fase médica na qual os deficientes eram tratados como doentes. As primeiras medidas educacionais aos deficientes ocorreram na Europa, posteriormente nos EUA, Canadá, e outros países, assim como no Brasil (MARTINS, 2002).

De acordo com Marques, Oliveira e Santos (2006), o professor tem a visão mais humanitária do que educacional tratando-se de um aluno com paralisia cerebral, que leva somente a interação social, propondo muito mais seu bem-estar e desconsiderando a possibilidade e um desenvolvimento no seu aprendizado. Afirma ainda que o professor não esteja capacitado, e que sua formação é deficitária para uma educação inclusiva.

         Segundo Melo e Martins (2004), incluir os alunos com deficiência em uma escola regular é o primeiro passo para que eles possam adquirir aprendizagem e conhecimento, que são uns dos principais meios para que eles possam exercer sua cidadania na sociedade.

Para Falkenbach, Drexler e Lauzen (2008), a inclusão é um processo lento, mas que ocorre. Uma prova disso é a participação de crianças com necessidades especiais nas aulas de Educação Física na classe regular.

Para Rezende (2008), o esporte é uma superação para uma pessoa com deficiência, pois é um meio de aprendizado e desenvolvimento de habilidades específicas para pessoas com deficiências; pois supera limites e desperta a atenção da sociedade.  

Para Gomes (2006), a efetivação de uma prática educacional inclusiva requer necessariamente que todos os professores e outros profissionais da educação sejam dotados tanto de matérias, instrumentos e referenciam teóricos e práticos, para que possam adaptar suas práticas pedagógicas para incluir o aluno com PC na escola regular.

 

Educação Física Adaptada e Paralisia Cerebral

 

As aulas de Educação Física e as atividades são planejadas sempre de acordo com o tipo de lesão apresentada pela criança. Nunca se deve copiar um programa, pois este deverá ser estabelecido de acordo com as características do deficiente (QUEIROZ, 2004).

A fim de obter um bom resultado no princípio do trabalho, com parâmetros já obtidos por relatórios e conhecimento teórico do caso e tipo de lesão cerebral, sugere-se a realização de uma detalhada avaliação física, postural e funcional do aluno, com a finalidade de direcionamento e planejamento de um programa de atividades satisfatório e eficaz, que contribua para a evolução da criança, de acordo com o trabalho realizado (COSTA, 2000).

As aulas devem visar metas de curto e de longo prazo, sendo direcionadas para a qualidade dos movimentos, para a função e melhor controle postural (ABPC, 2001).

Na fase inicial, a aula pode variar de acordo com o desenvolvimento motor do aluno. Os procedimentos consistem em descontração global, abertura de mãos, cruzamento de braços e pernas, extensão de pernas, estimulação dos pés, movimentos dorsais, rolamentos. É primordial entender que este trabalho deve ocorrer num ambiente divertido, contribuindo, assim, para um melhor aproveitamento das aulas (ABPC, 2001).

Os exercícios físicos aumentam a capacidade do aluno com paralisia cerebral de dominar melhor seus movimentos, pois, atuam no cérebro estimulando e facilitando a plasticidade neural, agindo com toda sua capacidade e respeitando seus limites. Com isso melhorando seus movimentos voluntários e também podendo ajudar na autoestima e na sua independência social (LIMA, 2004).

Ressalta-se a importância dessas aulas de Educação Física, atuando diretamente no desenvolvimento da criança, contribuindo para melhor qualidade de vida. Sentimentos e emoções dos alunos, manifestados através de sorrisos e gestos mínimos. O desenvolvimento motor de um aluno com deficiência é estimulado se oferecermos oportunidades para que ele vivencie experiências e sensações (CAMARGOS, 2002).

 

Considerações Finais

Conclui-se nesse estudo, segundo a literatura consultada, que a paralisia cerebral é uma doença que afeta o desenvolvimento da criança. Tanto no físico como no motor, isso dificulta o aprendizado e faz com que essas crianças deficientes sejam deixadas de lado por muitos citados “normais” pela sociedade.

Incluir um deficiente de paralisia cerebral na escola não é difícil, o difícil é saber como incluir e de maneira correta para que todos tenham um melhor aprendizado dentro da sala de aula. E que isso reflita fora da sala e da escola. Os professores de Educação Física tem que estar preparados junto com a escola para poderem lidar com esse tipo de situação.

A educação física para esse deficiente com paralisia cerebral é para melhoria de suas habilidade e redução de suas limitações. A educação física adaptada é o melhor meio de inclusão para esse deficiente, pois, é onde ele terá mais contato físico com seus colegas de sala.

A aula de educação física tem que ser adaptada para esse deficiente participar com todo restante da turma, todos tem que estar fazendo a mesma aula, com as mesmas dificuldades para que a inclusão seja feita corretamente. O professor tem que estar atento para buscar uma melhoria nas capacidades de todos os alunos, inclusive do deficiente com paralisia cerebral.

Que todos, familiares, diretores e professores estejam cientes do grau de deficiência de seu aluno com paralisia cerebral, isso vai auxiliar no modo que ele deve ser incluído e facilitar o que deve ser feito para que esse aluno tenha suas dificuldades e limitações reduzidas no período escolar.

 

Referências Bibliográficas

CANDIDO, A.M.D.M. Paralisia Cerebral: Abordagem para o pediatra geral e manejo multidisciplinar. 2004 Monografia (Residência Medica em pediatria) – Hospital Regional da Asa Sul, Brasília, 2004.

MELO, F.R; MARTINS, L.A. Acolhendo e atuando com alunos que apresentam paralisia cerebral na classe regular: a organização da escola. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília ,2007.

MELO, F.R; MARTINS, L.A.R. O que pensa a comunidade escolar sobre o aluno com Paralisia Cerebral. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, 2004.

MARTINS, J.S. Atuação do fisioterapeuta na realidade escolar de crianças com deficiência física: uma perspectiva integradora. 2002. 130f. Dissertação (Mestrado em distúrbios do desenvolvimento) Universidade Presbiteriana Mackenzie São Paulo, São Paulo, 2002.

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