A Importância do Professor de Apoio

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

            A mediocridade sempre acompanhou o ser humano, principalmente no quesito profissão, porque independente a sua escolha, a dedicação pela mesma e a paixão pelo que se faz já são vistos como bons diferenciais, entretanto, tais palavras dedicação e paixão nem sempre são levadas em consideração nas escolhas.

            A docência é uma profissão que deve ser sempre trabalhada com seriedade e com total profissionalismo. Ela não pode ser vista como um hobby com o intuito de preencher um tempo ocioso, por isso requer formação e também qualificação para tal.

            O professor lida com sonhos e perspectivas dos educandos, dito isso, o mesmo não pode ser um oportunista a esterilizar toda uma geração, transformando em pó as ilusões, pelo contrário, ele é visto como um semeador de sonhos e de esperanças para uma sociedade mais justa e equitativa.

            O profissional precisa ser professor e não apenas estar professor, desta forma, independente a disciplina e o tipo de educação que assumir (infantil, fundamental, superior, técnico, Atendimento Educacional Especializado, profissional, etc...), a ética e o amor a profissão devem ser o cerne de suas atividades e ações.

            Aranha faz alguns questionamentos em sua obra Filosofia da Educação, publicada pela Moderna em 1996. Segundo a autora, como um professor pode fazer uma criança desabrochar o amor pela leitura, a paixão pelo saber, a ética do trabalho e o interesse pela política se o professor não gosta de sua própria profissão, não se prepara, não se qualifica e está sempre insatisfeito?

            Estes questionamentos acima nos auxiliam quanto a real discussão deste texto que é o professor de apoio, profissional este que necessita enxergar esta função com amor, dedicação e total entrega ao aluno do Atendimento Educacional Especializado, e não uma forma “inteligente” de fugir as funções de um educador e também dos problemas oriundos de uma sala de aula com alunos indisciplinados, sem infra-estrutura, turma cheia, dentre outros reveses enfrentados pelo profissional de educação, aos quais aqui, não é o foco discutirmos.

            O professor de apoio é o profissional que lidará direto com o aluno do Atendimento Educacional Especializado. Será como um anjo da guarda a mediar entre o professor, o processo ensino-aprendizagem e o educando com suas especificidades.

            O trabalho do professor de apoio será um diferencial para o aprendizado dessa criança e porque não a felicidade dos pais em acompanharem a evolução de seu filho, embora seja irrisória para alguns, será gratificante para estes.

            Dias, Rosa e Andrade (2015) são enfáticas quando ressaltam que a qualidade na educação inclusiva perpassa pela aprendizagem cooperativa, pelo ensino colaborativo, pela interação, trabalho em grupo[1] e pode-se acrescentar as palavras empenho e amor no que se faz.

            Cabe ao professor de apoio resguardar os direitos inalienáveis do aluno de Atendimento Educacional Especial, pois reza no Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011[2] da Constituição da República Federativa do Brasil “[...] promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente”, ou seja, a função de professor de apoio não pode ser vista como uma forma de fugir das suas atividades em sala de aula, pois o mesmo continuará sendo professor, com um pouco mais de responsabilidade.