A Importância do Bibliotecário na Educação Pública
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Nós seres humanos vivemos um eterno devir, e com base nisso, Romão em seu livro Pedagogia Dialógica, publicado pela Cortez em 2002, elucida que os seres humanos trabalham o seu inacabamento pela educação permanente e ao longo de nossas vidas.
De acordo com Manzolillo em sua obra Cultura: Um Salto na Era Cibernética, publicado pela LGE em 2003, faz uma afirmação de que o livro é o fulcro produtivo que nos diferencia dos outros animais, assim sendo, pode-se perceber a importância que os livros representaram e representam em nossa vida, por isso faz-se importante a presença de um profissional especializado na manutenção, divulgação e conservação de nossos acervos.
Apesar da importância em se ter um rico acervo para resgatar e manter a memória de um povo, Madureira e Vilarinho no artigo intitulado A formação do bibliotecário para atuar em bibliotecas digitais: uma questão a aprofundar, publicado pela Perspectivas em Ciência da Informação em 2010[1], ressaltam que enxergamos a biblioteca tradicional de forma errônea, pois a mesma não se limita a manter a memória coletiva da sociedade e tampouco em organizar, administrar e cuidar da gestão dos livros.
Interessante perceber nas falas de Barbosa em seu artigo Perspectivas profissionais e educacionais em biblioteconomia e ciência da informação, publicado pela Ci. Inf. em 1998[2] que esta visão torcida e estereotipada do bibliotecário tem que acabar, pois este profissional se faz mister em sua nobre função, já que nos encontramos inseridos na sociedade do conhecimento, temos e a verdadeira função está nos serviços de informação sob uma perspectiva ampla, e não nos acervos impressos como livros, jornais, artigos, enciclopédias, etc.
Cabe aqui elucidar que trabalhar com os livros registrando-os no acervo, fazendo sugestões de leitura e/ou dando baixa e/ou entrada no sistema, dentre outras funções, não cabe ao Bibliotecário e sim ao auxiliar de biblioteca, entretanto, o Bibliotecário elabora estratégias de incentivo a leitura, projetos, etc, visto que é um profissional formado em Biblioteconomia e é de suma importância para a educação.
Segundo Barbosa supracitado, a formação deste especialista desenvolveu competências como conhecimentos contextualizados de forma a fazer a devida avaliação crítica e triagem das informações; conhecimento especializado do negócio de sua instituição ou cliente; gestão dos serviços de informação eficazes e eficientes com visão estratégica para tomada de decisões na instituição em que atua; ofertar e ministrar treinamento de excelência para os usuários da biblioteca ou serviços de informação; saber quais as tecnologias de informação são adequadas de forma a adquirir, organizar e disseminar a informação além de saber fazer uso das mesmas e por fim, desenvolver produtos de informações especializadas para tanto para uso interno quanto externo e auxiliar na condução de estudos para solução de problemas.
De acordo com o parágrafo anterior, pode-se observar que a ausência do bibliotecário, as ações do auxiliar de bibliotecas ficam limitadas e com resultados sofríveis, pois com as atribuições citadas acima, pode-se realmente observar que o bibliotecário é essencial para alavancar uma educação de qualidade e bom seria se nossas escolas públicas pudessem contar com tanto profissionalismo.
Romantizando o tema, podemos fazer uma observação metafórica ao comparar o bibliotecário como um profissional que também conhece a seara do conhecimento e da educação, sendo assim, este passa a ser um aliado a educação para a construção de uma sociedade mais justa, digna e igualitária.
Vale ressaltar que existem esforços para a universalização das bibliotecas escolares e que seja respeitada a função do bibliotecário, já que a Lei 9.675/98 deixa claro a obrigatoriedade de se ter um profissional formado na área para gerir as bibliotecas.
Para a bibliotecária fiscal do Conselho Regional de Biblioteconomia 1ª Região (CRB-1) Nádia Silva, quando inexiste o profissional bibliotecário nas bibliotecas, e o mesmo é substituído por qualquer pessoa, que em muitos lugares conhecido como auxiliar de biblioteca, tal ação de falto induzirá ao erro.
E assim, o que teríamos como um diferencia para uma educação de qualidade não passará de um efeito placebo, oferecido por uma política indiferente com a educação.
[1] Para mais informações vide A formação do bibliotecário para atuar em bibliotecas digitais: uma questão a aprofundar. Perspectivas em Ciência da Informação, v.15, n.3, p.87-106, set./dez. 2010.
[2] Para mais informações vide BARBOSA, Ricardo Rodrigues. Perspectivas profissionais e educacionais em biblioteconomia e ciência da informação. Ci. Inf., Brasilia , v. 27, n. 1, 1998. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19651998000100007&lng=en&nrm=iso>.