A Importância da Matemática no Ensino Fundamental I
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
O Ensino Fundamental I começa logo depois da Educação Infantil. Ele é composto por 5 anos que vai do 1º ao 5º ano.
O mesmo pode ser oferecido por uma instituição escolar particular (iniciativa privada) que tem que seguir o mesmo calendário, todavia é de responsabilidade das prefeituras, as escolas públicas oferecerem esta modalidade.
Neste tipo de ensino, os educandos têm apenas um professor, exceto nas matérias específicas e/ou complementares como educação física, inglês, etc.
Nesta etapa o professor, geralmente formado em pedagogia ou normal superior, com algumas exceções em magistério, vê-se responsável por ensinar disciplinas como língua portuguesa, matemática, história, geografia, ciências, artes, dentre outras, entretanto, é nesta modalidade do Ensino Fundamental I que os educandos desenvolvem gostos e aptidões para as referidas áreas.
Segundo Sá em seu texto intitulado O Ensino da Matemática nas Séries Iniciais[1], a matemática é vista como uma disciplina voltada ao campo abstrato que exige um desenvolvimento maior das teias psíquicas, e por isso ele deve se tornar mais plausível e humana, para que esta abstração seja realmente efetivada por aqueles que começam a desenvolver os esquemas de saberes.
Para o autor, o ensinar matemática exige método inovador, valorizando a qualidade do que é ensinado, dito isso, ela passa a ser aplicada em diferentes situações, seja dentro e fora da instituição escolar, trabalhando conforme as normas estipuladas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que se fundamenta em cinco unidades temáticas, sendo uma está entrelaçada a outra, desta forma, elas são números, álgebras, geometria, grandezas e medidas, e probabilidade e estatística.
O interessante em lecionar a matemática para no Ensino Fundamental I, é que o educador tem que, conforme Tavares em seu livro Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais, publicado pela WAK em 2020, não abrir mão de sua afetividade e assim ele pode também explorar o lúdico com jogos de tabuleiro, fomentando desta forma o raciocínio lógico, propor desafios ao cotidiano de maneira que estes sejam relacionados ao contexto do educando; praticando esportes fazendo uso da interdisciplinaridade e por meio de apps (aplicativos) próprios para ensinar matemática para crianças bem como sites educativos voltados para a disciplina supracitada.
Hoje, o educador tem várias formas de prender a atenção da criança e fazê-la vislumbrar a importância da matemática em nosso dia a dia, desta forma, temos como exemplo um desenho animado da Walt Disney denominado Donald no País da Matemágica[2], mostrando que a disciplina de matemática é encontrada na música, na natureza, na arte, na arquitetura, nos lares e em todos os lugares.
A matemática segundo Gardner em seu livro Inteligências Múltiplas: A Teoria na Prática, publicado pela Artes Médicas em 1995, salienta trabalhar a inteligência lógico-matemática, desenvolvendo no educando o raciocínio lógico e matemático, assim como a capacidade científica. Observe que são áreas em que o Brasil encontra-se carente de profissionais.
Harari em seu livro Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, publicado pela L&PM em 2016, ressalta bem a importância da matemática citando exemplo de que Newton provou que o livro da natureza está escrito na linguagem da matemática, o que corrobora as falas de Galileu Galilei (1564-1642) quando afirmou que "A matemática é o alfabeto no qual Deus escreveu o universo".
No livro intitulado Ensinar e Aprender Matemática, escrito por diversos autores[3], é esclarecido que a matemática é um conhecimento de natureza cumulativa e isso faz dela uma disciplina decisiva para a construção de alicerces que sustentará os conteúdos posteriores.
Ainda nesta obra é ressaltado uma pesquisa demonstrando as dificuldades que os docentes formados em Pedagogia tiveram em aprender matemática durante suas escolaridades e como isso interferiu na escolha deste curso, já que o mesmo não exige grandes conhecimentos na área, porém cabe ressaltar que pensamentos assim, tendem a comprometer a vida do educando em relação ao desenvolvimento das habilidades lógico-matemática e científica.
As informações acima são corroboradas por Passos e Nacarato, no artigo intitulado Trajetória e perspectivas para o ensino de Matemática nos anos iniciais, publicado em 2018[4], ao acrescentarem que "há que considerar que os professores que ensinam Matemática nos anos iniciais, na sua grande maioria, provêm de cursos de formação que deixam sérias lacunas conceituais para o ensino de Matemática".
Cabe aos educadores do Ensino Fundamental I, ensinar uma matemática inclusiva e estimuladora da autonomia, o que para Passos e Nacarato trata-se de uma relação da matemática que valoriza os saberes dos educandos, auxiliando-os no entendimento de como nossa sociedade organiza suas experiências com o apoio da matemática para melhor compreensão e leitura do mundo.
[1] Para mais informações vide https://www.infoescola.com/educacao-matematica/o-ensino-da-matematica-nas-series-iniciais/
[2] Para assistir a animação, vide https://www.youtube.com/watch?v=wbftu093Yqk
[3] Para mais informações vide https://static.scielo.org/scielobooks/dj9m9/pdf/brandt-9788577982158.pdf
[4]PASSOS, Cármen Lúcia Brancaglion; NACARATO, Adair Mendes. Trajetória e perspectivas para o ensino de Matemática nos anos iniciais. Estud. av., São Paulo , v. 32, n. 94, p. 119-135, Dec. 2018 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142018000300119&lng=en&nrm=iso>. access on 20 May 2021. http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142018.3294.0010.