06/05/2025

A Igualdade que Inferioriza

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Reza em nossa constituição que “perante a lei, somos todos iguais", o que fica subentendido que todos deveriam ser tratados da mesma forma pela lei, sem distinções de raça, gênero, religião, nacionalidade ou qualquer outro fator social.

Trata-se de um princípio de que a lei deveria ser aplicada de forma imparcial a todos os cidadãos, mas infelizmente isso consta apenas no papel e raras vezes é aplicada a risco.

Peguemos como exemplo pessoas ricas quando são presas respondem processo em liberdade, ou seja, cárcere privado em sua mansão tendo tudo do bom e do melhor, agora quanto a um preto e pobre, acontece a mesma coisa?

A igualdade não é aplicada quando na balança social de um lado tem homem branco e do outro um preto, assim como uma pessoa com mais formação acadêmica com um analfabeto, ou um rico e outro pobre, enfim, a igualdade existe para os iguais apenas.

Assim caminha a nossa sociedade, com privilégios para uns e o rigor da justiça para os outros.

O hipócrita que prega uma igualdade percebe que ela o inferioriza quando se trata de oportunizar pessoas que sempre foram vistas como inferiores por ele.

A igualdade é uma palavra deveras romantizada e contida apenas nos dicionários, principalmente quando a polícia aborda um preto de comunidade, ele não trata a pessoa como igual ao branco de bairro rico.

Há pouco tempo, ouvi a narrativa de uma pessoa parda com 18 anos que saindo da escola com seu amigo, como disse, branquinho, foram abordados por dois guardas que enquanto um mantinha altas conversas com o branquinho como se fossem amigos, o outro, tirou todo material da mochila, depois claro de fazer uma severa revista, o tratando verbalmente como marginal.

Concordo que é um procedimento normalizado, mas será que só a pessoa parda pode transportar droga ou uma arma qualquer?

A igualdade é baseada na régua de cada um. Primeiro mede-se a pessoa por seu status quo, e depois cede ou nega a tão sonhada igualdade, ou seja, a igualdade é apenas para os iguais.

Cabe a fala de Romão extraída de seu livro Pedagogia Dialógica, publicado pela Cortez em 2002 quando dizia que igualdade difere de homogeneidade.

De acordo com o livro Educação uma questão de Politizar, publicado pela Ícone em 2023, é sabido que a desigualdade se dá não apenas a partir do nascimento mas como se dá a morte, isto é, como a pessoa deverá morrer, dito isso, existia uma ordem de igualdade relativa imaginada por Jean Jacques Rosseau, em que “ninguém fosse tão pobre que precisasse vender-se nem tão rico que pudesse comprar os outros”.

Que a educação possa trabalhar o discernimento eu seu corpo discente para que estes hoje possam trabalhar a favor da igualdade e assim um dia brigarem pela equidade.

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