17/08/2018

A Educação Pública e as personalidades inacabadas

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            A educação é de suma importância para a existência da sociedade, já dizia Kant que o cerne dela era desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição que nele fosse capaz, assim sendo, cabe a escola auxiliar neste desenvolvimento, obviamente, sem que os pais negligenciem a função da família perante esta educação, visto que a mesma deve ocorrer em parceria entre escola e família sem que haja um elo fraco.

            Míster se faz perceber que conceitos mudaram e inversões de valores passaram a ser predominante nesta sociedade. A família perde o vínculo com a obrigação de educar o seus filhos e,os professores, além de ensinar, passaram a ser substitutos destes negligentes pais, com um agravante, pois estes mesmos professores sequer tem o respeito de seus alunos e autonomia para a verdadeira educação.

            Triste é a constatação de que caso algum professor resolva aplicar uma sanção por um desvio de comportamento de seu aluno, exigindo deste mais disciplina, estes pais omissos se acham em total direito de atos violentos (verbais e até mesmo físicos) contra estes mesmos professores.

            E a indiferença do Sistema de educação corrobora com tais atitudes, pois os professores passam a ser vítimas desamparadas e para muitos, até mesmo culpadas pela ação dos "falsos pais protetores", estes pais que são frutos de uma geração que recebeu uma educação pública sem qualidade.

            Resta-nos perceber que as perspectivas para estes educandos são ainda piores que a de seus pais desequilibrados e sociopatas, com famílias formadas de personalidades inacabadas e falhas, sem controle emocional, sem socialização e sem o respeito pelo próximo e com o trabalho do outro.

            Com esta atual educação e sistema conivente, estaremos caminhando para um mundo sem lei, mas cabe ao verdadeiro educador, usar um pouco mais desta força hercúlea que é típica dele para mostrar o lado escuro da ignorância e transformar o seu educando em um homem de bem, este educando que mesmo tendo na família verdadeiros contraexemplos, conseguirá com a educação de qualidade fazer com que ela seja realmente o trunfo, o que é corroborado por Delors em seu livro Educação: Um Tesouro a Descobrir. publicado pela Cortez em 2001,quando afirma que ante os múltiplos desafios do futuro, a educação será o trunfo indispensável à humanidade sendo a estrutura para os ideais de paz, equidade, justiça social e respeito.

            Infelizmente a educação de qualidade passa a ser vista como algo perigoso, pois a mesma fará a pessoa pensar, delatar as falácias ditas pelos políticos e suas leis, a ser uma força a mais nesta coesão para o bem comum através do humanismo e respeito as diversidades, excluindo de vez a exclusão social.

            Brandão em seu livro O que é Educação, publicado pela editora Brasiliense em 1993 deixa claro que ela deve direcionar o aluno para uma cidadania consciente e ativa e assim sendo, pode-se afirmar que cabe aos verdadeiros educadores a função de fazer com que seus educandos se transformem em agentes protagônicos cognoscente, para que assim, toda uma geração possa se sentir salva das sombras da ignorância.

            Demo em seu livro Saber Pensar, publicado pela Cortez em 2000, é enfático ao aduzir que a ignorância é o centro da pobreza e isso gerará a miséria que segundo Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, nas falas de Rousseau, deixa claro que a miséria é construída pelos soberanos, que impedem a população de construir suas próprias oportunidades, pois lhe falta o que é essencial para isso, educação de qualidade.

            Assim sendo, continuemos a trabalhar pois talvez não sejamos a Maria Maria da música de Milton Nascimento com Fernando Brant, mas é preciso ter sonho sempre e possuir a estranha mania de ter fé na vida.

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