09/09/2021

A Educação no Combate a Dissonância Cognitiva

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente– www.wolmer.pro.br

 

Nem tudo que é certo é o praticado na sociedade. Existe uma diferença entre o que uma pessoa fala e o que ela pratica. Muitos podem chamar de hipocrisia, o que não está errado, mas no caso da política e ideologias, podemos chamar de dissonância cognitiva.

Este tipo de dissonância é formado pela incoerência entre as atitudes ou comportamentos que pensa ser correto, todavia a prática é totalmente diferente, ou seja, "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço".

As informações acima são corroboradas por Bonsaver em seu artigo intitulado Dissonância cognitiva em tempos de pandemia, publicado em 2021. O autor complementa ao afirmar que a "dissonância cognitiva é um estado de desconforto emocional causado pela percepção de que certos conteúdos mentais – opiniões, comportamentos, crenças – estão em contradição".

Cabe a educação fomentar a criticidade de forma com que o educando use o conhecimento adquirido para transformar o seu entorno, tornando-se protagonista cognoscente, já que uma pessoa com dissonância cognitiva, segundo o autor supracitado acima, está tão alienado que "Não importa a quantidade e nem a qualidade das evidências apresentadas contra suas convicções, o conspiracionista convicto adaptará os fatos a fim de demonstrar que tudo o que foi apresentado apenas ratifica aquilo em que ele já acreditava".

Brandão em seu livro O Que é Educação, publicado pela Brasiliense, em 1993, enfatiza que a palavra educação é oriunda do latim Educere que tem o significado de extrair, desenvolver todo o potencial do homem para que este tenha sua essência na formação de seu bom caráter, ou seja, desenvolver o homem, toda perfeição de que ele seja capaz, e faz-se necessário perceber a relevância em se trabalhar neste contexto a criticidade do educando, para que este possa ter o discernimento do que realmente é relevante para efetivar mudanças atitudinais com ética, para que assim o mesmo possa mudar o seu entorno e se tornar um agente de transformação social, protagônico e cognoscente.

Vázques em seu livro intitulado Ética, publicado pela Civilização Brasileira em  2002, pontua que "em poucas palavras, a ignorância não pode eximi-lo da sua responsabilidade, já que ele é responsável por não saber o que devia saber", por isso a educação deve ser transformadora, de forma a não deixar o educando se alienar.

Brandão citado acima, afirma que a educação não apenas ajuda a pensar tipos de homens como também ajuda a criá-los, passando de uns para os outros o saber que os constitui ou legitima. Para o autor a verdadeira força da educação está em construir tipos de sociedade.

Assim sendo, que nós educadores com este poder em nossas mãos, possamos criar cidadãos pensantes, críticos e protagonistas de forma que não exista dissonância cognitiva e possamos ter uma sociedade equitativa e justa, com homens sem desvio de caráter e que prime pelo bem comum.

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