A Educação Elucidando a Catequização na Colonização
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Não é preciso ser um historiador para entender a manipulação dos portugueses ao adentrarem nas terras brasileiras para usurparem de suas riquezas e exterminarem seus nativos.
O problema em nossa história é a sua romantização, que transforma um saqueador, ladrão, e assassino em um desbravador e/ou bandeirante a aumentar o território brasileiro.
Nos livros, em nossa história, prevalece sempre a versão do algoz. As narrativas fantasiam e até mesmo poetizam os genocídios que sucederam com a invasão portuguesa no Brasil.
Pode-se afirmar que poucas escolas públicas discorrem sobre o verdadeiro genocídio da tribo de índios Goitacazes, índios com grandes habilidades físicas, resistência à colonização e com uma grande bravura em combate, e isso os caracterizava como um povo bravo, forte e indomável.
O povo Goitacaz teve forte resistência à colonização, a ponto de não se deixar ser aldeado e tampouco catequizado pelos jesuítas, e observe que para um povo nativo, ele foi inteligente o suficiente para entender que catequizar era sinônimo de docilizar, visto que todas as tribos que foram catequizadas, consequentemente, foram subjugadas.
Por se tratar de uma tribo aguerrida, o que a fazia ser temida pelos exploradores, o governador Antônio Salema, do Rio de Janeiro, teria espalhado roupas infectadas com varíola para exterminar populações nativas locais e tomar suas terras.
Observe a importância da catequização para os colonizadores, pois é uma forma indelével de impor o medo e o temor de um deus que se vinga, que castiga, e uma forma também de impor o pecado como controle de um povo e a sua castração.
A catequização traz implícita em si a teologia do domínio, muito combatida por Nietzsche e chamada por ele de moral de rebanho, ao qual o medo é a mola propulsora do controle.
Nossas escolas não têm criado alunos críticos, curiosos, pesquisadores e com autonomia intelectual a ponto de questionar o status quo; elas estão repetindo o que os jesuítas fizeram com nossos nativos, isto é, as escolas têm catequizado seus alunos não com o intuito de impor um Deus vingativo e cruel, mas com o estratégico fulcro de docilização e domesticação subalterna para que as explorações continuem a se proliferar.