27/09/2017

A Educação e a Cura Gay

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            No dia 15 de setembro de 2017 deu-se início a um retrocesso na história do Brasil. Enquanto que na Dinamarca realizou o primeiro casamento gay em 1989, no Brasil se deu em 2011 e hoje 21 nações amparam o casamento entre pessoas homo afetivas.

            Quando se pensa que culturalmente estamos evoluindo, deixando de lado certos preconceitos (aliás, todos os preconceitos são idiotas oriundos de verdadeiros imbecis), uma ação de uma psicóloga preconceituosa e com orgulho ferido por ter recebido uma censura do Conselho Federal de Psicologia fez com que o juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal desse o parecer a favor desta psicóloga, dando-a a "liberdade científica" para trabalhar a "cura gay".

            Esta ação tomada de forma equivocada por este juiz disseminou o preconceito que muitos tem lutado para acabar além de fazer com que as pessoas assumidas homossexuais sejam motivos de piadas e humilhações.

            E qual o papel da educação nisso? Qual a nossa verdadeira função de educador?

            Nós educadores temos a função e o dever de esclarecer que a homossexualidade não é doença e isso é amparado pelo Conselho Federal de Antropologia.

            Em nome dessa liberdade da ciência, falta fazermos como o regime nazista fez, além de separar os que os nazistas achavam ser gay com um triângulo rosa, este mesmo regime executavam experimentos médicos além de práticas violentas e torturas que faziam parte do seu dia a dia dos judeus homossexuais.

            De acordo reportagem de Naiara Albuquerque no Nexo Jornal LTDA (2017), muitas mulheres lésbicas se casaram com homens gays na tentativa de se manter vivos.

            Segundo autora acima, esta perseguição estava amparada por uma lei cujo parágrafo 175 do código determinava “um homem que cometa atos indecentes e lascivos com outro homem, ou se permita ser abusado por atos indecentes e lascivos, deve ser punido com prisão” e com uma emenda aprovada para esta mesma lei foi, condenava os homossexuais a até 10 anos de trabalho forçado.

            A homossexualidade para os nazistas era um vício e eles queriam pôr um fim a isso, o que é ressaltado pela Enciclopédia do Holocausto, visto que estes nazistas afirmavam ser os homossexuais fracos e afeminados, e não teriam condições de defender a nação.

            Fracos a ponto de defender a nação? Será que eles não conheceram a história de grandes personagens que venceram guerras mesmo sendo homossexuais como Frederico, o grande que foi rei da Prússia em 1740 até sua morte. Frederico foi responsável por várias vitórias militares além de reorganizar o exército prussiano. Esqueceram-se de Alexandre, o grande que conquistou um império, ou Júlio Cesar que foi militar e governante romano.

            O fato é que, os argumentos dos nazistas são fundamentados no preconceito, assim estamos caminhando com a “cura gay”. Estamos indo para uma seara de discriminação, humilhação e até mesmo a uma exclusão social, afinal de contas, se tem o tratamento para curar a homossexualidade, só será homossexual quem quiser.

            Muitas idiotices em um país que se afunda na corrupção e nos desmandos políticos e dos magistrados.

            A certeza que temos é que não existe a “cura gay” mas através de uma educação de qualidade, existirá a cura para o preconceito, a cura para a violência, acura para a miséria e para a crise de valores, acura para e exclusão social, a cura para o desemprego, a cura para ausência do sentido da via e até mesmo a cura para a corrupção.

Observe como uma ação tomada por uma psicóloga frustrada e um juiz inconsequente diverge das ideias de Souza em seu livro introdução a sociologia da educação, publicado pela autêntica em 2007 quando esclarece que o objetivo básico da autonomia intelectual está em libertar a razão do preconceito e justamente estes dois coautores que encontram-se com um alto grau de conhecimento, fazem o nefasto ato preconceituoso em nome da liberdade da ciência.

Dessa forma, regressaremos mais no tempo a ponto de ser liberado tratamentos de choque, lobotomia, castração, overdose de hormônios dentre outras barbáries em nome da lei, da ciência e porque não dos bons costumes e do falso moralismo?

Temos que aprender que as diferenças não excluem, elas nos complementam. Viva a diferença. Hoje é a cura gay, amanhã será a cura de uma religião qualquer, depois a cura para chegarmos a uma raça pura, depois sabe-se lá qual será a outra idiotice a ser aprovada por um néscio qualquer.

Viva os homossexuais, os heterossexuais ou qualquer outro gênero. Que prevaleça o amor entre as pessoas e o respeito entre nós, porque o amor não tem sexo.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×