A BNCC Tornou-se um Realidade

Marielia Castelli da Costa

Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Primavera do Leste, MT.

Jackeline Souza Domingos

Licenciatura em Educação Especial. Especialista em Psicopedagogia. Primavera do Leste, MT.

Beatriz Oliveira dos Santos

Licenciatura em Educação Especial. Especialista em Educação infantil, anos iniciais e Psicopedagogia. Primavera do Leste, MT.

Catia Janine Nilsson

Licenciatura plena em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Primavera do Leste, MT.

Laura Rejane do Nascimento Pereira

Licenciatura plena em Pedagogia. Especialista em Educação infantil, anos iniciais e Psicopedagogia. Primavera do Leste, MT.

      O termo ‘contextualização’ vem sendo colocado em pauta no setor educacional pelos atores envolvidos no processo didático, pois contextualizar significa ensinar um conteúdo sem dissociá-lo do contexto original, ou seja, aquele do qual a ideia em discussão é apenas um fragmento. A contextualização é importante na apropriação do conhecimento e cabe ao professor utilizá-la como uma estratégia do ensino para melhorar a aprendizagem dos alunos.

      Para tanto, os educadores necessitam saber o que significa contextualizar e como utilizar o método com objetivo claramente definido, para o qual ele saberá escolher e estabelecer os meios de alcançar; ou seja, não é necessário exigir que as escolas ensinem cada vez mais conteúdos, se àqueles que já são minimamente ensinados não manifestam interesse e/ou importância para a vida dos alunos. Muito já se conhece sobre o ensino, a contextualização, a interdisciplinaridade [pelo menos de forma teórica] e as diferentes abordagens; no entanto, precisamos de mais. Precisamos colocá-los em prática. Executar.

      Ao longo de muitos anos a discussão sobre a necessidade de termos um currículo nacional que reflita as verdadeiras realidades dos brasileiros vem caminhando para ações que culminaram no ano de 2017, aonde o Conselho Nacional de Educação realizou audiências públicas em conjunto com outras entidades educativas a fim de construir uma base que sustentasse a educação do país.

      Países como Austrália, Estados Unidos, Inglaterra, África do Sul, Cuba, Caribe, Chile, Portugal e Coreia do Sul já construíram e elaboraram suas bases, buscando sempre a equidade e a democratização do acesso aos conteúdos/saberes mínimos necessário ao exercício da cidadania.

      Temos conhecimento do maior exame realizado no país para acesso às Universidades públicas brasileiras e em algumas estrangeiras. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é um instrumento avaliativo que busca universalizar o acesso de estudantes às instituições de ensino superior. No entanto, tivemos ao longo dos anos dentre outros problemas; as disparidades de conhecimento ofertado e adquirido pelos estudantes, a listar, diferenças regionais, cargas horárias, conteúdos básicos, conhecimentos mínimos, dentre outros problemas pedagógicos e metodológicos. Todavia, a BNCC vem reafirmar a importância de se ter um leque de conhecimentos comuns a toda a nação, para que em ações mais curtas, tenhamos certa democracia nos exames nacionais e uma equidade no ensino ofertado de norte a sul do país.

      Aliado a esta perspectiva, a BNCC reforça quando traz o ensino por competências e habilidades, a importância de termos um ensino voltado efetivamente para a cidadania. Ou seja, partindo da vivência; do cotidiano, daquilo que o aluno percebe em seus afazeres diários. Sabemos que o conhecimento foi e é historicamente construído à medida que a sociedade avança em seus conhecimentos e melhora a condição de vida das pessoas. Isto precisa refletir na escola. Precisamos de estudantes estimulados, comprometidos com o trabalho educativo, uma vez que as transformações político-sócio-culturais da sociedade influenciam os caminhos por onde ela vai seguir. Logo, a realidade curricular necessita ser entendida em conjunto e considerada como uma propositura dinâmica e retroalimentativa por seus agentes construtores.

      A BNCC é uma realidade. Uma realidade necessária. Útil. Não vou dizer eficiente, por que ainda precisamos colher os frutos. Mas, frente às realidades históricas que presenciamos, além dos caminhos trilhados pela sociedade nos últimos anos, a BNCC tornou-se um instrumento factível e necessário para que o professor possa em sua sala de aula, refletida na escola que consequentemente irá contribuir para uma sociedade cada vez mais democrática, produtora de conhecimento significativo sob bases cada vez mais equitativas.