80 ANOS DO CARIMBADOR MALUCO RAUL SEIXAS: CONHECIMENTO, LIBERTAÇÃO E DIREITOS HUMANOS
Reflexões de um fã e pesquisador sobre o legado de Raul Seixas para os Direitos Humanos e da Natureza, Educação e Contracultura no Brasil e no Mundo
José Cláudio Rocha[1]
Resumo:
Em 2025, celebramos os 80 anos do nascimento de Raul Seixas, figura icônica da música popular brasileira e referência para diversas gerações. Sua trajetória artística transcende o campo musical, dialogando intensamente com filosofia, política, ética, moral, direito e espiritualidade. Raul Seixas tornou-se símbolo de resistência, de luta pela liberdade e contra todas as formas de opressão e preconceito social, consolidando-se como o “carimbador maluco” e “maluco beleza” que inspirou e inspira fãs, pesquisadores e amantes da cultura brasileira. A proposta deste estudo é analisar a relevância da obra de Raul Seixas sob a perspectiva dos Direitos Humanos e da Natureza, compreendendo a música como linguagem universal e instrumento crítico de transformação social. Estruturado em cinco eixos — trajetória biográfica, conhecimento como ato de libertação, defesa dos Direitos Humanos e da Natureza, resiliência e direito à desobediência, e contracultura como expressão de emancipação —, o texto dialoga com letras do artista e referenciais teóricos contemporâneos, evidenciando o papel central de Raul como defensor do conhecimento e da liberdade. Sua obra permanece atual, interpelando um mundo marcado por desigualdades, intolerância e crises ambientais, e sugerindo caminhos para pensar a dignidade humana em sua integralidade. Este estudo foi produzido no âmbito do Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidades da Universidade do Estado da Bahia (CRDH/UNEB), espaço público e multirreferencial de saberes, estratégico para o desenvolvimento científico e tecnológico da Bahia e do Brasil.
Palavras-chaves: Raul Seixas; Música Popular Brasileira; Direitos Humanos e da Natureza; resistência; contracultura; Brasil.
Abstract:
In 2025, we celebrate the 80th anniversary of the birth of Raul Seixas, an iconic figure in Brazilian popular music and a reference for several generations. His artistic trajectory transcends the musical field, dialoguing intensely with philosophy, politics, ethics, morals, law and spirituality. Raul Seixas became a symbol of resistance, of the struggle for freedom and against all forms of oppression and social prejudice, consolidating himself as the "crazy stamper" and "crazy beauty" who inspired and inspires fans, researchers and lovers of Brazilian culture. The purpose of this study is to analyze the relevance of Raul Seixas' work from the perspective of Human Rights and Nature, understanding music as a universal language and a critical instrument of social transformation. Structured in five axes — biographical trajectory, knowledge as an act of liberation, defense of Human Rights and Nature, resilience and the right to disobedience, and counterculture as an expression of emancipation — the text dialogues with the artist's lyrics and contemporary theoretical references, evidencing Raul's central role as a defender of knowledge and freedom. His work remains current, questioning a world marked by inequalities, intolerance and environmental crises, and suggesting ways to think about human dignity in its entirety. This study was produced within the scope of the Reference Center for Development and Humanities of the State University of Bahia (CRDH/UNEB), a public and multi-referential space of knowledge, strategic for the scientific and technological development of Bahia and Brazil.
Keywords: Raul Seixas; Brazilian Popular Music; Human and Nature Rights; resistance; counterculture; Brazil.
- A METAMORFOSE AMBULANTE RAUL SEIXAS[2]
Prefiro ser,
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou.
Raul Seixas e Paulo Coelho (LETRAS, 2025)
Em 2025 o cantor, compositor, letrista e instrumentista Raul Seixas completaria 80 anos de vida, se estivesse vivo. Estão ocorrendo em todo o país uma série de homenagens a esse grande artista da música popular brasileiro. Conterrâneo de Raul, somos fãs do seu trabalho e buscamos o entendimento do que sua obra nos traz como legado de um ser humano inquieto, curioso e defensor das liberdades individuais, sociais, culturais, políticas e artísticas. Seguindo o caminho do coração de Raul, queremos contar compartilhar nossa percepção do mundo e dialogar com as pessoas sobre temas desafiantes para a humanidade.
Raul Santos Seixas, nascido em Salvador em 28 de junho de 1945, tornou-se um dos nomes mais emblemáticos da música popular brasileira. Influenciado por autores como Nietzsche e Proudhon desde jovem, Raul integrou filosofia, literatura e crítica social em suas composições, o que lhe conferiu múltiplas habilidades artísticas. Nos anos 1970, atingiu projeção nacional com discos como “Krig-Há, Bandolo!” (LETRAS, 2025) e “Gita” (SEIXAS, 1974), abordando temas polêmicos em meio à ditadura militar e forte censura à liberdade de expressão (MEDEIROS, 2019).
Raul Seixas não foi apenas cantor, mas também produtor, letrista e intelectual, refletindo inquietações existenciais e políticas em sua obra, que ultrapassava o entretenimento e se transformava em espaço de reflexão crítica. Sua postura contestadora e discurso irreverente defendiam o direito à diferença e à construção da própria identidade, antecipando debates sobre diversidade cultural e liberdade individual. Compreender Raul Seixas é reconhecer um artista cuja vida e obra se entrelaçam, revelando um legado permanente para a música, cultura e Direitos Humanos.
- RAUL: UM DEFENSOR DO CONHECIMENTO COMO ATO DE LIBERDADE
Raul seixas não aceitava rotulo e não era muito afeito a discursos políticos e críticas sociais, embora, suas músicas sempre causassem este tipo de reação no público, mas como ativistas e defensores de Direitos Humanos, reconhecemos na obra de Raul – considerando o contexto histórico social em que viveu – uma obra voltada para os Direitos Humanos das pessoas, principalmente, em defesa da liberdade, da igualdade e da fraternidade entre os seres humanos, assim como sua relação com a Natureza. Raul Seixas apontou o conhecimento como chave para a libertação individual e coletiva em várias de suas canções. “Ouro de tolo”, por exemplo, critica o conformismo social e incentiva a busca por uma vida autêntica, fundamentada na reflexão crítica. O artista via o saber como um direito humano fundamental, que não se restringe à academia, mas se manifesta nas experiências cotidianas (RAUL, 1973).
Sua obra traduz uma pedagogia da vida, onde aprender significa questionar, desconstruir e reconstruir sentidos. Essa perspectiva se aproxima dos princípios de Paulo Freire, considerando o conhecimento como ferramenta de transformação da realidade. Raul convocava as pessoas a se libertarem da alienação por meio da arte como instrumento pedagógico (FREIRE, 2025).
A metáfora do “Carimbador Maluco” representa bem a crítica à burocracia e padronização social como formas de opressão que negam a criatividade e a subjetividade. Ao defender o conhecimento como liberdade, Raul Seixas insere-se no campo dos Direitos Humanos, reconhecendo a educação crítica como caminho para a dignidade e emancipação (SEIXAS, 1983).
- TOCANDO RAUL: DIREITOS HUMANOS E DA NATUREZA
Raul Seixas antecipou reflexões que hoje dialogam com os Direitos da Natureza. Em músicas como “As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor”, ele critica a urbanização desumana e o afastamento da natureza, propondo uma convivência harmônica entre ser humano e meio ambiente. Raul compreendia que a degradação ecológica é também uma violação dos direitos fundamentais, conectando-se às discussões modernas sobre sustentabilidade e justiça ambiental (SEIXAS, 1974).
No campo dos Direitos Humanos, exaltava a diversidade cultural e o direito à diferença. Ao propor a “Sociedade Alternativa”, inspirada por Crowley, defendia o princípio da autonomia individual em consonância com a coletividade. A defesa da liberdade de pensamento e da convivência plural ressoa nas lutas contemporâneas por direitos civis, liberdade religiosa e respeito às identidades. Para Raul, a arte era território político, onde os Direitos Humanos eram cantados e vividos (MEDEIROS, 2019).
“Tocar Raul” significa reconhecer sua música como patrimônio da luta por direitos universais, incluindo a defesa da natureza como parte indissociável da dignidade da vida (ROCHA, 2023).
- TENTE OUTRA VEZ: RESILIÊNCIA E DIREITO À DESOBEDIÊNCIA
A canção “Tente Outra Vez” é uma expressão emblemática de resiliência na obra de Raul Seixas. Sua mensagem de perseverança tornou-se hino para aqueles que enfrentam adversidades e buscam superar desafios. Mais que incentivo pessoal, a letra sugere uma dimensão coletiva: a luta pela liberdade e pelos direitos exige coragem, mesmo diante de derrotas (SEIXAS, 1975).
Raul transformava esperança em força mobilizadora, vinculando-a à resistência social. Outro aspecto central de sua obra é o direito à desobediência, especialmente em contextos autoritários. Raul cantava sobre romper com imposições do sistema, defendendo o direito de dizer “não” a ordens injustas e padrões repressivos.
Esse princípio dialoga com a tradição dos direitos civis e da desobediência civil, em que a recusa a seguir leis injustas se torna ato legítimo de dignidade. Raul atualizou esse debate para o contexto brasileiro, usando a música como forma de contestação. Assim, resiliência e desobediência aparecem como direitos humanos fundamentais: resistir para existir, desobedecer para ser livre (ROCHA, 2012).
- CONTRACULTURA E RAUL SEIXAS
Raul Seixas foi um dos maiores representantes da contracultura no Brasil. Sua música e postura confrontaram valores tradicionais, defendendo liberdade sexual, espiritualidade alternativa e novas formas de convivência social. O movimento global da contracultura encontrou em Raul um porta-voz próprio, que adaptou o espírito libertário à realidade brasileira, misturando rock, baião e filosofia (BOSCATO, 2005).
A “Sociedade Alternativa” proposta por Raul simbolizava a criação de um espaço para além das estruturas opressoras, inspirando jovens e artistas e consolidando uma rede cultural de resistência. A contracultura representava crítica às formas de dominação e defesa do direito à diferença. Raul encarnou essa bandeira em sua vida e obra, desafiando tabus e propondo novos horizontes. Pensar contracultura e Raul Seixas é compreender como arte e política se entrelaçam, revelando a força da cultura popular como território de afirmação de direitos e liberdade (DAMASCENO, 2021).
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A obra de Raul Seixas ultrapassa os limites da música, tornando-se crítica e intérprete da realidade brasileira.
Ele enxergava a arte como um espaço político, onde os Direitos Humanos eram não apenas discutidos, mas vivenciados em cada verso e melodia. Suas composições exaltam a diversidade cultural e o direito à diferença, defendendo a autonomia individual em harmonia com o coletivo. Ao propor uma “Sociedade Alternativa”, Raul sugeria uma convivência plural, em que a liberdade de pensamento e o respeito às identidades são valores fundamentais.
A defesa da Natureza aparece como parte inseparável da dignidade da vida, mostrando que os Direitos Humanos não se limitam apenas às relações entre pessoas, mas também à preservação do meio ambiente. Suas letras incentivam a resiliência diante das adversidades, transformando esperança em força mobilizadora para a resistência social.
Raul também abordava o direito à desobediência, legitimando o ato de questionar ordens injustas e padrões opressores como parte da busca por liberdade. Dessa forma, sua obra inspira reflexões sobre democracia, sustentabilidade e justiça social, dialogando com lutas contemporâneas e consolidando-se como patrimônio cultural na defesa de direitos universais.
Sua vida e arte estão profundamente ligadas à defesa do conhecimento como liberdade, valorização da resiliência, direito à desobediência e crítica às estruturas opressoras.
Raul Seixas enxergava o conhecimento não apenas como instrumento de emancipação individual, mas também como força coletiva capaz de transformar realidades e promover dignidade. A resiliência, presente em suas letras e atitudes, é entendida como resposta ativa diante das adversidades, convertendo esperança em energia mobilizadora para a resistência social.
O direito à desobediência aparece como princípio fundamental dos Direitos Humanos, legitimando o ato de questionar leis injustas, romper com padrões opressores e reivindicar autonomia. Em sintonia com a abordagem de Rocha, Raul articula a defesa da Natureza como parte inseparável da dignidade humana, ampliando a noção de direitos para incluir a preservação ambiental e o respeito aos seres vivos.
Sua crítica às estruturas autoritárias vai além da contestação política, propondo uma sociedade plural, onde o respeito à diferença e à liberdade de pensamento são valores centrais. Assim, Raul Seixas se torna referência para projetos emancipatórios que unem arte, educação e contracultura, inspirando lutas contemporâneas por democracia, justiça social e sustentabilidade.
Sua obra permanece viva, desafiando gerações a resistir e sonhar com um mundo mais justo e solidário, onde os Direitos Humanos e da Natureza caminham juntos, conforme defendemos.
Raul antecipou debates sobre Direitos Humanos e da Natureza, mostrando como arte, educação e contracultura podem se unir em projetos emancipatórios.
Suas canções seguem atuais, inspirando reflexões sobre democracia, diversidade cultural e sustentabilidade.
No campo acadêmico, é fundamental incorporar Raul Seixas como objeto de estudo interdisciplinar, incluindo suas obras em programas de Educação em Direitos Humanos, disciplinas de cultura e sociedade, e pesquisas sobre economia criativa. Seminários, publicações e grupos de estudo dedicados ao artista podem fortalecer a memória cultural e ampliar o alcance de suas ideias. Celebrar os 80 anos do “Carimbador Maluco” é reconhecer que sua obra permanece viva, desafiando gerações a pensar criticamente, resistir e sonhar com uma sociedade mais justa, plural e solidária.
- REFERÊNCIAS
BAHIA. Lei Nº 14315 DE 17/06/2021. Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação do sistema produtivo no Estado, 2021. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=415905>. Acesso em: 25 Junho 2024.
BAHIA. Decreto Nº 22327 DE 17/10/2023: Regulamenta a Lei Nº 14315/2021, que dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação do sistema produtivo no Estado. Legisweb, 2023. Disponível em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=450743#:~:text=Regulamenta%20a%20Lei%20N%C2%BA%2014315,do%20sistema%20produtivo%20no%20Estado.>. Acesso em: 23 Julho 2024.
BOSCATO, L. A. L. Raul Seixas e a contracultura como igualdade na diferença. XXIII Simpósio Nacional de História - Editora Achimé, Londrina, 30 Janeiro 2005. 60-67.
BRASIL. LEI Nº 13.243, DE 11 DE JANEIRO DE 2016 Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação e altera a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, a Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, a Le. Presidência da República - Secretaria - Geral - Subchefia para assuntos Jurídicos, 2016. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13243.htm>. Acesso em: 13 jun. 2024.
BRASIL. DECRETO Nº 9.283, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2018 Regulamenta a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, a Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016, o art. 24, § 3º, e o art. 32, § 7º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, o art. 1º da Lei nº 8.010, de 29 de. Presidência da República - Secretaria Geral - Subchefia para assuntos jurídicos, 2018. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/d9283.htm>. Acesso em: 13 jun. 2024.
DAMASCENO, R. O que é a Sociedade Alternativa defendida por Raul Seixas. Letras.mus.br, 2021. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/blog/o-que-e-sociedade-alternativa/>. Acesso em: 23 out. 2025.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 94ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2025.
LETRAS. Letras. Letras.mus.br, 2025. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/>. Acesso em: 04 Maio 2025.
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ROCHA, J. C. HARMONIA E DIREITOS DA NATUREZA: A AGENDA 2030 E 0S 17 OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Diké Revista Jurídica, Ilhéus, 30 Dezembro 2023. 383-396.
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SEIXAS, R. Carimbador Maluco | Significado. Letras.mus.br, 1983. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/raul-seixas/90579/significado.html>. Acesso em: 23 out. 2025.
[1] Advogado (UFBA), Economista (UFBA), Analista e Desenvolvedor de Sistemas (UNINASSAU) e Professor pleno da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Professor na graduação presencial e EAD e docente permanente em programas de mestrado e doutorado. É pesquisador público com base no novo marco legal de CTI Lei 13.254 de 2016 (BRASIL, 2016), Decreto 9.283 de 2018 (BRASIL, 2018), Lei Estadual 14.315 de 2021 (BAHIA, 2021) e Decreto 22.327 de 2023 (BAHIA, 2023) e coordenador do Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidades da Universidade do Estado da Bahia (CRDH/UNEB). E-mail para contato: crdhbr@gmail.com.
[2] Raul Seixas era um leitor assíduo, alguém que buscava o conhecimento a todo o momento e muitos dos seus estudos foram sobre filosofia e ciências místicas. A ideia de ser uma metamorfose ambulante – em nossa percepção da poesia da música – é de uma pessoa que reconhece que estamos em constante transformação, que não se permite ser manipulado por conceitos e preconceitos formados, questionando o conhecimento considerado válido pela sociedade existente. É um manifesto pela liberdade de pensamento, consciência, de comportamento e pela constante transformação do ser. Ele celebra a capacidade humana de estar em constante mudança ainda que os indivíduos não se deem conta disso.